Chegou o Outono… e trouxe a tosse o ranho e os espirros

Sim… Eu sei que tenho estado ausente…
Sim… Eu sei que prometi que viria aqui escrever algo pelo menos de 15 em 15 dias…
Sim… Eu sei tudo isso mas… a moça anda doente! E quando ela está doente eu fico doente!
“Ó… Tão fofinho que o Gil é. Fica doente só de pensar que a filha está doente.” – pensará o caríssimo leitor. Mas a verdade é que não é bem assim. Eu fico mesmo doente quando a miúda está doente! Se ela tem tosse eu fico com tosse, se ela tem ranho eu com ranho fico e se ela se põe a espirrar então, mais cedo ou mais tarde, eu vou começar a espirrar também!

Isto de ser pai tem muito que se lhe diga… Se já é mau o suficiente ver a nossa pequena cria cheia de tosse e ranho pior ainda é ter de andar por aí a sorver o ranho dela com a boca (ok, existe pelo meio um aspirador nasal e umas compressas, mas é nojento à mesma) já para não falar das tossidelas que levamos em cheio nas ventas! É que a miúda nem sequer tem a decência de pôr a mão em frente da boca antes de tossir ou espirrar… Por mais que eu lhe diga que é falta de educação ela insiste em não cumprir o que as regras de etiqueta. E depois claro, a mãe justifica tudo com o facto de ela ter apenas 15 meses… Pfff… Sabem que mais?! Ela faz isso de propósito para nos pôr a todos doentes… “Com que então eu estou aqui, toda vegetalóida, e vocês andam por aí todos frescos e fofos?! Esperem lá que já vos mando uns micróbios para cima! ATCHHIMMM! COFFF, COFFF, COFFF!” E pronto, assim como um diabo esfrega um olho lá estamos nós doentes também.

 

Há coisa de três semanas a criança começou a espirrar, depois passou a ter o “nariz pingão” e num abrir e fechar de olhos já estava cheia de tosse. Foi por essa mesma altura que concluímos que o melhor mesmo seria irmos visitar a pediatra. Até porque já estávamos todos contaminados e com um pouco de sorte dava para aproveitarmos os medicamentos dela para nos curarmos aos 3. Agarrámos na pimpolha e lá fomos nós. A doutora, muito fofinha, receitou-nos alguns medicamentos para tomar durante 3 a 5 dias.

Ela tomou tudo certinho mas… (adivinhem lá…) não surtiram efeito algum. 7 dias depois a criança estava tão mal ou pior que antes. Voltámos a agarrar na moça e seguimos para o hospital (desta vez era fim-de-semana e a pediatra não a podia atender). Fomos tão mal atendidos, mas tão mal atendidos, que quando saímos de lá ficámos na dúvida se tínhamos acabado de sair de um hospital privado em Lisboa ou de um hospital de campanha na Síria.

A “Doutora” que a atendeu (e ponho doutora dentro de aspas pois aquela senhora não merece o título que tem) resumidamente disse-nos o seguinte: “Estão aqui porquê!? A criança ri, come, brinca, então está perfeita! Pois claro que tem tosse, ranho e expectoração?! É normal, estamos no inverno e ela anda no infantário, estava à espera do quê?! Que não tivesse nada?! Sinceramente não sei o que vieram cá fazer. Pff…” Mandou-nos embora com uma receita de Aerius e um aviso: “… até podem dar isso à criança, mas aviso-vos já que dar isso ou não dar vai ser mais ou menos o mesmo. Ela vai continuar assim pelo menos até à Primavera!” Ham… G’anda pinta! Digam lá se isto não nos devolve a fé no nosso sistema de saúde! Devolve pois… Tanto devolve que eu saí dali e fui a correr marcar uma consulta de homeopatia…

 

Meia dúzia de dias depois deste episódio eis que estávamos nós num consultório de homeopatia. (Para quem não sabe o que é um homeopata eu explico: é um médico, não convencional, que nos manda comer legumes ao mesmo tempo que nos receita guloseimas, naturais, para tomar 3 ou 4x ao dia. Uma espécie de avó mas em vez da bata preta e agulhas de crochet ao pescoço usa uma bata branca e um estetoscópio.)

Este Dr., ao contrário da Sra. D. Bruxa do hospital, foi muito simpático. Voltou a explicar-nos que era muito normal este cenário em crianças da idade da nossa filha, especialmente estando ela no infantário, e que desde que não tivesse febre ou que a expectoração não fosse para os pulmões não havia motivos para alarme. Explicou-nos ainda que existiam algumas coisas que poderíamos fazer para acalmar a situação, nomeadamente dar-lhe outro tipo de alimentação, leite sem ser de vaca, mais leguminosas, etc… etc… E no fim receitou-nos uns grânulos para ela tomar. (verdade seja dita ela gosta tanto daquilo que eu duvido que seja mesmo remédio…). Confesso que não sou muito fã destas coisas naturais mas achei que a solução que ele apresentou era bem melhor do que todas as outras que nos haviam apresentado anteriormente.

O problema é que já se passaram 2 semanas desde esse dia e a tosse continua, o ranho vai e vem e começo mesmo a acreditar que até à primavera vai ser sempre assim. Pobre criança… E pobres de nós, claro! É que não dormir à noite, porque a pimpolha decide começar a tossir como se não houvesse amanhã, ou ter de a limpar o nariz dela 3 ou 4x ao dia não é nada agradável. Mas lá está, os pais servem para isso mesmo, não é verdade?! Se ela tem tosse, nós temos tosse, se ela tem ranho, nós temos ranho, e se ela espirra, nós espirramos também! Os pais estão contigo filha. Se é para ficar doente até à primavera então ficamos todos! COFF, COFFF.

“Ai! Ai! Pai Sofre!”