Comercial ou Não Comercial? – Rita Santos

O Optimus Alive deste ano terminou e com muita pena minha não consegui ir lá e não fui ver uma das minha bandas favoritas: Os Radiohead.

Em uma das imensas reportagens na televisão uma das jornalistas disse que os Radiohead não eram muito acessivos e que não era provável eles fazerem entrevistas. As pessoas que estavam comigo comentaram logo que eram manias e coisas de artistas e que era uma parvoiçe eles não deixarem fazer entrevistas mas será mesmo uma parvoiçe e coisa de artista?

Eu não diria que seja mania ou algo, mas quando coisas dessas aconteçem é apenas os artistas a defendem-se ou a deixar a sua posição no que toca ao acesso e distribuição da sua música. O mítico dilema de um artista, quer músico, quer pintor, quer escritor, é a forma como distribui e passa a sua arte para o publico. Há duas vias: a via comercial e a via não comercial e como é obvio, maior parte dos artistas que as pessoas conheçem decidiram pela via comercial. Nem todos os artistas acham importante ter fans, ter milhentos concertos nem irem a todos os programas de televisão e terem imensas entrevistas e acham isso apenas um meio muito baixo de pedir ás pessoas para comprar albuns e de ganharem dinheiro. Há artistas que se preocupam mais com a sua arte, ou seja, há artistas que preferem tratar da marca deles e geri-la de uma forma original, diferente, sem nenhum mecanismo por trás, independentemente de ganharem dinheiro ou não ou das pessoas gostarem. Esses artistas são considerados os aristas não comerciais, que trabalham nas artes porque querem criar e exprimir-se nas milhentas formas disponíveis sem se aproveitarem de ninguém, apenas das ideias que surgiram na cabeça deles.

Essa foi desde sempre a marca dos Radiohead e de outras bandas que infelizmente não são muito divulgadas, mas para quê? Entrevistas e divulgação só iria poluir e guiar a arte deles por outros caminhos que eles não desejam e não é por ter imensos fans que uma banda se torna boa ou é de qualidade.

Por isso, quando virem uma nada que não faz entrevistas, não pensem que é mau carácter desta, são apenas artistas que preferem ter um caminho próprio e preferem ter um controlo e não serem controlados pelos média.



Crónica de Rita Santos
Singularidades de uma morena