Constipações – Bruno Neves

Constipações. É disso que vos quero falar esta semana. Desta vez deixo-vos fazer essa cara de desagrado porque eu próprio não sou amigo das constipações. Verdade seja que não sou amigo de nenhuma doença, mas da constipação nunca seria de certeza! A constipação é o equivalente aqueles amigos chatos que todos nós temos e que aparecem sempre quando menos nos convém, sabem? Claro que sabem, todos nós conhecemos alguém assim. Aliás, aposto que estão neste preciso momento a pensar numa pessoa que se enquadra na minha descrição, é ou não é verdade? Ah pois é, só para verem os poderes deste vosso amigo!

Não há nada de bom em estar constipado. É certo que é mau em qualquer altura, mas não há pior altura que o verão. Porque no inverno ainda se percebe. Está frio, está quase sempre uma ventania que ninguém percebe bem de onde vem e como se isto não bastasse chove a potes! E perante tudo isto até é de estranhar é se não ficarmos constipados. Agora em pleno verão? Não faz sentido! Está sol e calor e nós agarrados a lenços de papel e com um nariz semelhante ao do Batatinha!

Estar constipado é algo que tem tudo para correr mal. É os espirros constantes, é a tosse chata, é a chatice de necessitarmos constantemente de um lenço sob pena de uma tragédia acontecer. Enfim, uma série de dores de cabeça (ás vezes literalmente). É que é muito desagradável estarmos constantemente a puxar do lenço e a fazermos o mesmo barulho que uma sirene dos bombeiros em caso de incêndio!

Ah, vocês pertencem aquela franja da população que consegue assoar-se em condições fazendo um barulho mínimo? Nem sonham o quanto vos invejo! É a vocês e ao manto de invisibilidade do Cavaco (sim, porque a mim ninguém me tira da ideia que ele roubou o manto ao Harry Potter, porque este seu desaparecimento da vida pública tem de ter uma explicação)! É que o meu nariz tem a constante necessidade de protagonismo e tem o som sempre no máximo, é impressionante! É que por mais que tente assoar-me fazendo pouco barulho não consigo! Neste momento a minha explicação é que deve ter sido um defeito de fabrico da geração de 90.

E depois temos de abordar o conceito dos lenços de papel. Sou o único a achar que guardar no bolso um lenço de papel cheio do que de mais nojento temos dentro de nós é algo completamente demente? Todos nós o fazemos, e apesar de dizer tudo isto eu também o faço, mas que é demente e nojento isso é! E quem diz os lenços de papel diz os de pano (ou tecido, como preferirem) obviamente.

Vão buscar os casacos do inverso passado e os cachecóis ao fundo da gaveta e tratem de os usar senão já sabem quem vos vai bater à porta em breve. Depois não digam que eu não vos avisei.

Boa semana, boas leituras.


Crónica de Bruno Neves
Desnecessariamente Complicado
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