Consulta de Osteopatia… – Ricardo Espada

Pergunta: Quantos Portugueses sofrem, diariamente, de horríveis dores na coluna? Muitos, certo? Provavelmente, devido às más posturas e as outras questões relacionadas com o trabalho. Por mais que tente, não consigo entender a expressão «O trabalho dá saúde, Ó!» (Normalmente, quando uso esta expressão, termino-a com o «Ó». Vai-se lá entender o porquê…) Porque, temos de reconhecer que isso não corresponde à verdade. O trabalho aleija, pá! E, de que maneira… A uns, de uma forma mais psicológica, enquanto a outros, de uma forma mais física. Mas é um facto: o trabalho aleija, pá!

Normalmente, quando uma pessoa sofre de dores na coluna, opta por tomar uns antiinflamatórios, tentando assim, colmatar a insuficiência física que tais dores possam causar. Outros, preferem ir a uma consulta de Osteopatia. Ora, eu opto pelas duas soluções. Recentemente, achei que era uma «fantástica» ideia consultar um Osteopata, para tentar resolver ou atenuar, algumas das dores que me assombram. Confesso, gostaria de partilhar com os leitores do +oPinião, que foi uma excelente ideia ter consultado um Osteopata. Nada me faria mais feliz… Mas, não! Não posso ocultar o sentimento de tortura que ainda perdura no meu espírito pobre e demasiado frágil. Meus amigos leitores, quero dizer-lhes que estou, profundamente, traumatizado – e fortemente dorido! Interrogo-me, se a ideia de consultar um Osteopata, deveria provocar este sentimento traumático? Não, pois não? Eu logo vi…

Tenho umas pequenas teorias sobre a Osteopatia – mais propriamente, sobre os próprios Osteopatas – que gostaria imenso de partilhar com vocês. Não é nada de muito complexo, mas eu tenho de desabafar, meu Deus! Eu preciso de desabafar! Perdoem-me os adeptos da Osteopatia – assim como os próprios médicos Osteopatas -, mas permitam-me acusar os Osteopatas, de pessoas possuidoras de um elevado prazer em provocar dor. Sim, em vez de resolver, atenuar, ou aliviar a dor no seu paciente, vocês gostam é de provocar dor… Meus malandrecos…

Assim que cheguei à consulta de Osteopatia, o senhor sádico que me atendeu, ordenou que me deitasse na marquesa. Eu, obviamente, acatei a sua ordem. Estava tudo a correr bem, quando ele começa a espetar de uma forma bastante literal, os seus dedos nas minhas costas. E foi aqui que o terror começou! Com uma elevada dose de ironia, o senhor começa a espetar os dedos e a disparar uma série de perguntas, tais como «É aqui que lhe dói?», ou «Se eu carregar aqui? Dói-lhe?», ou ainda «Se eu carregar aqui, e apertar acolá, dói-lhe?». Isto pode parecer normal, certo? Ora, o homem tem que mexer, para ver onde está o problema, correcto? Mas, e se ele ao fazer as perguntas e, após as nossas inocentes respostas, usar um tom excessivamente irónico, do género «Ai, dói-lhe? Muito bem…», e ZÁS!, espetar ainda mais os dedos, provocando um estalar e respectiva dor da coluna? Dor… Muita dor… E a expressão de prazer, escarrapachada no seu rosto? E quando ele decidiu, literalmente, subir para cima (perdoem-me o pleonasmo…) das minhas frágeis costas, aplicando valentes joelhadas na coluna, ao ponto, de a desgraçada e já débil por natureza, gritar de dor que nem uma menina? Pensando bem, não era a coluna que gritava… Mas, sim, eu…

Pergunta: Todo o Osteopata, para se formar em tal especialidade, tem de passar por várias provas de Luta Livre, certo? O conhecimento que eles têm em provocar dor nos seus pacientes, leva-me a crer que é um dos requisitos para se conseguir ser Osteopata – ter praticado Luta Livre. Ou, mesmo, a habilidade que possuem em colocar-se em cima das costas de um indivíduo. Só podem mesmo ter practicado Luta Livre. Estou cada vez mais convencido disso…

Conselho de amigo: Nunca vão a um concerto de Rock acompanhados de um amigo, cuja especialidade é a Osteapatia. Vai correr mal de certeza. A habilidade que eles possuem em «galgar» para cima das costas dos seus pacientes, leva-os a serem uns autênticos reis do Moche e do Crowd Surf. Aquilo está-lhes no sangue, meus amigos. Praticam-no todo o santo dia, com os seus clientes.

De resto – após alguma requintada pesquisa, ou nem por isso… -, quero agradecer ao criador da Osteopatia, por ter criado tal terapia. A Osteopatia foi criada pelo médico americano Andrew Taylor Still por alturas da guerra civil americana nos finais do séc. XIX.

Graças a si, estou mais próximo de visitar os meus comparsas que habitam o paraíso. Obrigadinho, do fundo do meu coração… (Raios o parta! Ah! Raios, não… Pode mesmo ser um OSTEOPATA, que é para ver o que é bom, Ó Andrew Taylor Still!)

Nota: Perdoem-me o uso excessivo das palavras «Osteopatia» e «Osteopata». Mas, trata-se de uma clara demonstração, do quão traumatizada a minha alma se encontra neste momento… Vou ter pesadelos para todo o sempre, isso é certinho…

 


RicardoEspadaLogoCrónica de Ricardo Espada
Graças a Dois
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