Contra Factos Não Há Argumentos – Júlio Silva

Contra factos não há argumentos, isto é o que se diz normalmente quando um cidadão comum é acusado de um delito e existe provas evidentes de que ele é culpado.

No entanto, a lei em Portugal parece não ser igual para todo o mundo. Ou seja, se for um pedreiro ou um empregado fabril o prevaricador, este é julgado mais coisa menos coisa no prazo de um ano, se for condenado, é logo preso e pouco mais tem a dizer.
Já se o prevaricador, for um Sr. chamado de Carlos Cruz, Hugo Marçal ou Gertrudes Nunes, já o procedimento é totalmente diferente. Uma vez que são condenados a uma pena de prisão efetiva, mas continuam em liberdade, a recorrer com processos e mais processos de tribunal em tribunal, dando-se ao luxo de nem sequer marcarem presença nos dias de audiência.

Depois, e como que não bastasse os Juízes acreditam nos relatos das vítimas mas não conseguem condenar os arguidos. Isto é o cúmulo, dos cúmulos da pouca-vergonha da nossa Justiça Portuguesa. A desculpa que o tribunal deu é que os factos narrados por uma das vítimas, não se teriam passado na altura em que esta afirmara que teria acontecido, mas sim um ano depois. Perante esta afirmação que levou o Tribunal a absolver os arguidos acima referenciados mais o Carlos Silvino, do processo Casa Pia.

Pergunto eu, então só ao final e 11 anos de processo, é que descobrem que a data desse relato dessa vítima está errado? Todo este imbróglio é no mínimo esquisito, algo de errado estará aqui a passar-se. O que é que o Carlos Cruz, saberá ou esconderá, reformulando a pergunta qual será a carta de trunfo que o Carlos Cruz terá escondido na manga para conseguir dar a volta há Justiça, ter seis anos de prisão para cumprir entre outras coisas mais e andar ainda cá fora?

A nossa Justiça é o espelho dos nossos governantes, condena os arguidos que não tem poder, e solta, perdoa e absolve os senhores de colarinho branco. Os nossos governantes, espreme os trabalhadores e oferece regalias infindáveis, algumas delas imagináveis, a empresas que se instalam em Portugal sem assegurar um tempo limite para cá ficarem a laborar. E o que é que acontece? Esses empresários, de pois de receberem essas grandes ajudas financeiras, abrem falência mudam os tarecos para outro país e mandam uns quantos de trabalhadores Portugueses para o desemprego. Noutros casos, oferecem cargos políticos a arguidos Portugueses que o são por terem praticado as mais diversas falcatruas nos anteriores cargos que ocupavam, e que foram ou ainda vão a julgamento mas que em princípio já todos nós sabemos que sairão absolvidos.

O último caso, é o regresso do ex-primeiro-ministro Sócrates que usurpou as finanças do Estado Português, tudo leva a crer em benefício próprio, deixa Portugal no estado de calamidade em que todos nós sabemos. Foge para França, e agora regressa como que fosse um herói, sobre a alçada e a convite do nosso Governo, que nem sequer é do partido do Sócrates.

No entanto, já o meu avô me dizia, que contra factos não há argumentos, no caso do Carlos Cruz, o Sr. Televisão como lhe chamavam. Ainda hoje, me custa acreditar nesta realidade, que um homem com a personalidade que ele demonstrava aos Portugueses perante o ecrã da TV, como sendo um bom comunicador, parecendo ser um bom pai, um bom chefe de família, um homem honesto enfim um homem que servia de exemplo para algumas gerações de jovens Portugueses. Desiludi-o me muito, e repetindo-me mas não contrariando a máxima do meu avô que era onde há factos não há argumentos, sendo ele quem quer que seja. O que é certo, é que tudo indica que ele é culpado, portanto e sendo ele um cidadão Português, que foi condenado a seis anos de prisão já deveria de estar a cumprir esta sentença, ordenada pelo tribunal.

Porque se fosse eu o Juiz e tivesse poder para o condenar, a condenação que eu lhe dava ao Carlos Crus ou a um outro qualquer pedófilo, seria 50 chicotadas por semana durante o tempo que estivesse preso. Sempre queria ver, se ao final de 6 anos de prisão, se sobrevivessem a este castigo, estes monstros nojentos, teriam ainda vontade de abusar de um menor.

Crónica de Júlio Silva
A opinião de Júlio Silva