Crazy Taxi – a bordo da loucura – Pedro Nascimento

Diverte-te! Diverte-te à brava. Enjoy, have a blast! Com turbo, sem turbo, com cliente ou sem cliente, derrapa pelo asfalto! Faz corta-mato pelo jardim! Acelera loucuras em contra-mão! Co’a breca: voa por cima do comboio por amor de deus !

Grande SEGA, de anos áureos, quando em 99 facultou à malta a alucinação de poder ser um lunático ao volante de um táxi desvairado. Crazy Taxi, produzido pela SEGA AM3, uma das divisões de produção da nipónica corporação, apareceu nas máquinas de arcada para soltar o condutor extravagante de uma juventude habituada a circunscrever um stop às suas perversas fantasias rodoviárias – que exagero, quem no seu perfeito juízo quereria guiar daquela forma?! É para isso que são criados os videojogos sua gente doida: a realidade é frágil e singular caramba!

Teorizar abstracções através de Crazy Taxi é, sem dúvida, um acontecimento inesperado. Engraçado, coloque-se em prática o concreto desta realidade virtual e o que acontece, sempre, é um acontecimento inesperado. Existem quatro taxistas chanfrados com automóveis únicos e imutáveis & os azarados que vão pedir boleia estão sempre no mesmo sítio, sim. Mas essa é a única estrutura pré-determinada da coisa. A partir daí cada experiência de jogo é diferente. Umas vezes colidimos em carrinhas que mais parecem paredes de betão, outras atropelamos o carrinho do homem que faz pipocas. Lá vamos conhecendo os cantos à casa – os desejos dos nossos clientes. A loja da Levis, o estádio de basebol, a igreja, o heliporto. O objectivo é simples: viajar o percurso à la Michael Schumacher, ganhar tempo e dinheiro, apanhar mais um sortudo a requerer o serviço do carro da euforia e pé a fundo no acelerador outra vez. A juntar a isto, tudo o que for virtuosismo ganha pontos – fazer aquele drift, mandar aquele jump, enfim, sacar aquele stunt. Para além da modalidade arcade existem também desafios, bastante criativos e apelativos na sua dificuldade – derrubar pinos com o táxi ou percorrer uma auto-estrada em hora de ponta a raspar, sem embater, no maior número de carros possível. O grafismo, para a época, era formidável. E a banda sonora estupenda – The Offspring e as suas guitarradas inspiravam-nos à rebeldia.

Crazy Taxi cedo migrou para as consolas e para o PC tornando-se, na altura, um dos símbolos de uma Dreamcast um passo à frente da concorrência. It’s time to get craaazy money: here we Go !

L2R2 X-Δ aqui para vocês!

curiosidade extra – Numa semana que antecede o lançamento de Halo 4 a Microsoft anunciou alguns números da franchise: 46 milhões de unidades vendidas, quase 3 biliões de dólares em receitas e mais de 5 biliões de horas “Halo” de utilizadores conectados ao Xbox Live. Impressionante. E Assustador.


Crónica de Pedro Nascimento
L2R2 X-Δ