Cresce e Aparece!

Ora viva! O leitor não sabe mas eu vou partilhar uma coisa consigo: eu sou um autêntico “caga-tacos”! Atenção, quando digo caga-tacos refiro-me a um homem baixinho e não a um porcalhão que ande por aí a defecar no chão, ok?! Muito obrigado! Então e qual é o problema de eu apenas possuir um metro e sessenta e nove de altura? O problema é que, cada vez mais, me custa andar na rua e olhar para crianças com 15 anos e quase dois dois metros. Estas crianças, aka “Gigantones”, são frutos de uma geração onde tudo é grande. As televisões são grandes, os telemóveis são grandes, os seios das senhoras são grandes (nem que sejam falsos), as casas são grandes, os carros são grandes e os pés dos jovens são, também eles, dignos de autênticos sasquashs. As únicas coisas que ainda se mantêm pequenas são mesmo as notas na carteira do pessoal (e uma ou outra pilinha alheia)! Mas porquê?! Porque será que os putos de hoje em dia são enormes?

A resposta para esta pergunta difícil é bastante óbvia, até. Os putos crescem que nem ervas daninhas em passeios, porque hoje em dia são criados em cativeiro! No nosso tempo era tudo natural. Andávamos na rua, brincávamos até tarde, sujávamo-nos todos mas no fim, quando chegávamos a casa, tínhamos a comidinha saudável da mamã à nossa espera. Hoje em dia é exactamente o contrário. As crianças passam os dias fechadas em casa, agarrados às consolas, à televisão, ao computador e sabe-se lá mais o quê… E passam os dias a alimentarem-se de junk food, o que faz com que à noite não comam a bela da comidinha caseira dos papás. (Os que ainda têm a sorte de terem pais que saibam cozinhar…)

E por falar em junk food, alguma vez ouviu falar sobre as (supostas) galinhas gigantes, sem olhos e incapazes de andar, das quais são feitos os McChikens? Este tipo de criação é, para mim, o principio da educação desta crianças. Quer dizer… Não se fazem hambúrgueres com a carne das crianças mas fora isso é tudo igual. Mete-se mais comida no bucho, mais nutrientes, mais hormonas, mais açucares, mas no fim, todos esses mais transformam-se em menos. Menos cérebro, menos inteligência, e menos capacidade de “auto desenrascanço”.
«Auto desenrascanço: capacidade dos miúdos fazerem seja o que for sozinhos. Uma característica que os “panhonhas” dos miúdos hoje em dia não possuem e na qual nós eramos peritos!)

Mas nem tudo é mau nesta história dos gigantones… Foi graças ao aumento do tamanho médio das crianças que a violência doméstica entre pais e filhos diminuiu. Quem é o pai que tem coragem (tintins) para arrear num puto, em que aos 12 anos é do mesmo tamanho que ele? Hum?! Eu não, certamente… Até lhe digo mais, eu só ainda não tive filhos (quando digo eu refiro-me à minha adorada esposa) pois tenho receio que o puto atinja a minha altura aos 6 anos de idade e me dê um ensaio de porrada se não lhe der o que ele me pedir para comprar. O que convenhamos, seria um tanto embaraçoso quando fosse às compras com ele. Já para não falar da vergonha que iria passar nas reuniões da escola e nos vissem aos dois juntos: “Ai, que menino tão grande, sai a quem? Ao pai não é de certeza…” – Raios vos partam, condições atmosféricas que se fazem sentir dentro das casas e propiciam o crescimento abrupto de menores de 18 anos!
Mas agora falando um pouco mais a sério. O grande problema deste crescimento (bastante exagerado) das crianças é mesmo o facto do cérebro não acompanhar esta evolução hormonal. O que pensando bem é novamente o mesmo que acontece às galinhas do McDonalds: cresce o corpo mas o cérebro é tão grande como uma ervilha. Conclusão da história: temos autênticos jogadores da NBA, com pés nº 47, por fora e enormes bebés por dentro.

Por isso, amigo leitor… Nunca mais repita aquela famosa expressão: “Cresce e aparece!” É que segundo parece, de tanto ouvirmos tais palavras, os nossos filhos decidiram mesmo crescer e aparecer! E à bruta!! Adeusinho e até para a semana…

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Crónica de Gil Oliveira
Graças a Dois
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