Crónicas Minhas – Especial de Natal. – Cartas ao Pai Natal

Já alguém se terá questionado o que aconteceria se alguma criança se pergunta-se sobre o modo como as cartas chegavam ao Pai Natal?

Ora bem, numa época em que todas as operadoras de telecomunicação, apregoam aos sete ventos velocidades de internet de fibra, nunca ninguém se lembrou de proporcionar ao Pai Natal velocidades fantasticas de internet. Pelo menos, o velhinho de barbas brancas poderia trabalhar e organizar melhor, a sua fábrica de brinquedos às melhores velocidades do mercado.

A questão mantêm-se, como é que as listas de brinquedos das criancinhas de todo o mundo chegam á Lapónia? Aliás, como é que nenhuma delas e lembrou de enviar um sms ou um e-mail com os seus desejos? Contudo, falamos da crise mas ninguém se importa de gastar papel, envelopes e dinheiro em selos. Aliás, já imaginaram os arquivos do Pai Natal repletos de papel, com um duende satisfeito a tratar de arquivar cada nova carta, catalogando-a e anexando o pedido para que este se dirija para a fábrica. A vida do Pai Natal seria facilitada se ele tivesse um gravador automático que cataloga-se imediatamente os pedidos e os coloca-se em fila de espera na fábrica. Por exemplo: Para pedir o novo boneco do Noddy, prima 1. Se desejar a Barbie cabeleireira prima a tecla 2. Se pretender o Nenuco que faz chichi e cocó, prima 3. Se quiser pedir o videojogo da moda prima 4. E assim sucessivamente. Assim, poupava-se o ambiente, e poupava-se nos brinquedos, pois a fábrica só iria disponibilizar os brinquedos de topo disponíveis no gravador.

E depois, o pobre duende dos arquivos ia para o desemprego.

Esse duende era recebido até mesmo acolhido com poupa e circunstancia pela segurança social portuguesa, esse tal como alguns dos desempregados portugueses, trabalha apenas um mês ou dois e recebe a ajuda do Estado durante quase um ano.

Por um lado, o facto das listas de brinquedos serem em cartas faz sentido, ninguém tem interesse em colocar o pobre duende no desemprego. Além de ficar caro para todos nós sustentar mais um desempregado nesta altura de crise, temos também que valorizar o facto de algumas tradições se manterem activas. Se ao longo dos anos já se perderam tradições e feriados que resistam pelo menos as criança que continuam a manter viva esta tradição de Natal.

Crónica de Teresa Isabel Silva
Crónicas Minhas Especial de Natal