Crónicas Minhas – Lua Cheia

Se esta crónica fosse acompanhada de uma trilha sonora, sem dúvida que eu iria escolher um lobo a uivar.
A lua cheia sempre remeteu para o mito dos lobisomens, e claro que na época em que tudo gira em torno dos vampiros e dos lobisomens, a lua cheia deixou de ser um ambiente romântico para p’assar a ser um ambiente perigoso.
Debruçamo-nos sobre a seguinte análise: A lua interfere com as marés, logo, a lua cheia causa uma alteração na quantidade das águas do mar. Até aqui tudo bem, isto é um facto cientificamente comprovado. Outro facto que está assegurado pela ciência é o que o corpo humano é constituído por 80% de água. Logo, se a lua influência as marés, será que não tem influência nos humanos?
Considerando que esta influência existe, porque é que os lobisomens são metade humano outra metade lobo? Se a metamorfose é causada pela água não seria de esperar que em vez de lobos de lobos a uivar no jardim se encontrassem sereias na banheira?
Depois, em vez de uma Buffy, caçadora de vampiros e outras criaturas sobrenaturais, teríamos um super pescador que em vez de fazer piruetas no ar, tinha uma super rede de pesca.
Mas nada disso acontece, o mito será sempre da lua cheia associada aos lobisomens por uma questão de machismo, nunca se ira suportar a ideia de jovens mulheres se tornarem em criaturas perigosas dignas das maiores produções cinematográficas do terror. Os homens são os eternos “bichos maus” e as mulheres contentam-se apenas com os papéis de bruxas más.

Crónica de Teresa Isabel Silva
Crónicas Minhas