Crónicas Minhas – Tagarela

Acho que já ninguém, diz a outrem que este é um tagarela.

Tagarela é o nome atribuído ao individuo que pratica o acto de tagarelar. Ser tagarela é conseguir falar compulsivamente opinando sobre qualquer tema mesmo sem conhecimento deste, como se não houvesse amanha…

O tagarela é muitas vezes conhecido entre o Zé Povinho por ser o típico sujeito que mata 10 e enterra 100…

Mas, seja como for, tagarelar é quase uma arte que bate aos pontos a oratória. Ninguém quer falar bem, toda a gente quer falar muito, elevar o tom de voz pelo menos uma vez em cada frase, e se possível, usar uma ou outra palavra dita “cara” retirada de um dicionário onde as definições não foram entendidas.

Um verdadeiro exemplo dos tagarelas modernos, são os políticos. Estes entram pela nossa casa, através da caixinha mágica, mascaram-se de bons oradores, mas debitam informações exageradas e pouco esclarecedoras. Também conseguem falar num tom de voz arrogante que faz sempre os ouvintes pensarem que eles sabem sempre muito de tudo e gesticulam movimentos estudados, fazendo o parlamento parecer um perfeito teatro.

Aliás, tal como os tagarelas, os políticos falam muito, mas regra geral não fazem nada, ou então quando decidem fazer seja o que for, fazem mal feito. Mas a justificação para os maiores erros da política está a tagarelice, pois tagarelar implica que o sujeito (neste caso o político) fale, mas sem conhecimento de causa, tagarelar é apenas atirar para o ar informações (no caso dos políticos leis) e quem quem as apanha é que se vê á bronca.

Crónica de Teresa Isabel Silva
Crónicas Minhas