Depressão, a doença do séc. XXI

A OMS (Organização Mundial de Saúde) declarou 2017 como o ano do combate à depressão. A ideia é consciencializar, vencer preconceitos e lacunas e fazer com que mais pessoas procurem aconselhamento e ajuda, porque a depressão pode ser prevenida e tratada. Para a campanha dar certo a OMS relembra a importância do envolvimento da comunidade, já que para muitos este tema ainda é tabu.

Embora os grupos mais susceptíveis sejam os adolescentes, mulheres que acabam de ter um filho e idosos, é preciso saber que a depressão pode afectar qualquer um!

Estima-se que a depressão atinja cerca de 25% da população mundial, ou seja, 1 em cada 4 pessoas. Muitas vezes é silenciosa,não se dá por ela até ser tarde de mais.

Causas e prevenção

A síndrome da depressão é na realidade uma ampla variedade de doenças. Existe muitas vezes uma pré-disposição genética, que torna algumas pessoas mais susceptíveis a ela do que outras. Existe nela também uma alteração química ao nível do cérebro, que afecta os neurotransmissores. O stress é uma das principais causas capaz de despoletar a depressão em pessoas com pré-disposição para ela.

Outras causas da depressão podem ser, por exemplo, acontecimentos marcantes na vida (divórcio, desemprego, morte de um familiar…), traumas de infância (abusos, bullying, negligência…), doenças graves, alterações hormonais, uso de remédios, álcool ou drogas, etc.

Embora não sejam medidas 100% eficazes existem algumas pequenas atitudes diárias que podem ajudar à prevenção, tais como:

  • Exercício regular
  • Dormir a quantidade certa de horas
  • Ter uma alimentação saudável
  • Cuidar da sua saúde regularmente e tratar convenientemente outras doenças que já existam
  • Evitar a negatividade
  • Fazer meditação
  • Ocupar-se com actividades de que gosta
  • Ter uma rotina equilibrada (sem excesso de trabalho por exemplo)

Sintomas

Depressão

A depressão é já muitas vezes considerada a doença do século XXI. Apesar disso e devido ao estigma os sintomas passam muitas vezes despercebidos e muitos pacientes nunca chegam a receber o diagnóstico associado.

Alguns sintomas podem ser:

  • Angústia, tristeza, frustração, desânimo, desmotivação
  • Fadiga, cansaço e perda de energia
  • Sentimentos de inutilidade
  • Sentimentos de culpa e de incapacidade
  • Falta ou excesso de apetite, alterações no peso
  • Perturbações do sono
  • Problemas de concentração
  • Diminuição do desejo sexual
  • Irritabilidade, ansiedade e angústia
  • Manifestação de sintomas físicos, como dores musculares, dores abdominais, problemas digestivos, enxaquecas, etc…
  • Perda de interesse em actividades que antes eram prazerosas, apatia
  • Falta de vontade e indecisão
  • Falta de confiança e de auto-estima
  • Dificuldade em reconhecer/corresponder ao afecto das pessoas em redor
  • Pensamentos frequentes sobre morte ou suicídio

Diagnóstico e tratamento

Tratamento

É importante lembrar que depressão e tristeza não são a mesma coisa. Embora seja comum as pessoas dizerem-se deprimidas quando estão tristes, tal não é correcto. A tristeza é um dos sintomas da depressão, mas ela sozinha não basta para a diagnosticar. Ficar triste quando nos acontece alguma coisa de mal é normal. Para o estado da pessoa ser considerado depressão tem de ser mais prolongado (habitualmente mais de duas semanas) e suficiente para interferir nas actividades diárias normais na maioria dos dias. As depressões são classificadas como sendo leves, graves ou moderadas.

Nem sempre é fácil identificar a depressão em alguém próximo a nós pois muitas vezes a pessoa deprimida não parece deprimida. Sintomas mais subtis incluem a perda de interesse em actividades de que a pessoa costumava gostar, ausência de planos para o futuro, isolamento social, entre outros. Sem tratamento os sintomas podem permanecer por meses ou mesmo anos e levar ao suicídio. Por isso é importante estar atento e procurar aconselhamento médico.

É de salientar a importância de um diagnóstico preciso e precoce. Quanto mais avançada estiver a depressão aquando do seu diagnóstico, mais difícil é o tratamento, que pode mesmo exigir internamento. Para quem dela padece é ainda mais importante que a comunidade em que se insere, bem como aqueles que lhe são mais próximos estejam sensíveis à situação, sejam compreensivos e apoiem.

O tratamento mais eficaz normalmente é aquele que alia medicação e psicoterapia cognitivo-comportamental mas existem vários tratamentos, tal como vários tipos de depressão (depressão profunda, sazonal, distúrbio bipolar, distimia, etc…), que só um especialista pode e deve diagnosticar. É importante procurar ajuda.

Um pouco mais sobre a depressão: