Detesto mimos! – Gil Oliveira

Detesto mimos! Detesto, pá! Ah, peço desculpa, nem sequer o cumprimentei. Olá, amigo leitor. Tudo bem consigo? Espero que sim. Cumprimentos à família e um bem-haja para si. Pronto, agora que já cumpri as regras de boa educação posso continuar com o que estava a dizer… DETESTO MIMOS!

Mas atenção, não me refiro a miminhos, carícias ou aqueles tipos vestidos de preto e branco, às riscas, com a cara pintada de branco e que gostam de andar a seguir as pessoas como se fossem a sua própria sombra. Esses até têm piada… (Gosto especialmente quando eles fingem esbarrar numa parede invisível e depois começam a tactear à procura da porta para saírem por ela.) AH! AH! AH! Que tontos, pá! Às vezes até os tento imitar mas confesso que quando sou eu a fazer parece que a parede invisível tem tantos buracos como uma tábua cheia de caruncho…

Também detesto o caruncho! Quer dizer, até gosto da palavra: Caruncho! Acho que se tivesse um cão chamava-lhe Caruncho. (Já estou a imaginar um Pitbull chamado Caruncho maluco por feijão e cereais, eheh.) Há uns anos atrás tive um gato chamado Bolor mas arrependi-me logo. É porque como eu não digo a letra L, quando chamava o raio do bicho soava assim: Buour anda cá!! Pst, pst, Buour… anda cá, Buor! E isso não tinha piada. Pelo menos para mim.

“Ó Gil, então mas tu vais dizer que mimos é que detestas, ou vais ficar a falar dos teus animais e problemas na fala?!” – Tem toda a razão, peço desculpa. Eu quando disse que detestava mimos estava a falar no sentido figurado. Estava-me a referir às pessoas sem identidade própria, que fazem exactamente o que os outros fazem só porque é fixe. As chamadas “Maria vai com todos” que não têm poder de decisão ou que optam por não fazer determinadas coisas só porque podem chocar os outros… Não pode ser assim, pessoal! Temos que ser nós próprios… Quer fumar, fume! Quer beber, beba! Quer votar neste ou naquele? Vote! Quer correr nu estrada fora? Força! Mas faça-o porque lhe apetece e não porque os outros o fazem ou porque lhe dizem que é fixe.

Amigo leitor, num tempo em que já somos “obrigados” a fazer tanta coisa para poder sobreviver neste mundo animal, a nossa personalidade e livre arbítrio é a única coisa que ainda nos resta… Se quer andar por aí a imitar os outros ao menos faça-o com estilo. Vá buscar a base da sua mãe, vista umas leggins pretas, uma blusa as riscas pretas e brancas e vá para a Rua Augusta seguir “camones” (já que é para imitar alguém ao menos imite alguém que está de férias).

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Crónica de Gil Oliveira
Graças a Dois
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