This Mark Knight's cartoon published by the Herald Sun depicts Serena Williams as an irate, hulking, big-mouthed black woman jumping up and down on a broken racket. The umpire was shown telling a blond, slender woman — meant to be Naomi Osaka, who is actually Japanese and Haitian — "Can you just let her win?" (Mark Knight/Heral Sun-News Corp. via AP)

Deu os cinco minutos a Serena!

Ténis, americanos, japoneses, final do Us Open, a veterana Serena Williams contra a novata Naomi Osaka, tinha tudo para correr bem e ser um excelente jogo de ténis até ter dado os “cinco minutos” a Serena…não perceberam leitores? Não sabem a que me estou a referir ? Suponho que andam demasiado preocupados com o futebol, Varandas, Pintos e Bigodes,  esqueçam essa palhaçada e desfrutem de noticias verdadeiramente importantes.

Serena Williams é uma das melhores tenistas do mundo, uma das desportistas mais influentes e é a tenista mais rica do mundo também. Ganhou 23 torneios Grand Slam, 14 vitorias em dupla com a sua irmã Vénus, três medalhas de ouro olímpicas em dupla novamente com a sua irmã, uma medalha de ouro olímpica em simples, cinco títulos de WTA finals, conquistando assim 71 títulos de simples, além de ter estado no pódio do ranking mundial durante 290 semanas. Serena já conquistou tudo o que havia para conquistar, perante estes números seria de esperar que Serena estivesse realmente serena no campo de ténis, pronta para derrotar uma franzina japonesa que mal tínhamos dado pela sua presença. Mas Naomi ganhou e continuamos sem dar pela sua presença, a sua vitoria merecida foi completamente engolida pela furacão Serena que, após uma penalização por parte do juiz português Carlos Ramos ( dá-lhe tuga ), por alegadamente ( as imagens não mentem, sim, o treinador é um borracho ) ter recebido instruções do seu treinador, Serena passou-se da cabeça, deu-lhe os cinco minutos, subiu a mostarda ao nariz, partiu a raquete e dirigiu-se a Carlos Ramos em fúria desmedida, com insultos graves, ameaças, apelos à maternidade, ao racismo, sexismo e sabe lá mais Deus o que é que a preta lhe disse, logo eu que não sou racista. Tal atitude fez-me lembrar as mães que ficam na porta da escola a fazer “uma esperinha” à professora de matemática, porque esta colocou o filho santo de castigo. É quase a mesma coisa, a única diferença é que na porta da escola não há raquetes para partir.

Eu sou feminista, defendo os direitos das mulheres, sou totalmente a favor da igualdade salarial, profissional e sobretudo social, abomino qualquer acto machista e discriminatório, qualquer palavra ofensiva dirigida às mulheres, mas não posso concordar de todo com a atitude da tenista. Ser feminista não é fazer uma birra colossal, partir raquetes, ofender as pessoas e achar-se no direito de não pedir desculpas, isto não é feminismo, isto é falta de educação. Não gostou de perder, não gostou de ser penalizada, temos pena, para a próxima fica em casa a ver o jogo pela televisão e a comer um hambúrguer xxl americano.

Admiro a postura e paciência do juiz tuga Carlos Ramos ( também me admiro por estar a defender e a elogiar um homem, que é coisa rara para estes lados ), perante tanta agressividade, ter mantido a calma e o discernimento de fazer o que estava correcto. É muito provável que daqui a dez anos, o nosso juiz seja concorrente num reality show reles americano com o mote: o trauma depois de Serena.

Se estamos a falar de excelente postura e boa educação, temos de dar o duplo parabéns à tenista vencedora Naomi Osaka, não só pelo excelente jogo que lhe concedeu a vitoria mas, também, pelo seu comportamento ao receber o troféu, em lágrimas disse: “ Eu peço desculpa por ter ganho, porque sei que todos vocês estavam aqui para ver a Serena vencer!”, humildade quando se está no pódio não é ser apenas feminista, é ter carácter.