Devagar se vai longe… – Teresa Isabel Silva

Novo ano, crise antiga e empregos que não garantem que uma pessoa sobreviva para ver o próximo ano chegar.
Mas toda a gente sabe que as maiores torturas são aquelas que se fazem lentamente. E a meu ver acho que é nisto que o nosso sistema está a pensar.

Com um orçamento de estado aprovado numa altura em que ninguém sabe como, e só sabe quando, é de esperar que os portugueses se sintam torturados.

Com a entrada de 2013 os meteorologistas prevêem chuvas fortes de manifestações, ventos germânicos a invadirem toda a Europa, e claro um calor tropical que vai deixar os portugueses pelados.

Mas como devagar se vai longe é tudo uma questão de pensamento positivo. Um dia de cada vez 2013 vai passar rápido. Tão rápido que quando dermos conta estamos a ouvir o Presidente da república a fazer o seu novo discurso de início do ano, e estamos a enfrentar o novo orçamento de estado.

Estas são algumas pérolas da lentidão portuguesa. E acreditem que se estas “pérolas” tivessem algum valor, Portugal neste momento era um país rico e a crise já estaria solucionada á muito tempo.
Mas sejamos positivos, afinal de contas a esperança é a ultima a morrer, e com tantas pérolas vamos acreditar que depois da crise vão existir valores nos cofres portugueses. E por cofres entendam-se as nossas mentalidades!

Mas foi devagar, devagarinho que os lusitanos conquistaram o território que hoje se chama Portugal. E foi ainda mais devagar, tipo como quem não a quer a coisa, que o Durão Barroso partiu para longe, para ser presidente da comissão europeia.


Foi ainda mais devagar que os submarinos apareceram em Portugal, e é igualmente lenta e dolorosa a maneira como Portugal se afunda. Pelo menos o investimento em submarinos foi afinal de contas, com um propósito: Não deixar Portugal se afundar (muito).

Mas visto bem, pelo menos existe uma coisa que em Portugal ocorre muito rápido. Aliás tão rápido como aqueles pensamentos absurdos que de vez enquanto trespassam a nossa mente. Estou a falar das ideias do primeiro-ministro e da noção que ele tem de governar.
Aliás a velocidade das ideias é tão rápida que o processamento das mesmas é feito tal como as pipocas que compramos no cima. Mas a verdade seja dita, pelo menos no cinema as pipocas são doces para tratarem as amarguras da vida.

Crónica de Teresa Isabel Silva
Crónicas Minhas