Diagnóstico errado ou diagnóstico simplesmente apressado? – Sabine Borges

Será que já alguém reparou que o número de casos de depressão tem vindo a aumentar?
Que, infelizmente, cada vez mais as pessoas são diagnosticadas com essa perturbação?

É certo que o facto de existir uma crise deste nível em que as vidas das pessoas deram uma grande volta, em que só existem dificuldades e os recursos são cada vez mais escassos, a tendência para “ir a baixo” e sentir-se “em baixo” é maior.

No entanto, não posso deixar de reparar, quantas pessoas vão ao médico com dores de cabeça, cansaço físico ou simplesmente alguma ansiedade ou dificuldade em dormir e são automaticamente diagnosticadas com depressão pelo médico de serviço?
A maioria.

Agora pergunto, esse diagnóstico é baseado, fundamentado e comprovado como? Não me parece que nas urgências, os médicos de serviço sejam psiquiatras e muito menos psicólogos. Contudo, esse diagnóstico é dado. Medicação é prescrita. Mas porquê? Não foi feita nenhuma avaliação apropriada…será uma forma apressada de diagnosticar e “passar ao utente seguinte”?

Não posso deixar de alertar para o facto de médicos, apesar de serem grandes profissionais e até terem bases que permitam ter uma forte nuance do foro psicológico, não são indicados para isso. São inúmeros os casos de diagnósticos de depressão e prescrição de respetivos medicamentos, sem tal ser confirmado. Muitos desses casos estão longe de ser depressão e a própria medicação afetará, sem necessidade, o próprio foro psicológico, podendo ter efeitos secundários não desejáveis.

Apenas quero deixar claro, nesta crónica, que quando forem diagnosticados com uma depressão, certifiquem-se de ou sê-lo por um psiquiatra/psicólogo ou de recorrer a uma segunda opinião.

Não se fiem na primeira nem tomem medicação sem ser necessário. Nesta época de crise é melhor ter atenção.

SabineBorgesLogoCrónica de Sabine Borges
Cada caso… é um caso