Diário de uma Divorciada – A instituição casamento

Tenho o prazer único de poder partilhar a história da minha amiga Telma, textos repletos de sátira, textos reveladores de uma profunda tristeza e honestidade, são de facto textos que detalham a vida real e a fase de mudança que a Telma está a vivenciar. Ponderei muito antes de partilhar estas palavras com os leitores mas relembrei o poder transformador que as palavras detém, se o testemunho da Telma ajudar nem que seja uma mulher a sentir-se bem com as suas decisões e escolhas, então valeu a pena.

Diário de uma divorciada  – A instituição casamento

O ambiente vivido num tribunal é tenso, frio, sofrido, nefasto, triste…duas pessoas que um dia viveram juntas, casaram, construíram as suas vidas juntos, constituíram família, criaram os seus filhos, adotaram animais, fizeram amor em sua casa, disseram amo-te vezes sem conta, fizeram planos para futuras viagens, imaginaram a sua velhice juntos, imaginaram os filhos a crescer, um final de vida de mão dada com o amor de uma vida…sentados num banco frio de um corredor do tribunal, a descruzarem olhares, aquelas duas pessoas não se conheciam mais. Quanto de nós se perde no final de um casamento? Como se gere uma culpa que esmaga? Como explicamos a um filho que também está nesse mesmo banco de tribunal para ser ouvido por um juiz, que a mãe fez o que era melhor para ela, mesmo que isso implicasse o seu sofrimento? Aonde vamos buscar a força que precisamos para lidar com o final de uma história que começou quando ainda eram dois adolescentes apaixonados? A Telma não sabe como conseguiu, mas conseguiu. A vida, talvez seja mesmo isto: Não sabemos muito bem como a viver, mas vivemos e ultrapassamos, a vida avança e nós aprendemos.

Com o passar dos anos o homem que escolhemos para a nossa vida torna-se um amigo de longa data, mas a mulher não casou com um amigo, casou com um homem. Com o passar do tempo esse amigo torna-se um conhecido, mas a mulher casou com um homem, não com um conhecido. Com o passar da vida, demasiadas vezes pesada pelas mágoas e frustrações, esse conhecido passa a desconhecido, mas a mulher casou com um homem, não com um desconhecido. No final já não sabemos quem é a pessoa com quem jantamos todos os dias e que todos os dias dorme ao nosso lado. O casamento tinha finado.

Não queiram ter uma mulher infeliz ao vosso lado, uma mulher infeliz é insuportável. É impossível lidar com uma mulher que está no seu limite, é o inferno dentro de quatro paredes. Telma tornou-se em tudo aquilo que ela detestava, não havia nada nela que fosse ela, sentia-se tão miserável que até lhe custava respirar, uma fonte inesgotável de frustração, desconforto, mágoa, vergonha, culpa, ansiedade e tristeza. De quantas tentativas falhadas vive um casamento? Qual é o momento em que dizemos Basta? Se um homem não sabe como fazer a sua companheira feliz então que a liberte, não a condene a uma relação limitadora, não lhe corte as asas quando ela quer tanto voar. O amor não é isto, nunca foi. O amor tem de ser leveza, paz, tranquilidade e luz.

Luz e brilho foi o que Telma sentiu quando saiu do tribunal, tinha nascido uma nova Mulher! Não se enganem com as vossas palavras interiores, o casamento terminou mas vocês não, ainda vamos a tempo de sermos aquilo que bem entendermos e sermos as gajas mais felizes do mundo e arredores. Não se limitem, somos muito mais do que aquilo que fizeram de nós.

” Estás exatamente onde devias estar “

O Universo

 

Próximo capítulo: O sonho de qualquer homem.