Dissertação sobre os testículos de Rui Rio

Podem dizer que é um político sem carisma, podem dizer que não faz a oposição devida ao executivo em exercício, podem até dizer que não consegue ser um líder no seu próprio partido, mas que ninguém coloque em causa o tamanho dos seus testículos, porque ele provou, além de os ter no sítio, tê-los em considerável tamanho.

E não é por ter a mesma opinião sobre a Eutanásia, não é. Estão livres de duvidar, mas acreditem que não é. Nem tão pouco por concordar com a sua decisão de deixar os deputados do PSD livres para votar com a sua consciência individual numa decisão, que será sempre polémica.

O facto é que era de todo mais fácil para um líder de um partido de direita apoiar o “não” a esta prática, era mais fácil e mais lógico, claro está, na lógica da “compra” do voto. Rui Rio foi forte e não se deixou ir pelas facilidades.

E isto atinge ainda mais valor, quando o partido a que preside se encontra esvaziado de causas que o distingam do partido do governo, até as contas públicas em ordem, grande bandeira do PSD, o PS conseguiu, com mérito próprio ou da conjuntura internacional favorável não é importante, o que é importante é que até nisso o PSD foi esvaziado, pelo que, enjeitar o aproveitamento político da Eutanásia para mobilizar o eleitorado laranja foi de homem.

Nesta decisão, existe muito pouco a ganhar, porque não estou a ver os mais extremistas defensores do “sim” a deixarem de votar no BE ou no PS para votarem no PSD, e muito a perder, porque os mais extremistas defensores do “não” podem deslocar-se do eleitorado mais ao centro-direita e passarem para os “CHEGAS” deste mundo.

Concorde-se ou não com a sua decisão, uma coisa tem que se reconhecer, a mesma tem uma dose colossal de coragem política. Numa questão tão dada a demagogias baratas, o homem foi isso mesmo… um homem.