Ditadores: como conquistar o Mundo em 9 passos

Caros leitores,

Em 1948 a Humanidade deu um passo significativo rumo à humanização da sua (irónica) existência: proclamou a “Declaração Universal dos Direitos Humanos”. Nesta estabelece os princípios gerais, fundamentais, do comportamento humano, não só perante os seus pares, mas, essencialmente, dos Estados perante os seus cidadãos.

Grande parte dos países veio a aceitar estes princípios. E a consagrá-los. Aceitá-los nas suas Leis, Constituições, e documentos oficiais, oficiosas (e ociosas) vias de cumprimento da disparidade sociopolítica. Mas tal como é meu intento obter um chorudo cheque, através dos 2 ou 3 leitores desta mesma crónica, também é possível a similares pessoas “falharem” redondamente no cumprimento de tão saudosos objetivos.

Assim se comportaram os maiores ditadores da história. E assim tentam aprender os seus minion’s, e os recentes wannabe’s: Kim Jong un, José Eduardo dos Santos, Putin e companhia (i)limitada.

Ora, se o leitor, tal como eu, detém a secreta ambição de conquistar o Mundo, então deixo-lhe aqui os segredos para o fazer, de forma simples, concreta e escorreita, com sorte, utilizando o sangue dos seus inimigos, ao mesmo estilo que Edward se banqueteou com o sangue de Bella, naquele que seria o verdadeiro final épico da série Twilight:

  1. Reúna uma rede social extensa de amigos. Seja proactivo, use o Facebook, o Linkedin, etc, vá a umas festas, procure em Fóruns da especialidade. Eles serão fundamentais para o ajudar a crescer no competitivo Mundo de ditadores Wannabe. Poderão ajudá-lo de diversas formas!
  2. Conglomere a sua rede social e organize os seus amigos por áreas. Cada um tem as suas capacidades, e não se esqueça que você não domina todos os conhecimentos!
    1. Tenha especial atenção a informáticos: eles serão a primeira linha de combate àqueles que lhe tentarão fazer frente, no Mundo Internético
  3. Assegure-se de que o público gosta de si. Para isto precisa de uma boa imagem, de falar bem. Assim, poderá defender as ideias mais interessantes para a sua governação, sem ter a oposição desses tipos partidários… Para que serve, de qualquer forma, que estes tenham opinião?
  4. Candidate-se a cargos públicos. Ah, e é como Mourinho diz: é para ganhar! E assim que ganhar…
  5. Altere as leis e construa o seu Estado a seu bel-prazer! Com novas Leis… Silencie os seus opositores! O tio Putin gosta disto assim mesmo…

De seguida tem duas opções: a militar (forme um exército enorme e conquiste o Mundo) e a diplomática. Abordemos esta última. Que de diplomática tem, necessariamente, a negociação inerente, ora vejamos:

  1. Contrate os melhores informáticos que conseguir e comece a “reformar” o sistema de informações. Tome conta primeiro do seu país, e depois, avance para os seus vizinhos,
  2. De seguida, encete “negociações” com os países vizinhos, enquanto os estrangula com os sistemas informáticos e coloca uns quantos militares nas fronteiras.
  3. Repita para todos aqueles que o rodeiam.
  4. “Silencie” os seus opositores e…

Parabéns! Conquistou o Mundo!

E se nada disto resultar… Não se preocupe, caro leitor, eu tenho uma sugestão infalível:

  1. Tire um curso de economia numa qualquer universidade (não interessa que seja pública ou privada, mas Maria Luís Albuquerque tirou na privada…),
  2. Insira-se em organismos públicos e “escreva umas coisas” (tem como exemplo o professor da Universidade Lusófona e escritor Nuno Ferreira, que escreveu um livro que ensina os estudantes a terminarem os seus cursos copiando, e sem o mínimo esforço), de forma a ganhar algum destaque,
  3. Ao fim de algum tempo, candidate-se a organismos internacionais de gestão dos países e verá que, em menos de nada, irá estar no FMI (Não será necessário referenciar, o ex-ministro Gaspar…)
  4. De seguida, empobreça os habitantes de forma a tirar o máximo de rendimento possível para os seus amigos multinacionais e… Voilá! Conquistou uma parte do Mundo!

Os meus parabéns.

O que é mais importante? Os interesses de um conglomerado estatal ou os cidadãos? Por favor… Obviamente que os interesses de uma elite são superiores às de todos… Ou pelo menos… É isso de que nos tentam convencer.

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