Diz-se cupon ou cupão? – Gil Oliveira

Olá pessoal! Como vai isso? Tudo em cima? Espero bem que não! Convém que estejam algumas coisas em cima e outras em baixo, porque senão o amigo leitor seria uma pessoa cheia de membros superiores e nenhum inferior… O que, parecendo que não, era coisa para ser chata!

E pronto, graças à minha imaginação fértil já estou a imaginar um leitor – só da cintura para cima – a ler o meu estapafúrdio de hoje e depois a agarrar num skate e deslizar por aí a fora… Eheh, eu sei, eu não deveria ser assim, mas não consigo evitar. É mais forte que eu. Sempre que um pensamento maldoso surge na minha mente, tenho de o partilhar com alguém. É como quando se tem gases, se eles aparecem de repente, há que os soltar! Já o grande sábio Shrek dizia: “Mais vale sair do que conter!”.

E pronto, agora que reduzi substancialmente o número de pessoas que está a ler este texto, posso falar-lhe livremente sobre o tema que me trouxe hoje aqui: Cupões!
É certo e sabido que poderíamos ficar dias e dias, a fio, a falar sobre cupões. Mas, visto que não temos esse tempo todo, irei directo às questões mais importantes sobre esta maravilhosa invenção da sociedade:

1º Diz-se cupões ou cupons? Eu sempre disse cupões. Mas depois de repetir a palavra para aí umas 30 vezes e começou a soar-me estranho… Será que afinal é cupon? Se bem que acho que se repetirmos outra palavra qualquer, umas 30 vezes, vai acabar sempre por soar estranho… Ai não acredita? Então experimente lá e depois diga-me qualquer coisa…

2º Que mania é esta dos hipermercados agora mandarem estes malditos papelinhos para casa? Eu lá preciso que o Continente me mande um cupão a avisar que a melhor altura para ir às compras é entre 28 de Julho e 5 de Agosto, só porque tenho um bónus de 5€? Ou 25% de desconto em fiambre de peru Campofrio? Ou ainda 50% em carne de bovino da secção do talho?! Eu vou às compras quando quiser, olha agora! Já não bastava a minha mãe, quando eu era mais novo, obrigar-me a ir às compras quando ela queria, agora tenho que ir às compras quando o Continente quer, não?!

3º E já agora, porque é que os cupões se transformaram em cartões de desconto? Antigamente, receber um cupão significava que quando chegássemos à caixa e entregássemos o dito cujo à menina – atenção, quando digo ‘dito cujo’ refiro-me ao cupão, não se ponham a pensar em porcarias… – faziam-nos um desconto na compra. Agora, para além de termos que comprar os produtos que os hipermercados querem – e é se queremos aproveitar o descontinho – ainda temos que esperar para gastar os euros para a próxima vez que lá formos. Olha que isto, hein!?

4º Agora vou falar de outro tipo de cupons (ou cupões). Os cupões das promoções da internet. Quer jantar num restaurante todo XPTO que normalmente é caro, mas hoje está barato?! Então compre aqui este voucher, depois espere 3 dias até que a oferta termine, a seguir ligue para o restaurante para saber quando têm vaga, marque, e só depois é que pode ir lá jantar… Isto claro, se entretanto não tiver passado a validade do voucher (nome chique para cupão). Ora então, se eu fui à internet à procura de um restaurante para jantar, é porque me apetece jantar fora hoje! Não daqui a 2 semanas!!

5º Agora só para terminar e porque eu sei que textos longos são chatos e aborrecidos de se ler… Então e os cupões das revistas? Agarramos numa daquelas revistas de “gaja” e diz: “Compre esta revista e beneficie de 250€ em descontos por todo o país”. A mulher compra – até porque lhe está no sangue, é impossível uma mulher ver um saldo ou promoção e não comprar nada – e quando vai a ver, não há lá nada que interesse. Não se faz…

Inventor dos cupões, deixa-me que te diga uma coisa: Tu és grande! Mas sabes o que era uma maravilha?! Era enfiares os cupões… Num sítio onde o sol não brilha!

Obrigado a todos por terem lido este texto, mas agora tenho que me despachar para ver se ainda apanho o Minipreço aberto. É que tenho aqui um vale de desconto de 50% em gelados da marca DIA e estava-me mesmo a apetecer um geladinho…

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Crónica de Gil Oliveira
Graças a Dois
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