Do teu padrinho, com amor – Bruno Neves

Se contarmos todas as horas, todos os minutos e todos os segundos que contém a nossa vida desde que nascemos até ao dia em que, inevitavelmente, viremos a falecer percebemos a real dimensão daquilo que vivemos. Mas no meio de tantos risos, esgares de dor, gargalhadas, lágrimas, alegrias, tristezas, convívios com amigos ou discussões com inimigos os momentos que realmente ficam (bons e maus) são realmente poucos. Nunca esquecerei a primeira canção da qual soube a letra de ponta a ponta ou o dia em que soube que tinha entrado para a Universidade. Mas o dia 30 de Setembro de 2007 é verdadeiramente especial.

Foi nesse mesmo dia que nasceu a minha afilhada. De cada vez que recordo esse dia penso como é possível o tempo ter passado tão depressa. À data em que escrevo estas palavras assinalam-se exactamente seis anos de tão importante efeméride na minha ainda jovem vida.

Lembro-me perfeitamente do momento em que soube que seria padrinho. Foi-me oferecido um par de botinhas cor-de-rosa do tamanho mais reduzido que existe, acompanhadas de um cartão. Nesse cartão estava um grande segredo: a gravidez ainda era desconhecida para toda a restante família e assim teria de se manter durante mais algum tempo (mais concretamente até ao aniversário do meu avô onde lhe seria desvendada a surpresa). Ser padrinho era algo que ambicionava, e pedia, há muito tempo e como tal ver finalmente esse desejo tornar-se realidade foi um momento de pura felicidade.

Um dos episódios que marcou a gravidez aconteceu numa das consultas mensais de acompanhamento da gestação. O casal entrou para a consulta e posteriormente apontaram para mim e chamaram-me. Eu e a minha querida progenitora tínhamos ido “apenas” acompanhar a consulta, era um momento importante e queríamos estar presentes (mesmo que apenas na sala de espera). Obviamente que eu pensei que estariam a chamar a minha mãe e não a minha pessoa. Informo então a minha mãe que, convenientemente, estava distraída a ler uma revista, quando sou surpreendido por um “não, eles estão a chamar-te a ti, querem que assistas à consulta”. O meu coração parou por instantes e juro que por momentos julguei que fosse brincadeira. Mas não era, tudo estava já combinado, e eu tinha acabado de ser surpreendido. Entrei e assisti à consulta. Vimos o feto a mexer-se e ficámos a saber que era uma menina e nesse momento chorei de felicidade. Dias como este nunca se esquecem, passe o tempo que passar.

Hoje, passados seis anos, já vivemos juntos momentos absolutamente inesquecíveis. Trocámos sorrisos, partilhámos gargalhadas e fomos protagonistas de brincadeiras sem fim em mundos de fantasia onde tudo é possível.

Que me desculpem os leitores mas tenho agora de falar directamente para a minha afilhada. Afilhada: mudaste para sempre a minha vida. Dás-me força, energia, alegria e fazes-me lutar e acreditar num amanhã melhor e mais sorridente. O teu sorriso, o teu abraço e um beijo na minha face fazem com que me esqueça de todos os problemas e de todas as contrariedades da vida. Sou um padrinho babado e admito-o sem qualquer problema ou vergonha. És a mulher mais linda à face da terra e é em ti que penso de cada vez que me deito e de cada vez que acordo.

Passem os anos que passarem, venha quem vier, eu serei para sempre teu “padinho”. E tu serás para sempre a minha “jóia”.

Feliz aniversário afilhada. Que venham muitos, muitos mais e que a sorte, a saúde, o sucesso e a alegria estejam sempre presentes na tua vida e que eu possa acompanhar-te e ajudar-te sempre que necessites.

Do teu padrinho, com amor.

Boa semana.
Boas leituras.

Crónica de Bruno Neves
Desnecessariamente Complicado
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