Dress code dos ciclistas de domingo – Laura Paiva

Existe um dress code para os ciclistas que passam na minha rua, ao Domingo pela manhã! É real… e provoca-me arrepios!

Na rua onde moro, ao Domingo de manhã, é vê-los sorridentes e bem dispostos.
Quer chova, quer faça sol reúnem-se para o café matinal, acompanhados das suas máquinas (sim, porque fiquei a saber que aquelas bicicletas são mais caras do que alguns veículos de quatro rodas) que estacionam ao longo do passeio.
Inundam fisicamente o estabelecimento comercial e as conversas penetram nos ouvidos de todos os presentes. São bons para o negócio.
Não vejo nenhuma mulher entre eles – provavelmente é um grupo onde “menina não entra”.
São de todas as idades – jovens, jovens adultos, adultos e seniores.
Em comum o gosto pela pedalada, pelo convívio, pelo grupo, por uma actividade saudável e talvez por outras coisas que não sei.
Imagino que aquilo seja mesmo uma paixão –  ir pedalar às oito da manhã de todos os Domingos, com aquela alegria, não é para todos. Decididamente não o seria para mim. Não pelas oito da manhã, não pelo Domingo mas porque (dizem) tenho mau despertar…

Voltando ao que aqui me trouxe: o dress code daqueles ciclistas.
Ao ver homens em fatos integrais de lycra, quer sejam calções ou calças, é inevitável reparar na diversidade de constituições físicas presentes. É inevitável e arrepiante…
Perceber todos os contornos e protuberâncias daqueles corpos estranhos, principalmente antes do pequeno-almoço, é algo que arruína por completo o meu dia!
Quando montados nas suas bicicletas, tudo passa despercebido mas quando estão apeados, o caso muda de figura.
Com todo o dinheiro que gastam em equipamento, porque não compram umas saídas de praia?
Mas pergunto: antes de saírem de casa, olham-se ao espelho? Se sim, gostam do que vêem? Acham que fazem uma figura digna de ser apreciada, chegando mesmo a roçar o sexy?
Não, Srs. Ciclistas, essa figura não é sexy nem ao Domingo nem em qualquer outro dia da semana e garanto-lhes que passei a olhá-los como os José Castelo Branco do Ciclismo!

 

Crónica de Laura Paiva
O mundo por estes olhos