Dúvidas Existenciais Que Realmente (Não) Interessam…

Ora viva, caríssimo e esbelto leitor. Visto daqui, parece-me que está em grande forma física. Tem feito exercício, ou sou eu que preciso urgentemente de consultar um oftalmologista (ou, pensando melhor, um psicólogo…)? Seja o que for, continue assim que está resultar em pleno.

Bom, mas deixemo-nos de conversa fiada, e vamos ao que interessa. Ou seja, vamos à crónica Vida de Cão de hoje.

A crónica de hoje é um pouco diferente, pois trata-se de uma tentativa de eu ver algumas das minhas dúvidas existenciais completamente dissipadas – até porque eu sou um indivíduo que sofre dessa gravíssima patologia, denominada de: “Besta-que-pensa-mais-do-que-devia-sobre-coisas-que-realmente-não-interessam-nem-ao-menino-Jesus”.

Sem mais demoras, passo a apresentar algumas das minhas dúvidas existenciais, na esperança que o esbelto e estimado leitor perca segundos da sua vida – primeiro a ler a crónica – a partilhar comigo as suas ideias e, quem sabe, a dissipar estas minhas dúvidas.

1ª Dúvida Existencial

“Depois de uma abastada refeição, pode-se, ou não, tomar um belo banho logo de seguida?”

Existe o mito de que tal coisa é impensável, porque pode-se “bater as botas” e ir fazer uma visita ao Criador mais cedo do que estava previsto. Para não mencionar a forma estúpida que é falecer completamente nu, com o corpinho repleto de sabão. Há formas mais dignas de se falecer, caramba. Diga-me, caro leitor: pode-se, ou não, tomar banho logo a seguir a uma refeição bem abastada?

2ª Dúvida Existencial

“Pode-se, ou não, desfazer a barba logo após uma refeição?”

Aqui está uma dúvida existencial que me tem atormentado há séculos – mais propriamente desde que me surgiram os primeiros pêlos na cara. Sempre ouvi dizer que se podia “esticar o pernil” se desfizesse a barba depois de almoçar ou jantar, mas, e de uma forma totalmente estúpida e irresponsável, sempre o fiz. Mas sempre o fiz com um pé atrás, e sempre a tremer de receio que me desse alguma coisa durante o processo – talvez isto explique o porquê de parecer que fui atacado pelo Freddy Krueger depois de desfazer a barba. O que acha o esbelto leitor: pode-se, ou não, desfazer a barba logo após uma valente refeição?

3ª Dúvida Existencial

“Deve-se, ou não, desfazer a barba antes ou depois de tomar banho?”

Durante toda a minha ainda curta vida, optei sempre por primeiro desfazer a barba e só depois ir tomar banho – até porque a água do banho é excelente para ajudar a estancar as hemorragias provocadas pelas valentes “catanadas” que acabei de aplicar na minha própria cara. Mas, mais recentemente, disseram-me que devia ser ao contrário. Que devia primeiro tomar banho e só depois então desfazer a barba. Isto porque o facto de tomar banho ajuda a abrir os poros, facilitando assim o corte dos pêlos da barba. Acho isto um absurdo. Melhor ainda: acho que é simplesmente estúpido. E você, seu leitor top-model: acha que se deve desfazer a barba antes ou depois da banhoca?

4ª Dúvida Existencial

“Pode-se, ou não, comer uma fatia de melancia antes ou depois de beber um saboroso copo de vinho tinto?”

Diz-se por aí que não se deve misturar as duas coisas. Que, ao fazê-lo, pode originar uma paragem de digestão e levar-nos direitinhos ao hospital para um belo serão de confraternização com mortos-vivos nas urgências, com o dia a acabar com um médico a enfiar-nos um tubo pela garganta abaixo até ao estômago para uma limpeza geral. Na verdade, eu já fiz esta proeza. E mais que uma vez. Ou seja, na sua mais sincera opinião, o leitor acha que eu tenho andado a brincar com a minha própria vida, ou a ser um “gajo inteligente” que sabe bem o que é aproveitar aquilo que a vida tem de melhor para oferecer?

5ª Dúvida Existencial

“Quando comemos castanhas assadas e encontramos uma delas parcialmente podre, devemos colocá-la imediatamente de parte, ou remover a parte podre e comer o resto?”

Vou ser muito sincero: eu gosto muito de castanhas. Por isso, sempre que encontro uma castanha parcialmente podre, opto por remover essa parte e comer o resto da castanha. Pode parecer nojento, mas é mais forte do que eu. Mas há que ver a coisa por outro prisma: já que gastei dinheiro a comprar o raça das castanhas, então tenho de aproveitar para comer o máximo possível – mesmo que isso signifique que tenha de remover a parte podre e comer o resto. Se tinha bicho? Quero lá saber… O que acha, ó seu Adónis: deve-se comer a castanha após remover a parte podre, ou nem por isso?

Fico à espera da sua opinião, caríssimo leitor. E se puder trazer um quilo de castanhas consigo, ainda melhor…

Isto é que é uma Vida de Cão, hem…