É irritante! – Teresa Isabel Silva

Ok! Eu confesso! Sou daquelas pessoas que regra geral nunca tem muita paciência, seja lá para o que for. “Mea culpa”, mas sou assim desde miúda.

Nunca tive jeito, para aquela dança do jogo das palavras e do fazer jeitos às pessoas. Para mim as coisas são ou não são, e não é para se andar com rodeios.

Não sei se foi por crescer a ver o “Dartacão e os três mosqueteiros”, mas tal como para eles a minha palavra é sagrada. Se eu digo que faço é porque o faço, se eu digo que fiz é porque fiz. Neste mesmo sentido já compreendem porque é que nunca consegui mentir. Tenho um código moral muito forte nesta área.

Por isso quando eu chego a um acordo com uma pessoa qualquer, fico á espera que essa pessoa também tenha um código moral. O que me está a parecer é que esta gente, não tem moral nem tem códigos.

Quem não tem códigos morais, ou aparentemente não valoriza a importância que isso tem para a restante sociedade, deveria ser erradicado e clausurado numa ilha deserta. Talvez aprendesse a demonstrar respeito pelos cocôs, e pelos macaquinhos seriam a única, e mesmo assim excessiva companhia.

É irritante, eu ter compromissos com uma pessoa e ela faltar á sua palavra… É igualmente irritante quando isso acontece á última da hora. É ainda mais irritante quando essa pessoa simplesmente desaparece sem deixar rasto só para não ter que lidar connosco.

Quero dizer que, tal como podem ver, estou irritada! Com um sério défice de credibilidade nos outros. E mais irritada por acharem que sou aquilo que popularmente chamam de “a farinha do mesmo saco”.
Muito sinceramente existem códigos morais para os quais eu me estou nas tintas… É isso e o novo acordo ortográfico. Por isso estou-me literalmente a borrifar se é feio que a vizinhança me ouça a gritar num momento de frustração, se digo um palavrão á frente de desconhecidos ou até mesmo se solto uma gargalhada num funeral. Mas a minha palavra é Lei! E se eu disse que fazia todas estas coisas, é porque as faço.

Não vou estar com clichés… Como devem ter lido, não tenho paciência e muito menos jeito para isso. Não gosto e ponto final!
Entretanto se alguém tiver alguma coisa para me dizer, que diga, tenho bons ouvidos, contudo não se admirem se eu levar tudo “a sério”. Eu levo a sério porque tudo o que é dito são informações despejadas no meu cérebro. Por isso se o meu cérebro vai trabalhar, que seja pelo menos por um motivo válido e concreto, senão é apenas cliché e perda de tempo.

Tempo é dinheiro, mas eu estou desempregada, mas isso não quer dizer que eu não continue a valorizar todas as informações que chegam até mim.
Entretanto, este paleio sobre clichés e sobre a falta de códigos morais fez-me perceber porque é que a taxa de divórcio aumenta cada vez mais. Aparentemente as pessoas só dizem o “sim” por cliché, e não porque analisaram o valor que ele tem para a pessoa com quem estão a aceitar esse compromisso.

Crónica de Teresa Isabel Silva
Crónicas Minhas