Em defesa de Trump

Por estes dias, parece existir apenas uma ameaça a pairar sobre a humanidade, e não é o aquecimento, o crescimento ou até o alimento. O histerismo crónico que vivemos ditou que Trump era A ameaça, quando o devíamos apoiar!

E porquê? Para além de ser uma coisa minha torcer sempre pelos anti-cristos de serviço no cinema, existem mais uns argumentos que também o vão tornar a si, num acérrimo apoiante de Trump.

O primeiro dos quais, quiçá o mais forte e egoísta, é a subida em bolsa da nossa auto-estima. Senão vejamos, depois dum primeiro ministro que queria ser cantor, do sucessor que tem fobia de jornalistas a saírem detrás de carros e dum presidente contente pela banana da madeira estar maior e mais saborosa. Digam lá que a eleição de Trump não vos deixaria a todos orgulhosos de Passos, Costa e Silva.

Mas o fortalecimento do orgulho lusitano não se acabaria aí.

Sejam honestos, ao vermos no cinema presidentes dos EUA a matarem 1657 terroristas com as próprias mãos, enquanto comem 10 cheesburguers, fumam um charuto com Steven Seagal e ainda têm o aspecto de Harrison Ford… qual de nós não gostaria de ver um individuo de peso excessivo, com uma cor estranha, a dizer coisas ainda mais estranhas na presidência dos EUA? Ostentaríamos com orgulho e paciência olímpicos um qualquer discurso do nosso Sampaio!

Aposto que já está a ficar um bocadinho laranja como o nosso amigo, e ainda não acabei.

Vamos agora além do nosso cantinho à beira austeridade plantado.

A eleição do homem cor-de-laranja seria um marco na democracia mundial, seria o povo representado de forma sublime na mais alta figura da Nação. Sim, o povo, aquela América mais profunda que a chata flatulência que teima em não sair das profundezas do nosso intestino, sentado na sala oval. Não me lembro de algo tão poético como isto.

E por último, para aqueles que gostam de humor, esqueçam “Gato Fedorento”, “Monty Python”, ou até mesmo séries de culto como “Seinfeld”… Trump + Palin!!! Eu repito, Trump a presidente, Palin a vice-presidente. Como é que alguém pode estar contra isto?

Só a mera possibilidade já me comove, mas talvez esteja a pedir demais, talvez resultasse num qualquer paradoxo humorístico que culminaria no fim dos tempos, ainda assim, talvez esse armagedom valesse a pena!

Ok, voltando à Terra, vamos lá acabar isto com alguma seriedade.

Trump não é o anti-Cristo, Trump não vai ser o dono do mundo, Trump nem terá hipóteses de ser eleito presidente dos EUA e se o fosse nem três meses lá se aguentaria.

É que todo este frenesim mundial anti-Trump, só ajuda a fortalecer a noção que o Presidente dos EUA é o patrão do mundo, quando na verdade nem do País é…

Não vos vou aborrecer com tecnicalidades do sistema político americano, provavelmente saberão mais que eu, apenas lanço algumas questões.

Acham que um homem faz a diferença num sistema tão complexo e com tantos interesses? Se sim, como é que foi possível termos sobrevivido a um Bush durante 8 anos? Ou ainda, como é que não se notaram grandes diferenças na política externa entre Obama e Bush, quando um tem a inteligência duma criança de 10 anos mimada?

Lá está, o presidente dos EUA é só uma mera peça na engrenagem, e nem sequer é A peça. Trump queria que assim fosse, talvez acredite que assim seja, mas nunca assim será.

Por isso, ele duraria no cargo cerca de 3 meses, 3 meses sem nenhuma pedra colocada no seu amado e condenado muro, 3 meses de muitas desilusões que acabariam com a sua saída.

E por essa altura, vocês iriam sentir um vazio no peito, o vazio de quem não aproveitou o espetáculo enquanto durava por causa do crónico histerismo colectivo desta era, depois não digam que não vos avisei.

Ps. E o penteado de Jorge Jesus é “muita superior” ao do “amaricano”!!! Tenho dito!