Então…Aproximamo-nos do Natal! – Patrícia Marques

Sem questionar a materialidade com que esta data se faz notar, ela torna-se uma simples data para alguns e uma data muito importante para outros. No entanto, a noite de 24 para 25 é uma noite lembrada em alegria, comunidade e família. Crianças que rodopiam minuto a minuto junto dos pais perguntando: «Quando é que vem o Pai Natal?», na ilusão de terem por um período de tempo, a sua inteira felicidade, bem ali, à sua frente. Eu mesma, abracei, chorando de alegria o meu Pai Natal, quando Ele me deu a 1ªbicicleta da minha vida. Abracei-o porque senti uma enorme gratidão, como se fosse o Tudo que me satisfez a minha necessidade; mas engraçado que hoje, interrogo-me se a perspetiva da criança é a mesma. Os Adultos, envolvidos nas tarefas para posterior consumo do bacalhau, peru ou polvo, comunicam e auxiliam-se. A verdade é que o período que demarca o Natal parece realizar-se num segundo. Jogos se estendem pela noite dentro: sueca, monopoly, loto, e…acho que não me lembro de mais nenhum; isto, se não chegarem à conclusão que o melhor é ir dormir! Restam as músicas natalícias de Celine Dion, Josh Groban e IL Divo para dar e apascentar alguma magia em todos os corações que também sonham com um universo capaz de se alimentar só e só, de amor sincero e verdadeiro, de ajuda mútua cúmplice e descurada de interesses derivados, de paz, de regozijo com a felicidade alheia, de conforto interior e exterior! O Natal demarca o nascimento de Jesus, espreitando por entre as palhas e sobressaindo por entre a Luz; suas mãos delicadas apontam o céu e José e Maria se sentem abençoados, assim como aqueles que já esperavam o salvador do mundo. Este prenúncio de fé e esperança, talvez seja o prenúncio que nos tem faltado dentro de nós mesmos quando queremos ter força interior para vencer este ou aquele desafio. A força interior de incluir o bem, a bondade, o amor, a luz e dispersar o que de pior sentimos em nós, como o medo, a tristeza, insegurança. Esta riqueza interior, o presentear simbólico dos reis magos significam bem estas palavras; e saber do frio que faz lá fora? Sopas que se alastram pelas capitais maiores do país para aconchegar um pouco o interior de cada qual. É Natal…o aperto de mão, o abraço inquestionável, o aconchego, a renúncia à mesquinhez, à vaidade, ao orgulho! Transformação interior, para que cada toque, cada palavra, cada minuto sobressaia como um pormenor, tal como a estrela de belém, conduzindo fielmente todo o povo de Israel…

Crónica de Patrícia Marques
Um lugar ao Sol
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