Era uma vez no cinema: Point Break

       Seja por falta de ideias ou por qualquer outro motivo, os remakes estao na moda em Hollywood. Confesso que não sou muito fã de refilmagens, admitindo ainda assim que já surgiram bons filmes neste estilo. Com maior ou menor sentido, a realidade é que o número de remakes tem tendência a aumentar ao longo dos próximos anos. Esta refilmagem do já banal “Point Break” de Kathryn Bigelow, infelizmente, vai directamente para o lote daqueles sem um pingo de fundamento e lógica. O desconhecido realizador Ericson Core, com um único filme realizado até então (“Invincible”, 2006), faz jus à sua pouca relevância cinematográfica com este novo “Point Break”.

       A trama centra-se em Johnny Utah, um jovem apaixonado por desportos radicais que após a morte de um amigo num acidente, decide abandonar o estilo de vida radical para ingressar no FBI. Alguns anos mais tarde, quando um grupo de atletas radicais começa a executar assaltos de alto risco, Utah vê-se obrigado a infiltrar-se na quadrilha, onde voltará a experienciar as emoções com que conviveu no passado.

       Para começar e de forma a enquadrar melhor os leitores, é necessário frisar que este é o pior filme que já analisei para o Mais Opinião. Esta distinção deriva do facto de quase nada resultar em “Point Break”, de ser um completo desperdício de tempo para quem assiste. Desde logo, é um filme em que tenho dificuldades em enquadrá-lo num género, pois de acção pouco tem, mas o seu arco dramático é tão fraco que nem pode ser considerado um drama (que me parece ser o género que Core queria alcançar com a sua obra). O grande foco do filme, o alerta para os problemas ambientais, jamais se desenvolve adequadamente, muito por causa da péssima construção de personagens e do medíocre argumento. Se há algo que podemos retirar de minimamente decente de “Point Break” é a sua fotografia, que consegue captar a essência e a beleza das paisagens filmadas. No entanto, é muito curto e não chega para salvar “Point Break” da sua falta de qualidade.

       O elenco também não ajuda a embelezar a obra, muito pelo contrário. Os dois actores que dão vida aos protagonistas (Luke Bracey e Edgar Ramirez) não conseguem transmitir o carisma e entusiasmo que as personagens necessitavam, fazendo com que o público estivesse sempre distante das motivações que movia cada um. Os restantes actores que compõem o elenco pouco ou nada acrescentam à obra.

       “Point Break” é daqueles filmes difíceis de comentar porque na realidade não existe muito conteúdo para debater. Muito resumidamente, esta é uma obra curta, vazia, sem grandes ideias e muito mal desenvolvida. Por favor, não percam 114 minutos das vossas vidas a ver “Point Break”!

3/10