Erros no cartório – Maria João Costa

Parte-se do princípio que é de propósito, que foi pensado e discutido em casa. Parte-se do princípio que houve reunião de família para decidir se deviam de usar uma ou outra, e marcar a diferença é o requisito obrigatório para que fique no ouvido, para que a função pública fique na dúvida.

Com S ou com Z? Com um, ou com dois n`s? Com ou sem C? Com ou sem De? Há nomes que deixam qualquer funcionária da Segurança Social com os cabelos em pé. Não, não falo de quem herdou nomes de barões e de famílias alemãs, porque nesses casos ninguém tem culpa, falos dos Meneses e Menezes; das Elisabetes e das Elizabetes; dos Vítores e os Victores; dos que usam e abusam dos Des; das    Anas e das Annas; e de outros tantos que deixam a dúvida e fazem com que o carteiro se engane nas caixas do correio.

Se marca a diferença? Marca. Confunde? Confunde. Fica no ouvido? Fica no ouvido e no post it do frigorífico lá de casa para que ninguém se engane a soletrar quando estiverem a fazer a encomenda do novo frigorífico.

A verdade é que não houve qualquer tipo de reunião de família, tão pouco discussão ou eleições para escolher o nome ou apelido de uma família. O que aconteceu, foi nada mais, nada menos, do que um erro do senhor do cartório. Ele já tem uma certa idade, e regista como acha que é a forma mais correta. É ele que decide os S e os Z, e caso a esferográfica seja nova, há sempre tinta para acrescentar um De aqui e ali. Se acha que o seu nome tem qualquer coisa de chique, agradeça ao senhor do cartório.

O Menezes, o Rodrigo, deve de ter deixado a dúvida no juíz, mas o Supremo Tribunal depois mete uma cunha no cartório, e se for preciso o Menezes fica Meneses. Não dá nas vistas, mas ele consegue dar nas vistas de outra forma.

 

Crónica de Maria João Costa
Oh não, já é segunda feira outra vez!