Factos Interessantes (e às Vezes Altamente Estapafúrdios) sobre o Natal

Esta é uma crónica diferente! Provavelmente o caro leitor está à espera dos melhores vídeos de Natal, dos animais mais fofos vestidos de rena, e toda aquela beleza e consumismo que impera. No entanto, esta lista em forma de top quer arruinar-lhe o Natal, ou melhor, quer apresentar-lhe algumas curiosidades, sendo que a maior parte delas, embora de valor cultural riquíssimo, também são do mais ridículo e estapafúrdio que alguma vez vai ler! Junte a família em frente ao computador ou tablet e vamos descobrir como enriquecer, e nalguns casos arruinar, o seu Natal. Preparados? Estes são os factos desconhecidos da época!

10. A Trégua de Natal de 1914

Começamos em nota mais séria para dar a esta crónica alguma integridade. É talvez um dos episódios mais conhecidos e testemunha cimeira do espírito natalício, mas acaba por ser também um episódio bastante triste devido ao seu rescaldo. 1914 marcou o início do primeiro conflito mundial, mas também a sua mudança para uma guerra estacionária em trincheiras. Com os grandes senhores europeus incapazes de acabar com a guerra, milhares são os soldados que questionam o verdadeiro sentido do conflito e, por isso, decidem partilhar o Natal não só com os seus camaradas, mas também com os seus inimigos. Aliados e Alemães jogaram à bola, enterraram os seus mortos em conjunto, e entoaram canções, que de certeza que pouca gente do outro lado percebeu uma vez que Joyeux Noël ! Joyeux Noël ! / A table tout le monde! é sem dúvida diferente de Stille Nacht! Heil’ge Nacht! / Alles schläft; einsam wacht / Nur das traute hoch heilige Paar. Arranha a garganta, não tente!

Infelizmente, depois desta trégua as hostilidades recomeçaram. Terá sido do jogo de futebol? Uma cartolina atirada para o campo ou uma mão na bola bem ou mal assinalada? Com os altos comandos irritados com o sucedido, e com a imprensa de ambos os lados a tentar apagar este evento da história, restrições e regras foram impostas. Confraternizar com o inimigo era traição clara, por isso, a morte voltou às trincheiras de tal modo que até ao fim da guerra poucas serão as manifestações de confraternização entre inimigos, especialmente a partir de 1916. Imagine-se a desolação, quando inimigos se tornam companheiros de cantigas e de troca de prendas, e no fim inimigos outra vez. Os horrores da mentalidade da guerra neste episódio que poucos se lembram ter um final triste mesmo com toda a Humanidade inerente.

9. O Rodolfo tem um super nariz!

A rena Rodolfo é surpreendentemente fruto da imaginação do escritor Robert L. May. Mas ao longo dos anos a ciência tem avançado ao ponto de praticamente tudo ter de fazer sentido. Investigadores noruegueses formularam a teoria de que a rena mais famosa do mundo sofre de uma doença respiratória que paralisa o seu sistema respiratório causando a vermelhidão. Outras teorias de cientistas noruegueses e holandeses são mais animadoras, e afirmam que o nariz vermelho é crucial para a sua tarefa anual. Um sistema circulatório bastante particular com pequenos receptáculos permite à Rodolfo uma circulação de sangue apropriada no seu nariz adaptando-se às temperaturas gélidas, sendo o animal perfeito para a viagem do Pai Natal. Para estes estudos foram usadas pesquisas cientificas em renas de carne e osso! Embora o nariz das renas não seja vermelho por fora, através de infravermelhos é um dos pontos mais quentes do seu corpo.

8. Um burro, uma vaca e… uma aranha?

Activei a sua aracnofobia? Peço desculpa. Havia melhores fotos com aranhas mais fofinhas? Se calhar havia! Eu também tenho aracnofobia e odeio a imagem, mas o bicho está tão natalício! E a imagem estava livre de direitos de autor, tive de agarrar! Mas vamos à parte interessante… Diz a lenda que Jesus nasceu num estábulo, embora novas teorias apontem para uma gruta. Mas sobre o animal que vamos falar, o local pouco importa. É talvez o que mais existe por metro quadrado. Um burro e uma vaca num estábulo fazem sentido, mas numa gruta nem tanto. Agora uma aranha, essa adapta-se a todo o lado!

Na Polónia a aranha tem um lugar de destaque no presépio e nas decorações natalícias, mas também na própria história. Diz a lenda que as aranhas fizeram uma manta para o pequeno Messias. A minha teoria é que estavam a tentar embrulhar o jantar, mas vamos pensar que José e Maria notaram a tempo para o retirar das patas dessas pequenas criaturas do demónio e aproveitaram a seda. Com duplo significado ou não, não há melhor sitio para se ser aranha do que na Polónia pelo Natal. Considerada símbolo de prosperidade e de bondade são parte integrante das decorações. E repare-se na dualidade de vantagens que há em deixar algumas das decorações de Halloween mais uns meses, uma vez que se inserem perfeitamente na temática do Natal dois meses depois. Ah pois, gente inteligente estes polacos!

7. O Homem Odioso que Quis Banir o Natal

Muitos homens odiosos quiseram destruir a vida de milhares de pessoas durante toda a nossa História, mas é preciso ser um individuo sem escrúpulos para banir o Natal. A figura cimeira desta proibição é o puritano Oliver Cromwell, líder politico e militar da Commonwealth de Inglaterra nos anos 50 do século XVII, e tão boa pessoa que o seu período de governação foi conhecido como a “Ditadura de Cromwell”. Avidamente religioso repudiava veemente a época natalícia, especialmente porque as celebrações se tinham tornado demasiado festivas. Os Doze Dias de Natal eram um grande acontecimento onde as famílias gastavam tudo o que podiam de forma contagiante. Para um puritano como Cromwell havia pecado neste despesismo fomentado pela Igreja Cristã, uma mentalidade partilhada pelo Protestantismo um pouco por toda a Europa e, por isso, o Natal foi abolido. Os únicos actos possíveis de serem praticados eram os sermões e as rezas. Um serão interessantíssimo, sem dúvida, e uma boa desculpa para dar aquele tio que vai lá a casa: “Não podemos celebrar com aquela vinhaça portuguesa, mas podemos rezar que também é bom!”.

O povo inglês não ficou satisfeito com esta mudança no calendário, obviamente, até porque já tinham comprado as prendas (factualmente errado, mas o próximo ponto explica), e claro, como seria natural com qualquer povo, houve agitação popular. Os apoiantes da antiga monarquia de Carlos I, que tinha perdido a cabeça, literalmente, viram mais uma oportunidade para criticar Cromwell. Por causa do Natal ou não, a monarquia seria restaurada em 1660, mas o Nosso Senhor já tinha tratado de Cromwell da maneira mais original possível. O Lord Protector inglês morreu de malária, destino demasiado brando para tamanho acto miserável. A monarquia inglesa seria restaurada pelas mãos de Carlos II, este manteve a cabeça e casou com rainha portuguesa Catarina de Bragança.

6. Tiravam fotos com os familiares mortos mas trouxeram-nos prendas

Os Vitorianos eram tipos estranhos, às vezes pela positiva, não fossem ter trazido consigo boa literatura, arquitectura e alguma tecnologia inovadora impulsionada por uma maneira de pensar bastante fora da caixa. Eram também gente mórbida que tirava fotografias dos seus entes queridos depois de terem falecido e seguiam cegamente as modas da sua rainha, aquela que lhes dá nome como se de um culto se tratasse, a rainha Vitória!

Da mesma forma que o interesse pela morte foi suscitado ou reforçado pela morte do rei consorte Alberto em 1861, também a sua necessidade de dar prendas aos seus netos pela altura do nascimento do Messias começou toda uma tradição pela Inglaterra. Até então o Natal que todos conhecemos simplesmente não existia, ou pelo menos não era considerado um feriado. O marido de Vitória, nascido alemão, parece ter sido o principal responsável por alguma da apropriação britânica. Postais de Natal? Surgem na Época Vitoriana. A tradicional ceia de Natal? Adivinhem? Exacto! O peru de Natal surge também como alternativa saudável e de tamanho perfeito para uma família da classe-média. As canções de Natal, que existiam há muito, foram também consideradas uma maneira óptima de entretenimento e acabaram por ser parte assídua desta nova maneira de ver o Natal. O Natal Vitoriano só precisava de um empurrãozinho, e teve-o, com a popularização da obra de Dickens em 1843, Um Conto de Natal. 

5. O Plano Mais Maquiavélico de Hitler… depois das câmaras de gás, claro!

Jesus nasceu judeu e como podem calcular esse era um pesadelo para a ideologia nazi. O Natal necessitava por isso de uma mudança e o Führer Adolf Hitler queria fazer isso sem dispensar os grandes banquetes, e acima de tudo as prendas. A solução parecia evidente, retirar qualquer vestígio do Natal cristão, e se possível, substitui-lo onde necessário pelas antigas raízes pagãs dos povos germânicos.

O resultado não podia ser mais estranho. Durante o período nazi a estrela que normalmente se encontra no topo de qualquer árvore foi substituída pela suástica, e algumas luzes de natal tinham como formato de lâmpada este mesmo signo. Aproveito aqui para fazer um parêntese bastante pertinente e que pode salvar todos da ignorância. A suástica não é um símbolo nazi mas remonta de vários credos do subcontinente indiano, onde também seria originário o próprio povo ariano original, e é usada com grande simbolismo em religiões como o Jainismo o Hinduísmo como representante de eternidade individual. Deixemos o estigma, nem todas as suásticas são nazis seus racistas! Irónico…

Mas continuando, o Partido Nazi via o Pai Natal como uma adaptação ordinária de Odin, sendo que depressa corrigiram esse pequeno inconveniente nos seus postais de Natal. As figuras bíblicas não foram no entanto esquecidas! Maria e Jesus começaram a ser representados com cabelo loiro, numa clara alusão à raça ariana. Com grande esforço para a pouco e pouco desaparecer com todas as figuras cristãs das festividades o Salvador Jesus foi substituto pelo Salvador Führer. Estranho seria ver uma cena do presépio com um bebé ostentando um pequeno bigode, mas a propaganda nazi nunca chegou a tanto!

De chocolates em forma de soldados das SS a lanternas germânicas tradicionais feitas em campos de trabalho, tudo era possível, mas o mais estapafúrdio, surgiria através das músicas de Natal que tinham muitas alusões cristãs, e por isso, seriam modificadas de forma a tornar tudo mais de acordo com a óptica nazi. O poeta nazi Paul Hermann foi o responsável por muitas das modificações e novas edições de cantigas natalícias. Algumas seriam cantadas até muito depois do fim da Segunda Guerra. Felizmente, tal como na trégua de Natal seria bastante difícil para alguém de fora do país perceber alguma coisa em canções como Es ist für uns eine Zeit angekommen ou Hohe Nacht der klaren Sterne.

Com alguma resistência o Natal Nazi ganhou o apoio das populações, embora a comunidade religiosa tenha contestado as medidas. Com o fim da guerra o esforço nazi para mudar o Natal acabou por não ser o foco principal da propaganda de Hitler, sendo esquecido em prol da propaganda militar. Esta mudança é bem evidente em 1944, quando o Natal foi usado para celebrar os soldados mortos em batalha.

 4. Será o Pai Natal o Diabo?

A nossa infância diz que não mas a fotografia acima diz que não podemos ignorar a realidade. Embora muitos atribuam a versão modernizada à Coca-Cola, a figura do Pai Natal é antiga e uma mistura de personalidades, míticas ou não. Odin, o Pai dos deuses nórdicos, parece ser uma das figura possíveis montado no seu cavalo alado Sleipnir com oito pernas, que todo o mundo transformou numa rena. No Inverno, Odin dava brinquedos ou punia as crianças malcriadas, já estas enchiam as suas botas ou meias com doces para Sleipnir. Será que o cavalo tinha mais patas para agarrar nos doces todos?

Claro outra das figuras importantíssimas é Nicolau de Myra, santo casamenteiro, patrono das crianças, dos marinheiros e dos comerciantes. Dos muitos milagres, Nicolau está envolto numa lenda que afirma a sua dedicação ás crianças. Conta a lenda que num período de fome horrível Nicolau assistiu a um drama familiar PG 18+. Um talhante, possivelmente antepassado de Jason Voorhees de Sexta-Feira 13, resolveu matar três crianças de forma a vender a sua carne. Felizmente para essas três pobres almas, Super Nicolau, embora tenha chegado tardiamente, estava na área, assistiu a tudo, e horrorizado rezou. Embora com as crianças já mortas, a devoção de Nicolau ressuscitou-as!

Outro dos candidatos é a personagem bíblica Nimrod, monarca da Mesopotâmia, e responsável pelo maior desastre de construção civil de sempre, A Torre de Babel, seguido daquele prédio que está embargado na marginal de Monte Gordo há quase 10 anos. Depois da sua morte, a sua mãe Ester, que originaria o nome “Easter” (Páscoa), plantou uma árvore na sua sepultura e obrigou todas as pessoas do seu reino a decorá-la no aniversário do monarca.

Mas voltando à pergunta inicial. Será o Pai Natal ou Santa Claus na verdade o Diabo, Satan? O anagrama Santa = Satan é evidente, e forçado, mas há outro ainda mais interessante, Claus = Lucas. Lucas, é nada mais nada menos, do que uma diminuição do nome Lucifer. A lógica é quase nula, e o anagrama puxado a ferros, mas os cristãos mais radicais acreditam nesta teoria da conspiração ignorando as possíveis origens, ou no caso de Odin, atribuindo a uma religião pagã ao culto do demónio. Provavelmente algum deste senhores esteve ao colo do Pai Natal lá de cima!

3. Jesus Cristo não nasceu em Dezembro!

O quadro acima é do artista Ivan Kramskoi, e ilustra muito bem a cara de qualquer pessoa que faz anos em Setembro, mas sabe que o pessoal só chega para a festa no dia 25 de Dezembro. Embora não dê azar porque numa perspectiva anual é uma data tardia, Jesus não nasceu em Dezembro, e a Bíblia dá  algumas pistas sobre o assunto. O Evangelho de São Lucas sugere que os pastores passeavam as suas ovelhas na Judeia na noite do nascimento do Messias. Algo muito improvável em Dezembro com o frio. Os pais de Jesus foram até Belém de forma a registar-se ás autoridades romanas por via do celebre Senso de Quirino. Em Dezembro, isso é improvável e pouco prático devido ao frio e às más condições da estrada. Não seria uma época propicia para recolha de informação por parte das autoridades romanas.

Setembro é por isso a data aproximada tendo em conta outra gravidez bíblica. A mãe de João estava grávida de seis meses quando Jesus apareceu “magicamente” na barriga de sua mãe. O pai de João, Zacarias, servia no templo de Jerusalém e só teve oportunidade de o conceber depois de chegar a casa no final de Junho. Juntando 6 meses a Junho, chegamos a Março data de nascimento de João. Juntando mais 6 meses, a diferença de idades entre Jesus e João, e chegamos a finais de Setembro. Fomos então enganados este tempo todo!

Mas a pergunta impôs-se, porquê 25 de Dezembro? Mas para isso temos de perceber a origem da data natalícia, mas têm de esperar até ao primeiro lugar deste top…

2. Monstros de Natal, porque dizer que não há prendas para castigo não é suficiente!

O Pai Natal é um sujeito bastante adorável na sua reencarnação moderna, mas há todo um outro lado de criaturas estranhas que não são tão afáveis com as crianças, especialmente aquelas que se portam mal. Na Europa Central e do Leste é frequente ouvir falar da figura de Krampus. A melhor maneira de o descrever é como um estranho sátiro peludo e demoníaco. Difícil é perceber a sua origem, mas é certamente uma figura pagã anterior os cristianismo. Atribui-se a sua origem a krampen, filho do deus nórdico do submundo, Hel. Embora a Igreja Católica tenha combatido tal criatura folclórica durante séculos, as suas raizes pagãs provaram a sua resistência. O resultado é um estranho casamento de credos. Desde o século XVII que é acompanhante de São Nicolau e serve de aviso a todas as crianças. Se por algum motivo alguma se portar mal durante o ano, Krampus pode voltar para retirar as suas prendas. É por isso uma espécie de agente do fisco para a criançada!

Na Islândia a tradição é ainda mais hardcore. Diz a lenda que quem trabalha bem durante todo o ano recebe uma peça de roupa no Natal, mas quem for preguiçoso é visitado por Jólakötturinn, um gato que se compromete a identificar quem deve comer pela ausência de roupa nova. É evidente que não passa de um ameaço para assustar as criancinhas, mas é sem duvida assustador pensar num enorme gato que aparece no dia de Natal em busca das crianças mal comportadas, não para as castigar, mas sim para as matar. Na Alemanha e na Áustria cabe a uma bruxa, a Frau Perchta, matar os pecadores tirando as suas entranhas e substituindo-as por lixo. Sim, leu bem! Que Natal mais metal!

Também na Islândia existem 13 trolls de Natal que fazem todo o tipo de artimanhas no fim do ano, cada um tem um nome e uma personalidade. Todos eles obedecem a Grýla, uma ogra, (sem “s”!) que rapta, cozinha e come crianças mal comportadas. Esta ogra tem também uma ligação especial ao gato Jólakötturinn que supostamente lhe faz companhia quando os 72 filhos da mesma não estão em casa.

Mas lembra-se do talhante que matou três crianças, que foram salvas por S. Nicolau? Bom, segundo a tradição francesa, o Père Fouettard acompanha S. Nicolau e castiga as crianças mal comportadas. Uma história de sucesso, de homicida a empregado de um dos tipos mais ricos do mundo!

Por outro lado há figuras mais brandas como Hans Trap e Belsnickel. O primeiro baseia-se na historia de um homem que tentou matar uma criança mas foi morto por um raio. Desde então persegue as crianças assustando-as de forma a provocar bons comportamentos. Já Belsnickel na Alemanha do Sul é um amável senhor que traz consigo um bastão de forma a assustar as crianças. No fim da sua visita todas as crianças recebem presentes se reagirem bem à sua presença! Não parece assim tão mau!

 1. Antes de Cristo o Natal já existia… e era à base do forrobodó!

Em 350 D.C. o Papa Júlio, bispo de Roma, decidiu celebrar o nascimento de Cristo no dia 25 de Dezembro. Até aí tudo bem! Mas a data não foi escolhida ao calhas, e é parte de um esforço evidente para transformar e substituir rituais pagãos por celebrações cristãs, o que aconteceu com várias celebrações anuais.  Rituais pagãos de fertilidade estavam associados à época, e a figura do pinheiro era representante da fertilidade masculina. Da mesma forma que as coroas que agora associamos ao Natal, e estão à porta de quase toda a gente, simbolizavam a fertilidade feminina. Agora imaginem onde o pinheiro pagão se ia enfiar? Pois, eu disse que vos ia estragar o Natal. Têm na vossa casa, se calhar até no mesmo espaço, o representante do órgão sexual masculino cheio de penduricalhos luminosos, enquanto que na vossa porta tem uma bonita grinalda representante do orgão sexual feminino enfeitado com laçarotes.

Mas falando de coisas sérias, os festivais da fertilidade envolviam uma data de coisas que não condiziam de forma alguma com os ensinamentos cristãos. Envolviam muita comida, bebida e orgias. Sim, ouviu bem! Os gregos e romanos eram particularmente bons a tornar este forrobodó numa coisa mundana. O dia 24 de Dezembro era considerado o dia mais pequeno do ano, e o 25 o dia de nascimento do Sol. Várias são as festas pagãs que transpõem culturas e se ligam de maneira por vezes completamente inesperada, muitas delas ligadas aos excessos, acentuando a palavra “fertilidade” a todo um outro nível! A necessidade de tornar a celebração mais casta sem ignorar a sua data tornou-se clara e uma estratégia de génio para combater comportamentos condenáveis segundo a Bíblia.


E assim se concretizou uma lista de factos sobre o Natal que não era o que tinham pedido ao Pai Natal mas era certamente o que mereciam neste 2016 tão estranho. Votos de Feliz Natal e Bom Novo Ano. Que 2017 nos traga felicidade, alegria e que os factos estapafúrdio da nossa Humanidade nunca nos deixem de surpreender!