Esses malandros… os pombos… – Ricardo Espada *Estreia*

(Atenção! O texto é assim para o comprido, mas o que se pode fazer? É a estreia… Mas diz que até está catita… Obrigado…)

Os pombos. Essa espécie de aves, que se vê – na minha, mais sincera opinião – demasiado nas ruas de Portugal. Especialmente, perto de estátuas. Será um fetiche dos pombos, passarem dias inteiros de volta de uma estátua? Passam-se horas, faça sol ou chuva, mas eles não desarmam. Pela forma como se comportam em grupo, à volta de uma estátua, faz-me lembrar uma – sempre aborrecida – reunião de condomínio. Ficam ali, com um ar bastante saturado a olhar uns para os outros, simplesmente à espera que um deles decida dar por terminado aquela reunião. Os pombos, são aves com uma espécie de paradigma intestinal. Ou seja, parece que se reúnem todos, ao mesmo tempo, sobrevoando o ser humano, à espera que um deles liberte as suas necessidades fisiológicas para, depois, desatarem todos a o fazer. A chamada «Chuva de Fezes Pombalina»?

O que leva estas aves, a fazerem pouco do ser humano desta forma nojenta e fecal? Será que dá-lhes um gozo extremo em o fazer? Algo do género: «Ora deixa cá apontar… Um pouco mais para a esquerda… Calma… Agora! Zás! Mesmo em cheio! Ah ah ah! Isto dá-me cá um gozo dum camandro…». Ou será, antes, uma forma de o ser humano ser castigado pelo «Barbichas» (Entenda-se: Deus, o Todo Poderoso…), pelos inúmeros pecados que o ser humano comete por dia? E, um desses pecados, será chamar todos os nomes possíveis e imaginários ao raio dos pombos, quando estes depositam enormes quantidades de bosta em cima de sua cabeça! Quem não o fez, que atire a primeira pedra! Eu admito que já o fiz! E mais que uma vez! Que posso fazer? Moro numa freguesia, abusivamente habitada por estas aves irritantes. E nem o meu carro se escapa, desgraçado. Realmente, estas aves não possuem um pingo de sensibilidade. É disparar «Chuva de Fezes Pombalinas» sem qualquer remorso ou pudor. Raios os parta!

E, depois, surgem as pessoas que adoram ir até ao parque, com as suas sacolas cheias de pão, para dar aos «desgraçados» dos pombos. O que eles têm de menos é serem «desgraçados»! Eles são uma espécie com um sentido de malvadez extremo. Uma pessoa, preocupada, a dar pão aos meninos e o que é que eles fazem de seguida com o pão que lhe damos? Isso, mesmo! Literalmente, descarregam o pão, em forma de cocó em cima de nós! Onde está o respeito? Onde está a consideração? Pois, pois… «Desgraçados» dos pombos…

Por, outro lado, tenho de respeitar um pouco os pombos. Todos nós sabemos, que eles já foram considerados como os melhores carteiros dos mundo! Bastava colocar um papel no seu bico e, após algum treino, lá iam eles entregar a respectiva mensagem ao seu destino. Por esse motivo, faço, desde já, a respectiva vénia ao pombo! Alto! Pensando melhor, nada de vénias, não vá um malandro desses se lembrar de presentear-me com uma bela de uma «medalha». E se o pombo é bem capaz desse tipo de proeza… Ui! Se o é…

Eu tenho uma pequena teoria. Nada de especial, mas o suficiente para a desenvolver. Cá para mim, os pombos estão revoltados. Sim, eles estão revoltados pela perda do estatuto de «Pombo-Correio». Estão revoltados por terem caído no esquecimento da humanidade. E, para se vingarem, gozam com o ser humano. Fazem-se de «desgraçados», levando a que as pessoas os alimentem para, de seguida, despejar enormes quantidades de fezes em cima de tudo o que se mexa e, obviamente, que se encontre por debaixo das suas asas. Enfim… São assim, os pombos… Mas diz que sim! Que são uma espécie de aves catita… Oh, se são…


RicardoEspadaLogoCrónica de Ricardo Espada
Graças a Dois
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