Estaremos cá para a visita do Papa?

Lembrando que as comemorações do 13 de Maio, em Fátima, se celebraram esta semana, levando milhares de pessoas ao Santuário, o que levará a que hotéis e afins estejam já lotados para daqui a dois anos??

Surgiu a notícia que em 2017, precisamente daqui a dois anos, o Papa Francisco viria (ou virá) a Fátima celebrar o centenário das aparições aos Pastorinhos. Até aqui tudo bem, é uma data importante, uma vontade do próprio Papa (espero). Mas o que leva imensas pessoas já terem reservado um local para ficar para essa data? Quem sabe se elas poderão ir a Fátima? Com capacidades para tal? Se estarão mesmo vivas? (Hoje em dia nunca sabemos!) E o mesmo se reflecte no Papa Francisco, quem é que consegue afirmar que daqui a dois anos estará vivo e gozará de saúde para vir a este cantinho à beira mar plantado?

Faz-me confusão este tipo de planos a longo prazo. Bem sei que dois anos não é muito tempo e que passam a correr, mas vendo a economia do país, a forma como as coisas correm, não percebo. Ou alguém tem muito dinheiro e viu nesta (hipotética) visita um negócio de dias – acredito que muitos farão impossíveis para ver, mesmo que por meros segundos, o Papa. Se concordo com os mais abonados de momento verem na fé de outros uma forma de ganhar algum? Nem por isso, mas se a própria igreja o faz… Acima de tudo entendo, é uma forma de ganhar dinheiro, que tanta falta faz hoje em dia. Poderá ser algum devoto, que teria umas poupanças e resolveu “aplicá-las” numa experiência de fé – daqui a dois anos, convém mencionar. De uma maneira ou de outra terá de ter sido feita uma aplicação de um certo valor no imediato, se não todo parte dele, penso eu (seria desta forma que eu faria caso tivesse um negócio onde isto se passasse). Espero, no entanto, que esse dinheiro investido não faça falta mais tarde (e o mais tarde aqui é entre o agora e os dois anos que separam o presente da (suposta) visita do Papa.

O país não é propriamente muito abonado em trabalho (e é favor dizer desta forma), porém pensar que alguém com poucas possibilidades (porque motivo for, desempregado, salário baixo, trabalho pouco certo ou precário) possa ter investido em Fátima, para usufruir (isto se a pessoa estiver bem) daqui a um par de anos é inconcebível, impensável, sei lá que mais para a minha pessoa. Mas como tudo o que é impensável para mim, poderá ser para outros. E o mais certo é que, se não agora, mais tarde, haja quem invista algum dinheiro nesta potencial visita do Papa. Porque o desespero de muitos aliado a uma fé inabalável num Deus, no Seu representante na Terra – o Papa –, a uma religião cristã, faz com que se procure respostas, soluções de forma quase milagrosa. E a 13 de Maio de 2017, lá estarão, muitos com quilómetros nas pernas da peregrinação, muitos devotos que aquele dia com a presença do Papa será para além de extraordinário. Percebo mas continua a confusão de certa forma, porque não consigo pensar da mesma forma…contudo todos diferentes, todos iguais.

Para ajudar a esta incerteza temporal, o Papa Francisco referiu que poderia ter um pontificado breve, por isso é justo perguntar: será realmente Francisco a vir a Fátima? Isto se vier algum Papa realmente celebrar os 100 das aparições… Uma pergunta legítima, tendo em conta as palavras do próprio Papa. O senhor (e atenção que até gosto dele) já não vai para novo; existem muitas ameaças à pessoa dele, sendo o representante de todos os cristãos e do próprio Deus na Terra. Será que estará vivo daqui a dois anos? Será que eu própria estarei para o ver mesmo que na televisão?

Existem muitas variantes, muitas condicionantes, que podem levar a um desfecho ou a outro desta visita do Papa Francisco a Fátima. Estaremos cá (assim esperamos) para ver…