Europa adormecida

A nossa velha Europa até parece estar a ficar caduca, quando a vejo voltar para trás nos direitos humanos onde outrora, ser exemplo para o mundo, continua a ser, mas tem vindo a piorar a olhos vistos (como diria os meus avôs) e pior é que isso tem vindo a ser uma tendência mundial, há uma espécie de um sentimento no ar de um denegrir dos direitos de nós pessoas existirem como pessoas livres e com direitos essenciais. O que mais me incomoda nesta tendência é a inércia das pessoas, caladas e conformadas com as coisas,dando valor ao seu bem estar e não ao bem estar geral, o bem estar de cada um também está muitas vezes precário, cada vez mais! Mas continuamos em frente e calados. Porque? O que aconteceu a luta por o mundo melhor, mais justo e menos desigualdade entre as pessoas? Hoje vejo como se ao olhar para as pessoas elas me respondessem “não há dinheiro” e nessa ilusão vivemos, porque o dinheiro nunca faltou, está é nos bolsos de quem tem mais e quem tem menos, tem cada vez menos e ainda leva com a culpa de ser eles o mal de tudo que há no mundo ou seja, é uma espécie de castigo por sonhar. A verdade é que o mal do mundo é de quem tem muito quer cada vez mais, inventa meios ilícitos para os conseguir e pôr as culpas no pobre que quer ter mais saúde, mais qualidade de vida ou que pensava ser assim, ter o direito ser uma pessoa neste sistema econômico. Mas os donos do mundo, não tiraram só o dinheiro,tiraram também a vontade de lutar, de nós metermos a frente de um tanque, porque já ninguém querer ir para frente e arriscar perder.Vejo a Europa deserta de essas pessoas, estão em casa e muitas lutam no facebook, porque lá é mais seguro, votamos em partidos radicais para expulsar os que são pobres como nós e foi nisto que nos tornamos…

Todos os nossos sistema de vida está caótico, está em queda livre e nada fazemos, a não ser culpar os que são mais pobres do que nós e ninguém sai a rua pelo direito a existir, fazer frente a este sistema que nos está a tornar escravos e nos rouba direitos conquistados, com a mesma conversa de sempre, não há dinheiro, não chega para todos. Mas chega para tornar outros mais milionários do que já são e os mais pobres, ficam mais pobes, abandonados. há uma desumanização geral, porque acreditamos que a culpa é do outro e não nossa, claro que também se culpa os mais ricos, mas é um culpa mais perdoada, agora o pobre, o sem trabalho, o imigrante, não tem perdão! Eles são a causa de todo o mal, a crise tem um rosto,
os que perdem tudo ou quase tudo, esquecem de que todos perdemos, menos os tais 1% da população mundial, a verdadeira vergonha da nossa sociedade.

Numa imagem que se tornou viral, registada pelo fotógrafo David Lagerlöf no 1.º de Maio, Tessa Asplund, de 42 anos, aparece sozinha, de punho erguido, a enfrentar um batalhão fardado de neo-nazis do Movimento de Resistência Nórdica, na cidade de Borlänge, na Suécia. Está mulher sem esperar que o seu gesto foi um grito pela liberdade numa Europa adormecida, num mundo quase em coma para os direitos das pessoas. Acordei com aquela foto e pensei, ainda há esperança, ainda há pessoas que lutam. Para a Tessa foi um pequeno gesto de coragem, para a esperança foi um gesto gigantesco, um gesto de amor para quem ama o amor e igualdade como eu. Alguém está acordado ainda, no meio de esta sociedade em sono profundo.

Observações:
Sem-abrigo de Marselha obrigados a andar com triângulo amarelo visível. Tal como os judeus, há 70 anos.Tiveram que voltar atrás depois de muita polémica
Em Londres, espetos antimendigos, bancos contra skaters e namorados expõem o horror de certos urbanistas e autoridades a interações pessoais. Artigo de Benn Quinn, publicado no The Guardian.