Feliz Dia do Pai!

Ora viva!

Por esta altura o leitor deve-se estar a perguntar o porquê da minha crónica ter saído apenas hoje e não na 3ª feira como de costume. Permita-me que lhe responda: porque hoje é DIA DO PAI. E este será o tema do “Graças a Dois” de hoje!

O Dia do Pai, ao contrário do Dia da Mulher, é um dia que não tem o valor que realmente merece. O dia 19 de Março devia ser feriado para todos os pais do mundo. Neste dia, todo e qualquer pai deveria poder decidir o que fazer e o que não fazer. E isto porquê?! Porque ser pai deve ser difícil para caraças!

Assim que pensamos em deixar os nossos espermatozóides fecundar o óvulo alheio começam logo as preocupações. Será que os nossos “bichinhos” sabem nadar?! Será que descobrirão o caminho certo para o óvulo? E depois? Estará lá “alguém” para os receber? E se estiver? Será que algum conseguirá entrar? Dúvidas, dúvidas e mais dúvidas…

Depois, quando recebemos a notícia que tudo correu como era suposto, começa a fase do arrependimento: “O que é que eu fiz?!”; “Já?! Como já? Eu só disse a ela que queria ser pai para fazermos mais sexo…”; “Então e agora, o que é suposto fazer?”… (Estes são alguns dos pensamentos, que surgem na cabeça dos futuros pais, no preciso instante que vêm os dois tracinhos a aparecer no teste de gravidez.)

Em tempos que já lá vão, ouvi uma mulher, após engravidar, dizer para o seu marido: “o teu trabalho já está feito!” Curiosamente, hoje em dia oiço essa mesma mulher a dizer-lhe: “AMOOORR VAI VER DO TEU FILHO!!”

E agora eu pergunto: então mãe?! O trabalho do pai não estava já feito? (E digo mãe porque assim que o casal engravida – sim, pelos vistos engravidam os dois, também descobri isso recentemente –  os nomes já eram. A partir desse momento passam a ser apenas, “mãe” e “pai”.)

Eu ainda sou do tempo em que a tarefa do pai terminava assim que os seus “bichinhos” fecundavam o óvulo da mãe. Vá, no máximo um pai ainda trocava uma fralda ou duas, isto claro, caso a mãe estivesse doente ou a dormir. Em caso algum um pai trocava uma fralda se a mãe estivesse nas redondezas. Mas hoje em dia tudo parece estar perdido…

Antigamente o homem praticava “o amorrr”, engravidava a esposa, aturava o mau feitio dela durante 9 meses, e já estava. Quanto muito levantava-se às 3h da manhã para ir até à rua comprar morangos ou chocolates porque ela estava com desejos. Mas depois… Depois, basicamente, bastava-lhe esperar 9 meses, até que a caríssima esposa decidisse dar à luz, para poder ir para o tasco beber umas “jolas” e fumar uns charutos com os amigos. Mas agora… Agora é como lhe disse antes: a tarefa do pai começa antes da mãe engravidar e termina mais ou menos… NUNCA!

Antes sequer da mulher engravidar o marido é arrastado para uma consulta de ginecologia. Ginecologia, meus amigos… Homem algum devia ter de conhecer a outra pessoa que vê a vagina da sua mulher com alguma regularidade, quanto mais vê-la em acção…

Depois, assim que a mulher suspeita que está grávida, lá começam as despesas inerentes à paternidade. Por exemplo: um teste de gravidez! Faz ideia de quanto é que custa um bocadinho de plástico que troca chichi por boas notícias? Não?! Então eu digo-lhe: BUÉ!

De seguida, o que é que acontece ao aspirante a Pai? Isso mesmo, vai a outra consulta no ginecologista… E desta vez com direito a vê-lo/a a colocar uma “câmara” num sitio onde ele sempre sonhou mas nunca conseguiu convencer a esposa a fazê-lo…

Exames feitos, ecografia realizada, confirma-se! Vai ser pai! HUUU, HUUU! Agora é que é. O trabalho do pai está feito. Acha que sim? Não! Nem por sombras…

Depois da primeira ecografia vem a segunda, e a terceira, e a quarta, e a quinta, e todas aquelas que o/a Dr. achar necessário. E se por um lado as coisas parecem estar melhores para a sua auto-estima, pois as ecografias passaram a ser feitas apenas por fora, por outro começaram a piorar para a sua carteira. É porque à medida que o seu bebé aumenta de peso o seu dinheiro diminui na carteira…

“Ah e tal é melhor começarem já a comprar fraldas.” – dizem os amigos.

“E a roupa? Já têm roupa?! Talvez seja melhor irem procurando.” – diz a família.

“E curso? Já fizeram algum curso? Têm de fazer!” – diz o raio que os parta…

Mas qual curso, pá! E comprar fraldas para quê? O puto já nasceu? Ainda a criança não fez o seu primeiro cocó querem que eu ande a armazenar fraldas para quê?! E que história é essa da roupa… Então não é melhor esperar que o bebé nasça  para ver que número é que ele usa? Ó c’um caraças… E já agora, esse curso é para quê? Antigamente não haviam cá cursos para ninguém e as crianças nasciam e cresciam saudáveis! Mais até do que agora…

Mas infelizmente, hoje em dia, pai que é pai tem de passar por tudo isto (e muito mais). Um pai tem de ir a consultas. Um pai tem de assistir a ecografias. Um pai tem de ir fazer cursos. Um pai tem de assistir ao parto (e se não tiver de cortar o cordão umbilical já é uma sorte). Um pai tem de saber mudar uma fralda, dar banho ao bebé, dar de comer, pôr a arrotar e perceber ainda porque raio é que o pirralho não pára de chorar. Felizmente para nós não temos leite, senão estou em crer que até “mama” tínhamos de dar…

E é por tudo isto que eu digo e repito: ser pai é difícil para caraças!

Ahh! Já me esquecia… Dêem-me os parabéns! Não, não é por ser dia do Pai… É mesmo porque hoje vos apresentei a crónica nº100! Espero que tenham gostado. Feliz dia do Pai!