Fim de Ano – Bruno Neves

Pois bem, uma semana passou, o natal já ficou para trás e agora segue-se a passagem de ano. São duas semanas em que todos nós deixamos a dieta de lado e cedemos à tentação, ou melhor, tentações, porque são bem mais do que uma. Porque é que tem de haver tantos e tão bons doces natalícios? Não admira que o Pai Natal tenha aquela barriga…

Chegaram assim aqueles dias em que olhamos para o passado recente e tentamos fazer um balanço de 2012. E arrisco dizer que nos primeiros instantes em que tentamos recordar-nos de como foi este ano não conseguimos recuar mais do que….dois ou três meses. Tentem lembrar-se do mês de Janeiro, do que aconteceu ou de algo específico que fizeram nesse mês. Exacto, é difícil. E é difícil porquê? Porque hoje em dia tudo é efémero. A vida é rápida, rápida demais. Nós não andamos, nós corremos, e o tempo voa porque o tempo anda sempre mais rápido que nós.

Aliás, nós nem sequer nos lembrados dos desejos que pedimos ao comermos as 12 passas no ano passado. Desafio todos os leitores a pensarem durante dois minutos a fim de se lembrarem dos desejos que pediram. Não é lembrar-se de cinco ou seis, mas sim de todos. Então, não conseguem? Mas deviam de ser capazes, afinal de contas foram desejos…era algo que queriam bastante, certo? Devo interpretar essa falha de memória apenas como um sinal para comerem menos queijo ou como um “afinal não queríamos assim tanto que tudo aquilo se concretizasse”? Vou pensar no vosso caso e depois digo-vos a resposta….quando? Olhem, quando o Sporting vencer o campeonato (que é como quem diz “Dia de São Nunca à tarde”), pode ser? (E desta forma acabei de coleccionar mais uns quantos inimigos. Sejam bem-vindos, tenho espaço para todos).

E afinal de contas vamos lá a saber: porque raio é que comemos passas? Não me digam que os desejos só se concretizam se comermos passas porque afinal de contas passámos por muito para ali chegar. E se a lógica for esta e os desejos não se concretizarem podemos reclamar? E reclamo aonde? Espero que seja junto do Ministro Vítor Gaspar, é que tenho uma série de reclamações para fazer e assim faço tudo de uma vez…


Em jeito de balanço deste ano de 2012 confesso que uma das grandes surpresas para mim foi este blogue. Quando submeti a minha candidatura para fazer parte desta equipa nunca esperei ser aceite. Quando fui aceite fiquei em pânico por ter receio de não conseguir aguentar a responsabilidade de publicar um texto por semana. Hoje olho para trás e percebo o quão importante foi para o meu desenvolvimento pessoal fazer parte desta equipa e o quanto evoluí desde que cá estou. Este ano não teria sido o mesmo sem todos vocês, muito obrigado!

Quanto a 2013, que traga saúde, momentos bons e momentos maus (porque só passando pelos maus damos verdadeiro valor aos bons), felicidade, alegria, sorrisos e lágrimas nas doses necessárias mas acima de tudo que traga esperança. Esperança num futuro melhor, em dias mais solarengos e menos nublados. Porque actualmente, em dias nublados, os portugueses já não esperam por D.Sebastião…têm isso sim medo de que por entre o nevoeiro se erga o Ministro das Finanças.

Quanto aos desejos da passagem de ano tenciono, tal qual um verdadeiro Miguel Relvas, dar às gomas equivalência a passas. Entre com o pé direito, porque para azar já nos chega o que nos dá este (des)governo.

Boa passagem de ano.
Boa semana.
Boas leituras.

Crónica de Bruno Neves
Desnecessariamente Complicado
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