Fotografias pedaços de vidas…Selfies, só se fosse por acidente!

Enquanto seguro nas mãos o meu telemóvel, e olho para a respectiva câmara fotográfica de 8 megapixeis, recordo-me de outro tempo…

Tempo em que não os havia, nem aos telemóveis e muito menos as ditas câmaras fotográficas integradas, lembro-me sim, das velhinhas máquinas de rolo.

Sim, dessas mesmo que estão a pensar, de 24 ou 36 fotografias, que poucas eram as vezes que tínhamos na realidade as 24 ou as 36 fotos, sendo que algumas tinham “queimado”!

Era de facto uma alegria, levarmos a nossa maquineta, descartavel ou não, para as festas, romarias, aulas, praia ou até aquela simples reunião de amigos.

Sentir aquele puxar de rolo, até que a próxima ficasse pronta, ouvir aquele click…Já está, é só carregar!

Será que ficou bem?

Nunca sabíamos, só depois, bem depois, quando íamos as ditas lojas de revelação fotográfica, a “moca” que era vermos as tristes figuras que fazíamos, e que importava os olhos vermelhos, as roupas caretas, as fotografias em pijama ou até mesmo aqueles penteados esquisitos.

Era fácil, tão fácil, que selfies, qual quê!

Uma chance, ou ias paga-la caro, sim porque não era propriamente barato pagar o rolo!

Tínhamos, ainda hoje temos algo físico! Já pensaram que se os nossos pais tivessem telemóveis topo de gama, com câmaras de 8 megapixeis hoje não teríamos, os benditos álbuns, que orgulhosamente nos envergonham, estaríamos enfiados numa pen, num disco rígido!

Tenho orgulho, em ter fotografias minhas em papel fotográfico, bébé todo nú! Quem da nossa geração não as têm, agora que penso acho que seria uma espécie de lei para quem tinha bébés na altura, tirar uma fotografia em pelota, para mais tarde humilhar.

São provas, só isso, de uma existência, de uma infância, feliz, temos essa sorte, somos uns privilegiados, dentro em breve os nossos filhos terão pens, discos…

Mas nunca, nunca mesmo, uma fotografia, em bebés, todos nus, ou já na doce infância, com um penteado esquisito, um aparelho dentário, espetado num passpartout, na entrada, na sala, ou até mesmo num poster 33×48,8 orgulhosamente espetado na parede!

Mais do que traços de vida, são marcos de história, a minha, a vossa e de toda a gente!

Carimbos, marcados, cravados, de uma vida, que o tempo pode até dar mau trato, mas nunca o poderá apagar.

São rolos, apenas rolos de máquinas ultrapassadas pelo tempo, mas que o tempo não tardará, a recordar!

Não se esqueçam de sonhar e recordar porque a vida é feita de sonhos!