Haverá Ano Mais Mortal Que 2016?

Se há algo de que temos a mais profunda das certezas é de que um dia morreremos. Se é daqui a quinze minutos, duas semanas ou apenas daqui a muitos anos não sabemos nem temos forma de saber (cientificamente falando, claro). E embora todos os dias faleçam milhares de milhões de pessoas por este mundo fora é natural que algumas mortes nos afectem mais do que outras. É óbvio que nos custa muito mais encarar a morte de um amigo ou de um familiar próximo do que de um perfeito desconhecido ou amigo de um amigo de um amigo, certo? Mas existem ainda outro tipo de mortes: as mortes de pessoas famosas. E neste capítulo específico o ano de 2016 está a ser particularmente cruel: em poucos meses já perdemos largas dezenas de nomes reconhecidamente talentosos em várias áreas. É precisamente por isso que o “Desnecessariamente Complicado” desta semana coloca a seguinte questão: haverá ano mais mortal do que o de 2016?

A passada quinta-feira, dia 21 de Abril de 2016, seria um dia como tantos outros não tivéssemos visto partir um dos maiores ícones da música contemporânea. Prince Rogers Nelson, de 57 anos de idade, foi encontrado morto num elevador da sua casa no Minesota (nos Estados Unidos da América). O mundo ficou em choque com esta perda irreparável do mundo da música. E não é caso para menos dado que Prince não só editou largas dezenas de discos como escreveu inúmeras músicas para outros cantores, participou em bandas sonoras e em filmes e dominou os tops e os prémios do mundo da música durante toda a sua carreira.

E este ano já seria demasiado negro se tivéssemos perdido “apenas” Prince. Contudo, ainda este ano podia ser chamado de “novo”, quando o mundo parou para chorar a surpreendente morte de David Bowie. Quando nada o fazia prever o camaleónico cantor saiu de cena deixando um rasto de genialidade, criatividade e sabedoria difícil de igualar nas próximas largas décadas.

Mas será justo afirmar que 2016 é o ano mais mortal de sempre? Por acaso até é, como daqui a pouco perceberão. Existe forma de explicar a multiplicidade de falecimentos surpreendentes de actores, apresentadores, músicos, cantores e afins? De certa forma até existe. Mas antes de responder a estas duas questões quero que tenham consciência da enorme quantidade de falecimentos que já tivemos este ano (sendo que para tal elaborei uma lista, algo extensa, que vos deixo de seguida).

Falecimentos 2016 – Portugal

Nicolau Breyner
Nicolau Breyner

– Nicolau Breyner (N. 1940); Foi actor, produtor e realizador; Participou em dezenas de filmes, telenovelas e peças de teatro, marcando várias gerações. Será para sempre recordado por muitos dos seus trabalhos, mas especialmente pela parelha que fez com Hérman José: “Senhor Feliz e Senhos Contente”.

– Francisco Nicholson (N. 1938); Foi actor, argumentista e encenador; Tal como Nicolau Breyner participou em algumas das maiores obras de arte realizadas em Portugal. Foram dezenas as telenovelas, filmes e peças de teatro em que participou consolidando a sua posição como um dos mais brilhantes actores da sua geração.

– Nuno Teotónio Pereira (N. 1922); Foi uma das mais destacadas personalidades da arquitectura portuguesa, com uma obra que reequacionou os modelos da habitação social.

– José Boavida (N. 1964); Embora tenha participado em inúmeras telenovelas e séries televisivas ao longo das últimas décadas foi o seu último papel que ficou verdadeiramente na memória dos portugueses (o Mecânico “Manuel” em “Bem-vindos a Beirais”, da RTP1).

– Vera Varela Cid (N. 1937); Foi bailarina e professora; Foi uma das fundadoras da Companhia Nacional de Bailado, em 1977; Criou para a RTP, com Luna Andermatt, programas quinzenais sobre a história do bailado e os bastidores do espectáculo.

– António Filipe (N. 1961); Actor de reconhecido mérito e talento participou em algumas produções televisivas mas foi no teatro que mais se destacou; Trabalhou em companhias como o Teatro Aberto, o Teatro Ibérico, o Teatro do Século, e o Teatroesfera tendo estado desde 2002 nos Artistas Unidos.

Nuno Teotónio Pereira
Nuno Teotónio Pereira

– Jorge Sequerra (N. 1958); Actor com mais de trinta anos de carreira; Participou em filmes como “Amália” (2008) de Carlos Coelho da Silva, “Corrupção” (2007) de João Botelho e “Leviano” (2016) de Justin Amorim; Fez parte dos elencos de séries, minisseries, telefilmes e telenovelas, designadamente, “Claxon”, “Cinzas”, “Nico d’obra”, “Médico de Família”, “Morangos com Açúcar”, “Conta-me Como Foi” entre tantos outros projectos.

– Ana Vieira (N. 1940); A artista plástica destacou-se no cruzamento das diversas disciplinas artísticas, criando um corpo de trabalho original e inspirador no conjunto da arte portuguesa contemporânea.

– Joaquim Rosa (N. 1927); Destacou-se especialmente no teatro mas também fez cinema e televisão tendo participado em séries e telenovelas como “A Viúva do Enforcado”, “A Banqueira do Povo”, “Médicos de Família” ou “Flor do Mar”.

Falecimentos 2016 – Internacional

– Billy Paul (N. 1934); Foi pioneiro da música soul; Foi um dos nomes mais relevantes da chamada “philly soul”, tendo adquirido fama internacional com o sucesso Me and Mrs Jones, de 1972; No ano seguinte haveria de receber um Grammy para melhor interpretação masculina R&B por causa dessa mesma canção, superando grandes vultos como Ray Charles ou Curtis Mayfield.

– Guy Hamilton (N. 1922); Actor e realizador britânico; Foi o responsável por quatro filmes da série dedicada ao agente secreto James Bond, mas a sua carreira também passou pela obra de Agatha Christie; Como curiosidade é digno de nota o facto de ter chegado a ser duplo de Orson Welles enquanto actor.

– Malick Sidibe (N. 1936); Especializou-se em fotografia documental, focando particularmente as culturas jovens do Mali, os eventos desportivos, a praia, os clubes noturnos e os concertos. É considerado um dos mais importantes fotógrafos africanos de sempre tendo sido inclusivamente o primeiro artista africano a receber o Leão de Ouro da Bienal de Veneza, em 2007. Venceu também o Prémio Photo Espanha, em 2009.

– Erik Bauersfield (N. 1922); Deu a voz ao Almirante Ackbar, um dos comandantes das forças da Resistência em “O Regresso de Jedi” e voltou recentemente para “Star Wars: O Despertar da Força”; Steven Spielberg também contou com a sua voz para “A.I. Inteligência Artificial” (2001), tal como Guillermo Del Toro para “Crimson Peak: A Colina Vermelha” (2015).

Erik Bauersfield
Erik Bauersfield

– Leandro “Gato” Barbieri (N. 1932); O saxofonista argentino foi um exímio intérprete do sax tenor; Gravou cerca de 50 álbuns e tocou ao lado de mestres como Don Cherry, Cecil Taylor, Charlie Haden, Pharoah Sanders, Roswell Rudd e Ron Carter; Faz parte de um quadro de honra ao lado de Astor Piazzolla, Mercedes Sosa, Lalo Schifrin e Carlos Gardel; Em 2015 recebeu um Grammy latino pela sua carreira.

– Douglas Wilmer (N. 1920); Ficou famoso por encarnar o detective Sherlock Holmes na BBC nos anos 1960; Participou também em vários filmes, entre eles Octopussy, com Roger Moore como James Bond; Em 2012 teve uma participação na última série dedicada ao detetive, “Sherlock”, protagonizada por Benedict Cumberbatch.

– Imre Kertész (N. 1929); Foi um dos sobreviventes dos campos de concentração nazis, para onde foi deportado apenas com 15 anos; Essa experiência iria para sempre marcar a vida e obra de Kertész, autor de “Sem Destino” e de vários outros livros sobre a sua experiência em Auschwitz e Buchenwald. Há quatro anos, Kertész tinha anunciado que já não queria continuar a escrever por ter concluído a obra sobre o Holocausto; Tornou-se Prémio Nobel da Literatura em 2002.

– Tony Burton (N. 1937); Ficou conhecido pela sua participação no filme ‘Creed’, onde desempenhava a personagem de ‘Duke; Foi um dos poucos actores da saga ‘Rocky’, que participou nos seis filmes, no papel de treinador de Apollo.

– Maurice White (N. 1941); Foi cantor, baterista, compositor e fundador da banda Earth, Wind and Fire; A banda vendeu mais de 90 milhões de discos em todo o mundo, e popularizou-se nos anos 70; Ao longo da carreira ganharam seis Grammys e entraram para o Rock and Roll Hall of Fame do Rock no ano 2000.

Ettore Scola
Ettore Scola

– Ettore Scola (N. 1931); O realizador de Tão Amigos Que Nós Éramos (1974) e de Feios, Porcos e Maus(1976) e Um Dia Inesquecível (1977) era considerado o último dos grandes realizadores da “comédia italiana”; Um dia Inesquecível  foi nomeado para dois Óscares: Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Actor (Mastroianni).

– Papa Wemba (N. 1949); Papa Wemba era o nome artístico de Jules Shungu Wembadio Pene Kikumba; Começou a ganhar fama quando, aos 20 anos, se juntou à banda congolesa Zaiko Langa Langa com outros reconhecidos músicos da República Democrática do Congo; Em 1977, Wemba e outros membros da Zaiko Langa Langa formaram outra banda, Viva La Música, que lhes trouxe reconhecimento mundial e o êxito pela Europa, América, Ásia, além de popularidade no resto do continente africano; Era conhecido como o rei da rumba congolesa.

– Ken Adam (N. 1921); O ‘designer’ foi um dos criadores do mundo fantástico do espião James Bond; Venceu dois Óscares (o primeiro com “Barry Lyndon” e o segundo com “The Madness of King George”, ambos do realizador Stanley Kubrick).

– Umberto Eco (N. 1932); Pensador, filósofo, ensaista, estudioso e romancista, Umberto Eco era figura de renome no meio académico, mas granjeou sucesso internacional com ‘O Nome da Rosa’ (obra adaptada ao grande ecrã por Jean-Jacques Annaud); É também da autoria do italiano “O Pêndulo de Foucalt”.

– Anita Brookner (N. 1928); A escritora britânica era uma reconhecida historiadora de arte; Conquistou o prémio Booker em 1984 com o romance “Hotel du Lac”; Publicou mais de 25 obras em toda a sua carreira.

– George Gaynes (N. 1917); O actor finlandês nasceu George Jongejans, mas mais tarde viria a adoptar o apelido Gaynes; Foi cantor de Ópera antes de se dedicar à carreira de ator; Encarnou o despistado Eric Lassard nos sete filmes da Academia de Polícia, o primeiro datado de 1984 e o último de 1994; Retirou-se em 2003, após participar na comédia “Just Married”.

George Gaynes
George Gaynes

– Merle Haggard (N. 1937); Com outros revoltosos da música country (como Willie Nelson, Johnny Cash, Waylon Jennings ou Kris Kristoferson) liderou o movimento Outlaw, que acabou por ganhar adeptos e transformar a música americana; Estreou-se nos discos com o álbum “Strangers”, de 1965, título que era também o nome da banda que o acompanhava (e que integrava o lendário Norm Hamlet, gigante da steel guitar que marcou sempre as canções de Haggard); Em 2011 editou o seu último álbum, “Working On Tennessee” e tinha regressado aos concertos em Fevereiro, poucas semanas depois de ter passado 11 dias no hospital com uma grave pneumonia.

– Douglas Slocombe (N. 1913); Colaborou com a Life Magazine e a Paris-Match até ao início da Segunda Guerra Mundial; Foi já com a câmara de filmar que, em 1939, registou a invasão da Polónia pelas tropas nazis – trabalho que integrou o documentário Lights out in Europe (1940), realizado por Herbert Kline; A sua extensa carreira inclui mais de oito dezenas de títulos, nomeadamente os três primeiros capítulos da saga Indiana Jones; Viu o seu trabalho reconhecido e celebrado com uma dezena de nomeações para os BAFTA, tendo vencido três: com O Criado (1963), de Joseph Losey; com O Grande Gatsby (1974), de Jack Clayton; e com Júlia (1977), de Fred Zinneman; Em Hollywood, ficou-se pelas nomeações, por este último filme, mas também por Viagens com a Minha Tia (1972), de George Cukor e pelo primeiro Indiana Jones; Em 1981, Slocombe foi convidado a integrar o júri do Festival de Cannes.

– Glenn Frey (N. 1948); Foi guitarrista e um dos fundadores da banda “The Eagles”; A sua banda foi uma das mais bem-sucedidas dos anos 70 (entre os seus temas mais conhecidos está “Hotel California”, de 1976); Não só escreveu a música atrás mencionada como também os hits “Heartache Tonight” e “Lyin’ Eyes”.

– Kathynn Popper (N. 1915); Trabalhou na indústria do cinema na MGM e na RKO; Durante a rodagem de “Citizen Kane”, tinha dois papéis, o de assistente e o de atriz (foi assistente pessoal de Orson Welles durante muitos anos e, no filme de 1941, interpretou o papel da fotógrafa que pergunta “O que é Rosebud?”).

– Tony Dyson (N. 1948); Foi responsável pela criação do modelo original do robô R2D2 para a saga original da Guerra das Estrelas, de George Lucas; Trabalhou em filmes como 007 — Aventura no Espaço (1979), para o qual criou um fato de astronauta completo, e Super-Homem II (1980); Fora do grande ecrã, desenhou e construiu robôs para algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo, como a Sony, a Philips e a Toshiba.

George Martin e os Beatles
George Martin e os Beatles

– George Martin (N. 1926); Produziu mais de 700 álbuns ao longo da sua carreira de cinco décadas; Trabalhou com artistas como Dire Straits, Celine Dion, Sting e os Rolling Stones, mas foi o seu trabalho com os The Beatles que o tornou verdadeiramente famoso; Foi tão importante para o crescimento e desenvolvimento da banda que começou a ser chamado de “O Quinto Beatle”.

– Doris Roberts (N. 1925); Começou a carreira televisiva nos anos 70, quando já era uma veterana dos palcos da Broadway; Entre 1996 e 2005, participou em nove temporadas da comédia televisiva “Todos Gostam de Raymond” vencendo quatro Emmys no papel de Marie Barone, mãe protetora e sogra mal humorada; Venceu também outro Emmy na série dramática “St. Elsewhere”.

– Colin Vearncombe (N. 1962); Usava o nome artístico “Black”; Tinha uma carreira de 35 anos na música; Foi o compositor e intérprete de “Wonderful Life”(de 1987), música que se tornou no maior êxito da sua carreira; Além da música escreveu também livros de poesia e apresentou as suas obras de arte em várias exposições na Irlanda.

Frank Sinatra e o seu filho Frank, Jr.
Frank Sinatra e o seu filho Frank, Jr.

– Harper Lee (N. 1926); Publicou em 1960 o livro “Mataram a Cotovia”; Esta sua obra foi consensualmente considerada uma das obras-primas da literatura do século XX e valeu-lhe o Pulitzer em 1961; Foi traduzido em mais de 40 línguas e atingiu um número de vendas extraordinário: cerca de 40 milhões de exemplares; O realizador norte-americano Robert Mulligan adaptou-o ao cinema em 1962; Depois disso, a autora esteve mais de 50 anos sem aparecer nem publicar, vivendo uma vida pacata e discreta mas, no ano passado, foi anunciado o lançamento de um novo livro seu, “Go Set a Watchman”.

– Frank Sinatra Jr. (N. 1944); Cedo seguiu as passadas do pai, enveredando por uma carreia musical, como cantor, compositor e maestro, chegando mesmo a ser o diretor musical do pai e a dirigir as orquestras que o acompanhavam nos concertos; Em 1963, com apenas 19 anos, foi notícia por ter sido raptado e mantido refém até ser resgatado mediante entrega de 240 mil dólares; Em Agosto de 2015 cantou o hino nacional americano no estádio dos New York Yankees.

Estão um pouco cansados, não? Pois, é normal, a lista é surpreendentemente extensa. E se eu vos disser que a lista é, na verdade, bem mais longa do que aqui apresentei? Não façam essa cara de espanto porque é a mais pura das verdades! A lista completa é muito mais extensa e detalhada, eu é que fiz uma selecção dos nomes mais importantes e relevantes em cada área (caso contrário esta crónica teria pelo menos mais meia dúzia de páginas).

Mas voltemos à questão inicial: é justo dizer que o ano de 2016 é o mais mortal de sempre? Face ao alarmante número de óbitos nos primeiros meses deste novo ano Nick Serpell (editor de obituários da BBC) debruçou-se afincadamente sobre este tema. E o que descobriu ele? Digamos que esta “onda de mortes” é bem real. Tão real que no primeiro trimestre de 2016 já se fez o dobro dos obituários que tinham sido feitos no primeiro trimestre do ano passado!

Ora de acordo com as estatísticas da sua secção, no primeiro trimestre de 2012 a BBC produziu 5 obituários. Em 2013 foram 8. No ano seguinte o número passou para 11. Nos primeiros três meses de 2015 houve 12 obituários na BBC. E este ano? Bom, em 2016 já vamos em 24 obituários.

Tendo isto em conta a BBC quis perceber se este seria um fenómeno particular ou se acontecia nos outros meios de comunicação, tendo para tal conferido a galeria de mortos do mundo da cultura no site do Daily Telegraph. Até ao final de Abril de 2014, havia 34 pessoas nesta galeria. E este ano? Não se assustem mas o número de mortos já vai em….75!

Portanto, se é verdade que há mais pessoas famosas a morrer, a próxima questão se coloca é: porquê? Sim, porque não pode ser coincidência, certo? Quer dizer, poder pode, nós é que não acreditamos em tal explicação. Escusado será dizer que Nick depositou algum do seu tempo nesta questão conseguindo mesmo encontrar uma explicação (completamente lógica diga-se de passagem).

Então, pensem comigo: as pessoas que começaram a ficar famosas na década de 1960 e 1970 estão agora a entrar nos seus 70/80 anos, certo? Logo o mais lógico é que comecem a sofrer de mais problemas de saúde (alguns deles certamente graves), o que resulta, mais cedo ou mais tarde, na sua morte. E a verdade é que, devido à profusão de meios de comunicação há muitas mais pessoas famosas do que havia antes. E quantas mais pessoas famosas existem….mais mortes de famosos acontecerão no futuro, obviamente.

Resta, portanto, uma única pergunta: será que se vai manter esta tendência? Em teoria é impossível de responder com certeza a tal pergunta no entanto, na prática, todos sabemos que sim. Aliás, não só vai continuar a acontecer como tem tendência para se agravar com o passar dos anos (basta lembrarmo-nos da multiplicidade de “estrelas” que se formaram nos anos 80 e 90 e que nas próximas décadas começarão a chegar à chamada “terceira idade”).

E perante a impossibilidade da imortalidade resta-nos uma única alternativa: celebrar a vida, aproveitando-a ao máximo, e fazendo com que cada segundo conte. Termino com dois pedidos: não esqueçam a vida e obra dos que partiram no início deste fatídico ano de 2016 e valorizem verdadeiramente todos os génios que ainda temos a sorte de ter ao nosso lado (afinal de contas ninguém é eterno e o reconhecimento deve ser dado em vida).

Esperemos que os restantes meses deste ano nos brindem com uma desaceleração deste ritmo frenético de falecimentos, caso contrário iremos chorar muito até ao final de Dezembro.

Boa semana.
Boas leituras.