Hoje decidi comunicar convosco! – Patrícia Marques

Deixa-me comunicar contigo. Pode ser? Eu queria agarrar um pouco da tua atenção, sem querer fingir que gosto de ti, ou de ti. Quero delegar uma mensagem e hoje achei o dia mais propício para tal. Sabes quando sentes aquela ideia vaga de que hoje é o dia para pedir mais paz, mais compreensão, menos ansiedade, menos stress, mais amor e alguma compaixão? Senti-me assim. Primeiro pensei deixar-vos um tributo dos workshops que a MJPConsultores vão realizar no âmbito do Potencial Humano nas Organizações; mas isso vocês já sabem que podem visitar em «mjpconsultores.com». Pensei em seguida, de escrever algo mais poético, o tempo branco convida a isso, mas não, basta o tempo por si só. Por fim achei que deveria falar-vos a partir do meu ser emocional até ao vosso.

A Paz que eu vos falo é aquela que imprime algum tipo de doação. Quando as pessoas se olham nos olhos, com espírito de real ajuda; quando se vê a necessidade de alguém e sem algum tipo de interesse maior ajuda-se e pronto. A compreensão que quero apresentar é aquela que mesmo construída com algum esforço, é atempadamente interiorizada para percebermos o lugar do outro: «Como é que ele se sente? O que pensa acerca disto? O que dizem suas atitudes?». A menor ansiedade que referi, corresponde à sensação de apaziguamento das condições negativas que em excesso, nos levam a uma perda de energia considerável (desgaste), quer ao nível físico, psicológico ou espiritual. O menor stress de que falei, toma em consideração a maior ou menor motivação do ser humano, o excesso de suas preocupações neste tempo «de crise», o ritmo de trabalho, a carga de trabalho, a capacidade de gerir o tempo, de organizar projetos, de realizar sonhos; enfim, tudo o que possa condicionar o stress que acaba por se repercutir na nossa vida e no nosso ser emocional.

Mais amor, eu disse. A preocupação exagerada muitas vezes contraria o amor que todos deveríamos de desenvolver para nos cativarmos a nós mesmos, cativarmos as pessoas ao nosso redor, cativarmos pensamentos positivos e por conseguinte, ações e atitudes, também elas positivas. Falo-vos no amor de Stendhal…o senhor que “farinhou” o cubo do amor em porquês e consagrou o belo, o ideal e o doce beijo do amor; e por fim falei em compaixão. Em total sinceridade revelo que a palavra não é das minhas preferidas – COMPAIXÃO. O composto da palavra muitas vezes é simplificada e deduzida como (com) (paixão); mas não sei, nem um nem outro termo segregam algo que o meu cérebro interprete «é isto». Lembro-me apenas da quaresma que passou e às vezes lembro-me também de mim.

Na doença, no desalinho do bom caminho, na realidade feroz, acho que qualquer ser-humano sente compaixão. Por vezes quando se olha o mendigo, ou o pedinte, ou o doente também se sente compaixão; eu sinto; mas é de passagem, sinto e pronto. Agora, quando se trata de nós próprios, quando se vê a nossa realidade factual, e a nossa perspetiva do ideal, aí sim, se mostra a verdadeira compaixão. Quando vemos alguém de quem gostámos, ferido, magoado, desiludido…aí também existe compaixão.

Pensei nisto e resolvi comunicar convosco; por isso a questão que insiste no desenvolvimento do potencial humano: noção de resiliência, stress, gestão emocional, burnout, prevenção de riscos psicossociais, desenvolvimento de competências!

Crónica de Patrícia Marques
Um lugar ao Sol
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