Humilhações desportivas, golos no último segundo e a febre da Bola de Ouro

A semana que passou foi tudo menos tranquila. Tanto a nível social, com o terrível atentado em Paris, como a nível desportivo, com vários acontecimentos e hecatombes. Quarta-feira, o Belenenses, a 4ª maior potência desportiva portuguesa, é humilhada em Braga perdendo por 7-1, no Domingo, o Sporting, quando já ninguém o fazia prever, ganha no Estádio AXA, no último segundo da partida, com um golo de livre, e durante toda a semana, a febre da Bola de Ouro e as conversas e debates sobre quem deveria ser o vencedor, multiplicaram-se.

Na passada quarta-feira, Braga e Belenenses defrontaram-se em jogo a contar para os Quartos de Final da segunda competição portuguesa mais importante, a Taça de Portugal. Numa competição que é suposto viver-se em ambiente de festa, os Bracarenses atiraram os foguetes e apanharam as canas, festejando sozinhos, numa festa de arromba, da qual a “piñata” foi o Belenenses. Uma das derrotas mais humilhantes da história do clube foi sofrida em Braga, dia 7/1/15. Uma infeliz coincidência que só marca ainda mais o negro ambiente que se viveu no Minho. Uma equipa desfeita de um lado, do outro uma equipa super-confiante, com qualidade e critério. Tudo isto deu no massacre que se viu. Para os jogadores não há buraco para se esconderem, para os adeptos, não cabelo que não tenham arrancado. O Belenenses foi vergado e agora terá a difícil missão de se recompor. O jogo com o Porto no passado Sábado, foi mais uma prova da influência da moral e do campo psicológico no futebol. A equipa produziu zero e mostrou-se perdida em campo, completamente desolada. Hecatombe atrás de hecatombe, sempre com desculpas a camuflar a vergonha. Vergonha essa que é sentida por quem mais sofre, os adeptos. Veremos como será o futuro próximo do clube. A recuperação mental será, sem dúvida nenhuma, uma missão hercúlea.

Do 8 para o 80. De uma humilhação e a história de uma equipa destroçada, passamos para uma realidade completamente distinta, a explosão de alegria do minuto 94. Foi exactamente aos 94 minutos, que o japonês, Tanaka, encarnando Oliver Tsubasa, o herói dos desenhos animados, marcou um livre de foram espetacular e selou assim a vitória do Sporting naquele que seria, o último lance do jogo. Mal a bola toca as redes existiu uma explosão de alegria. Desde staff, adeptos, jogadores, até mesmo os comentadores e repórteres que são, ou deviam ser, imparciais, todos eles gritaram, puseram as mãos na cabeça e sorriram. É isto o futebol, um misto de emoções, uma miscelânea de sentimentos, um turbilhão de acções tidas e tomadas ao mesmo tempo sem nunca se dar nada por vencido ou por perdido. Ganhar um jogo no último lance da partida é das sensações mais fantásticas que se pode viver, todo e qualquer sorriso, abraço ou grito que surja em sequência desse tal golo, será, sem dúvidas nenhumas, a mais genuína emoção de todas. Desta feita foi o Sporting que se sentiu assim e o Braga, que tinha vindo de uma vitória que os pôs nos píncaros, viu agora o reverso da medalha numa descida ao inferno oferecida por um japonês, Tanaka.

O dia mais aguardado do ano para muitos. O dia no qual se decidirá quem é o melhor jogador do mundo. Aquele que mais fez, mais encantou e mais espalhou magia ao longo do último ano será coroado esta segunda-feira. Messi, Neuer ou Ronaldo, um destes três ganhará o prémio mais importante do mundo a nível individual e um destes três levará para a casa, a bola de ouro. Apesar de, supostamente, os resultados das votações só se saberem à hora da gala, o certo é que não há grandes dúvidas, o português, Cristiano Ronaldo, erguerá o prémio pela 3ª vez consecutiva e tornar-se-á, assim, o detentor da Bola de Ouro referente ao ano de 2014. Mais um feito alcançado pelo homem que não se cansa de bater recordes, contudo, para ser tão genial é preciso competição à altura, tanto Neuer, como Messi, são jogadores de craveira mundial e a rivalidade entre o argentino e o português é uma das mais interessantes e arrebatadoras da história do futebol mundial. Que se continuem a motivar um ao outro e deixem que a discussão da Bola de Ouro para onde ela é tema do dia, nos cafés.

Assim se passou uma semana agitada e com temas para dar e vender. Desde equipas históricas a serem humilhadas, a vitórias fulcrais no último segundo, até à discussão mais importante da semana e que já dura há meses e meses, a de quem será o melhor do mundo. Que a semana que vem seja mais calma e que, já com o novo melhor do mundo coroado, se virem atenções para temas mais importantes.