Igualdade de Género – Pelo ponto de vista feminino!

Alou, alou! Se está recordado, a semana passada escrevi-lhe sobre a “Igualdade de Género”. Um artigo todo catita e bastante divertido (modéstia à parte) mas, infelizmente, um tanto ou quanto centrado no ponto de vista masculino – como a minha querida colega e leitora Patrícia Marques fez questão de mencionar. – Como tal, esta semana resolvi “soltar a franga” e escrever sobre o mesmo tema mas de um ponto de vista mais feminino. Ora vejamos…

“Olá, eu sou a Gilda, a gaja que vive dentro do Gil. (Era para ser ao contrário mas achámos que a mulher dele não iria achar muita piada se fosse ele a viver dentro de mim…) E estou aqui hoje para nos defender a nós, mulheres, de todas as acusações falsas que nos foram feitas na semana passada!

Sim! É verdade que nós, mulheres, queremos ter direitos iguais. Queremos ser tratadas como semelhantes do sexo masculino (apesar de sermos superiores). Só por esta decisão vocês, homens, deviam ver o quão modestas somos. Uma mulher que queira ser tratada como um homem é uma mulher humilde. Uma senhora que é capaz de sair do seu pedestal e descer uns quantos degraus até chegar ao vosso nível é, sem dúvida, alguém que tem muito mérito!

Fomos acusadas de não saber substituir uma lâmpada, trocar um pneu ou colocar silicone no bidé. Deixem-me que vos diga que isso é a mais pura das mentiras! Nós sabemos fazer tudo isso e muito mais! Atrevo-me a dizer que provavelmente até o faríamos melhor que vocês, mas optamos por não o fazer…E sabem porquê? Porque temos a perfeita noção que isso vos faz sentirem-se úteis. Dizer a um homem: “Ó fofuxo és capaz de trocar aquela lâmpada?” ou ainda, “Amor, abres-me este frasco de grão?” é o suficiente para que alguém do sexo masculino se sinta nos píncaros: “UAU! Uma tarefa de homem! Ora deixa cá abrir este frasco e trocar aquela lâmpada, para a minha mulher ver o quão másculo eu sou!”
AH! AH! Seus idiotas… Fiquem desde já sabendo que não somos nós que não conseguimos desempenhar tais funções. Esta é simplesmente a nossa maneira de sermos simpáticas convosco, deixando-vos assim mostrar a vossa masculinidade…

O Gil também escreveu sobre o vosso (falso) cavalheirismo de nos abrirem as portas, para passarmos… Ó meus queridos potes de testosterona, nós sabemos perfeitamente que vocês só nos abrem as portas para olharem para o nosso belo corpinho… Mas não nos importamos, pelo contrário, até gostamos! Saber que somos gostosas o suficiente para que vocês tenham de inventar mil e uma formas para nos observar, só faz com que nos sintamos mais poderosas, mais confiantes, mais sexies e, ainda assim, mais atenciosas por vos darmos o belo prazer de olharem para aquilo que é bom… (e não me refiro às sandes de torresmos que tanto gostam.)

Dizem que não lavamos o carro? É verdade. Mas não é por desleixe. É porque não precisamos… Temos quem o lave por nós. Se não acredita em mim faça uma experiência: coloque um homem e uma mulher (ambos jeitosos) na rua, a pedir para que alguém do sexo oposto lhe lave o carro e veja os resultados… Isto não é preguiça, é ciência! Não é ignorância, é conhecimento empírico!

Mas numa coisa o Gil tinha razão. Exigimos demais a todos vós. Lavar a loiça, a roupa e o chão, são tarefas demasiado complicadas para quem nem sequer conseguiu nascer com dois cromossomas iguais. Saber que tipo de molas usar para estender uma blusa de seda, a quantidade de detergente a colocar numa lavagem, ou ainda que se deve varrer ou aspirar o chão antes de se passar uma esfregona é algo demasiado complexo para a vossa cabecinha. O nosso único problema é que achamos que se nós conseguimos fazer o jantar, lavar a loiça, dar de comer aos miúdos e ainda ler um bom livro pelo meio, vocês deveriam ser capazes de colocar uma simples máquina de roupa a lavar sem misturarem a roupa branca com a escura… Somos ingénuas, eu sei. Não podíamos ser perfeitas…

Por isso, meus queridos… E digo queridos porque sei que adoram ser tratados assim… Acham mesmo que somos o sexo fraco? Alguém capaz de vos pôr a fazer 1001 coisas diferentes, só para que nos sintamos felizes, é um ser fraco? Ó meus queridos… Oiçam bem o que vos digo. Eu não sou fraca, não! Eu sou é PODEROSA!”

E pronto, esta foi a opinião “da minha EU” interior. Espero que tenha gostado. Se não gostou volte para a semana pois muito dificilmente voltarei a deixar sair tal heterónimo de dentro de mim. Até porque, pelo que acabei de ler, ela escreve melhor que eu…

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Crónica de Gil Oliveira
Graças a Dois
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