Imputável ou inimputável – Maria Matias

Hoje, como faço todas as manhãs, quando chego ao cafézito na esquina da rua, abri o jornal, e enquanto fui mastigando a meia torrada e bebendo o café aproveitei como sempre para alimentar também o vício de ler as noticias do dia.

E há sempre algumas que nos deixam a pensar, nos entram pela alma dentro e fazem calo! Outras nem por isso!
A notícia nem é nova, mas a “história” que Renato Seabra protagoniza faz parte daquelas que não me consegue deixar indiferente.

Lia-se hoje que seis homens e seis mulheres, jurados, entre os 20 e os 80 anos, de várias etnias  têm por missão, desde hoje, decidir por unanimidade, se Renato Seabra, agiu com conhecimento do que fazia (imputável), ou se por outro lado estava privado das faculdades mentais (inimputável), que lhe permitiam discernir entre o certo e o errado.
Ocorreu-me que a vida humana tem um valor inestimável e que nada justifica matar. Aliás, sou contra a pena de morte em qualquer circunstância.


Este julgamento que tem movido interesses de vária áreas, é sobre a vida humana.
A de Renato Seabra.Qualquer que seja a decisão, ou qualquer que seja a verdade sobre o que se passou, fica-me a ideia que a vida deste jovem protagonista, a quem um dia foi talvez prometido o céu, será um inferno, que não terá começado no Hotel Intercontinental, mas antes, muito antes, quando se deixou seduzir por palcos, para os quais não estava preparado.

Apenas consigo pensar que na vida e em cada momento, há sempre outra saída. Ou talvez não!
Talvez também em alguma altura, este tenha decidido pela via que lhe pareceu mais fácil e que se mostrou afinal ser a mais dura.

Para o bem e para o mal, há uma frase que costumo dizer muitas vezes e que aqui repito:
“Que “Deus” nos dê juízo até há hora da morte !…“

Crónica de Maria Matias
No limiar da….rutura!