Indivíduos ignorantes que deveriam falecer…

(Depois de dar muitas voltas ao cérebro sobre como principiar esta crónica, cheguei a conclusão de que existe apenas e uma só maneira: a mais sincera e básica possível. Por isso, não se assustem pela rebeldia, crueldade e brutalidade que a mesma possa conter…)

Meus amigos, a meu ver, existem demasiados ignorantes neste mundo. E isto é um assunto que me agasta demasiado. É um daqueles assuntos que me tiram do sério, e quando isso acontece, normalmente, eu desato a coçar-me sem mais não. Por isso, meus caros amigos, eu acho que todos esses ignorantes deveriam falecer – porque acho que era a única forma de eu me livrar de, volta e meia, coçar-me tal e qual como um cão com pulgas.

“Mas que raio de ignorantes estás tu a referir-te, ó Ricardinho?”, perguntarão os caríssimos leitores, claramente preocupados com o facto de eu passar a vida a coçar-me em demasia.

(Vá, coçar também não é assim tão mau quanto isso. Porque sempre que o fazemos, uma sensação de alívio brota em nós, como quando estamos claramente à rasquinha para fazer a necessidade fisiológica número dois, e finalmente nos sentamos numa sanita que nos permite fazer tal acto de necessidade humana pura e crua. E isso é porreiro. É sempre catita quando algo brota – neste caso em particular – de nós… Certo?)

Meus amigos, as pessoas ignorantes que me tiram do sério e que me fazem perder as estribeiras, são aquelas que, por mais que sejamos óbvios, subtis, ou o mais básicos possível, elas nunca entendem que estão a ser alvo de chacota. A ironia ou o sarcasmo é algo que não abunda em demasia nas suas vidas, por isso, simplesmente não o detectam quando tal acontece. E só por isso, lamento, mas essas pessoas deviam falecer. Mas, atenção, eu não falo de falecer por falecer — do género: “Ai, que dor no peito tão forte, acho que chegou a minha vez! É agora, Zé… É agora que te vais desta para melhor… Ah, raios, fui!” –, falo, sim, de falecerem com algo afiado e pontiagudo enfiado no esfíncter. Porque, lá está: isso será uma morte digna de um ignorante – está no código de “Como falecer dignamente?”.

E vocês podem interrogar-me “Ai, mas por que razão os ignorantes te causam tanto mau-estar, ó Ricardinho?”, e eu respondo “Porque eles cansam-me, por Deus! Eles maçam-me os miolos!”.

Mas porque, acima de tudo, obrigam-me a fazer elaborar mil e uma maneiras de facilitar-lhes a vida, de maneira a que eles entendam quando estou a ser irónico ou simplesmente sarcástico. E isso cansa. Muito. Demasiado, até.

Porque, convenhamos, nós quando usamos o sarcasmo ou a ironia, fazemo-lo para que a pessoa visada se aperceba de que a estamos a criticar, mas de uma forma a que não magoe muito. Mas, estas verdadeiras bestas ignorantes (que, volto a frisar: deveriam falecer..) não entendem isso, e pensam exactamente o contrário: que estamos a elogiá-las ou simplesmente de acordo com os seus argumentos. Então, a dada altura, somos obrigados a informar que estamos a ser irónicos ou sarcásticos, de forma a que eles parem de interpretar mal as coisas. E, em certos casos, temos mesmo de dizer as coisas da forma mais pura e crua que existe, usando apenas a expressão “Eh pá, será que não percebes que estou a gozar contigo?! Poooorrrraaaaaaaaa!”.

E aí sim, os ignorantes ficam magoados. Ficam sentidos. Ficam de mal com a vida. E começam a pensar que não têm amigos. Que estão sozinhos no mundo. Que são pessoas simplesmente rejeitadas pela sociedade. E depois surgem os pensamentos macabros. Depois cometem loucuras e suicidam-se. E tal nunca aconteceria se não fossem tão ignorantes…

Quanto a vocês não sei, mas eu cá abolia todos os ignorantes do planeta – porque já não suporto coçar-me desta maneira…

“Ah, mas ó Ricardinho, as pessoas às vezes não são ignorantes porque querem…”, podem retrucar alguns dos caríssimos leitores.

E eu respondo, de uma forma até bastante cruel: “Não quero saber. Essas pessoas deviam, simplesmente, falecer…”

(Para todos os leitores que pensam que estou a dirigir-me pessoalmente a eles, eu queria apenas informar que, nesta crónica, eu usei e abusei da Ironia e do Sarcasmo… E, se porventura, não conseguirem descortinar onde usei ambos, então, meus amigos, vocês deviam falecer… PORQUE SÃO IGNORANTES!)

“Nunca discuta com um ignorante. Ele te rebaixará até ao nível dele e te vencerá por experiência.”  Mark Twain

Até para a semana, malta catita…