Infelizmente, eis que o fim chegou…

Como dizia um grande senhor “Tudo o que é bom, acaba depressa!” (Ou terá sido uma senhora?…), eis que a crónica “Graças a Dois” – tal e qual o velhinho comboio a carvão – chegou ao fim da sua linha. Depois de, tanto eu como o meu parceiro de escrita (Gil Oliveira), termos atingido a orgulhosa centena de crónicas com o título “Graças a Dois”, eis que optámos por uma mudança. Porque lá está: “Ano novo, vida nova!” (O quê? Como? Ai esta expressão só se pode usar nos primeiros dias de Janeiro? E normalmente para situações de “promessas de dietas loucas”? Mas quem é que está a escrever esta crónica? Sou eu ou o leitor? Vamos lá a estar caladinhos, que a sua função aqui é apenas a de ler, está bom? Bom, vamos lá a ver se tenho de ir chamar o “Homem do Saco”…)

Ele (o Gil Oliveira), irá passar a escrever semanalmente a crónica “Pai Sofre!”. Tudo porque agora diz que vai ser pai, e que, por essa mesma razão, sente-se na necessidade de se dedicar inteiramente a escrever sobre a experiência da paternidade. Bah, para mim tudo não passa de uma estratégia bem elaborada, mas que eu não posso partilhar aqui qual é… A menos que… hum… que o leitor jure que não conta nada disto a ele… Sim? Porreiro! Então é assim. Eu, na minha mais modesta opinião, acho que ele inventou esta coisa da paternidade, apenas para ganhar mais leitores. Porque, convenhamos, qual é o leitor (especialmente a leitora) que não se derrete a ler crónicas sobre a paternidade e outros que tais? Para mim, ele quer conquistar o maior número de leitores que puder, para depois alcançar o tão almejado (por alguns…) primeiro lugar das crónicas mais lidas do Mais Opinião. Eu acho que ele pensa que, se ficar em primeiro lugar das crónicas mais lidas, vai ganhar uma espécie de viagem às Maldivas, ou algo assim. Quanto mais ganha apenas uma noite no hotel do José Castelo Branco, e uma table dance protagonizada pelo próprio “Conde” e já vai com muita sorte. Mas, tudo bem: vamos deixá-lo sonhar alto…

Bom, como é óbvio, depois de o Gil Oliveira optar por começar a escrever uma nova crónica semanal, eu fui obrigado a abandonar igualmente a crónica “Graças a Dois”, porque não fazia mais sentido passar a escrevê-la sozinho. Então, dei início a uma demanda interior que visava encontrar um bom nome para a minha crónica semanal. Vasculhei, vasculhei e, pasmem-se!, voltei a vasculhar mais um pouco, e nada. Nenhum nome me parecia digno ou suficientemente bom para a minha crónica semanal. E quando estava quase a desistir da ideia, fazer uma sande de torresmos, e escarrapachar-me no sofá a ver séries, eis que se fez luz na minha limitada cabeça. E atrás dessa luz, não estava uma lâmpada, mas sim o nome “Vida de Cão”!

E, por Deus, analisando bem as coisas que acontecem na minha vida – e que opto por abordar aqui, no Mais Opinião – acho que o raça do nome encaixa que nem uma luva. Tanto no sentido figurado, como igualmente no sentido literal. Porque, sim: eu tenho uma vida de cão. Porque, tal como os cães, eu também corro atrás de uma bola, se a atirarem para longe. E sou pessoa para voltar a correr novamente atrás da bola, se alguém voltar a atirá-la ainda mais longe. Mas não fico por aqui, no que toca a comportamentos canídeos. Tal como os cães, sempre que tenho comichão nas costas, opto por deitar-me no chão de barriga para cima e literalmente arrastar-me de um lado para o outro. E mais! Sempre que me sento, opto por dar sempre três voltas sobre mim mesmo, e só depois é que me sento. E também coço os tomates. Não os lambo, porque não sou como o Marilyn Manson que retirou algumas costelas para o conseguir fazer. E não levanto uma perna para urinar, porque não tenho um equilíbrio assim tão perfeito para fazer duas coisas ao mesmo tempo. Das duas uma; ou urino, ou alço a perna. As duas ao mesmo tempo já é abusar da sorte, e correr o risco de cair e fazer uma fractura exposta. Ah, e de me urinar todo durante o processo. O que, convenhamos, é desagradável e não funciona tão bem com as mulheres, como funciona com as cadelas…

E a modos que, depois de analisar todos estes factores, eis que se dá início a uma nova vida no Mais Opinião: a crónica “Vida de Cão!” Espero que goste do nome da crónica, e que continue a acompanhar as parvoíces que vou escrevendo por aqui, fiel leitor.

Bom, agora tenho de ir porque tenho o meu pai atrás de mim com um jornal enrolado na mão. Parece que levei demasiado à letra a história do “marcar o território” no sofá da sala…

Até para a semana, malta catita…

(Parabéns pela paternidade, caro compincha Gil Oliveira! Eu sabia que tu eras capaz de… hum… coiso… Mas tive dúvidas… Sabes, por causa daquela vez em que te embebedaste e acabaste a noite num bar gay de Lisboa e aquele gajo vestido de polícia aproximou-se de ti e… Bom… PARABÉNS! E tal… Hum.)