Inquietações de uma mente irrequieta…

Olá. Então vamos lá a saber uma coisa muitíssimo importante para o bem-estar da humanidade: como é que está o caro leitor, hoje? Então, está tímido? Ora não esteja, caríssimo amigo, que aqui está seguríssimo. Ora encoste-se no sofá, feche os olhos, e imagine que está no consultório de um psicólogo. Ah, esqueça a parte do “fechar os olhos”, porque assim torna-se um pouco difícil conseguir o resto do texto. Mas imagine que está defronte de um psicólogo – ou seja, eu! –, e sinta-se à vontade para desabafar as suas amarguras. Isso, não tenha medo… Avance, destemido… Eh lá! Calma, que também não há necessidade de partilhar demasiado… Eh pá, isso das hemorróidas não é tema para partilhar com o seu psicólogo, mas sim com o seu médico de família! Vamos mas é avançar para o assunto que quero partilhar com o caro leitor hoje, que esta ideia do “psicólogo” já deu mer… bosta! Já deu bosta… É isso! E em quantidades industriais, infelizmente…

Existem algumas inquietações nesta minha mente distorcida que necessitam de ser partilhadas com o mundo, universo, ou apenas com o leitor. O que é relevante é que necessitam realmente de ser partilhadas, antes que o meu cérebro entre em colapso e um dia destes eu acorde de manhã a pensar que sou uma preguiça. Ah, espere… analisando bem a minha vida, de facto pareço-me realmente com uma preguiça. Raios!

Bom, depois de uma imensidão de tempo a deliberar sobre algumas inquietações que me apoquentam, decidi elaborar 4 e apresentar aqui nesta crónica bastante catita que se denomina de “Graças a Dois”. Vamos então a isso, caro leitor? Está pronto para uma viagem alucinante pela minha mente distorcida?! Não, pois não? Mas agora que já aqui está “agarrado” a esta crónica como se de uma sanguessuga se tratasse, não tem outro remédio senão ficar e constatar que realmente esta crónica não passa de uma verdadeira bosta. Mas não é uma bosta qualquer. Fique o caro leitor sabendo que esta “bosta” é rica em vitaminas e nutrientes, e não em gorduras saturadas. Por isso, lê-la, diz que é uma prática bastante saudável.

Vamos à primeira inquietação:

“Por que é que as pessoas usam a expressão ´Porra, nunca mais chega sábado…´, quando estão a meio da semana e desejam, de uma forma totalmente desesperada, que chegue o fim-de-semana?”

A meu ver, as pessoas deveriam mudar a expressão para: “Porra, nunca mais chegam as 17 horas de sexta-feira!” (Pode-se adaptar as horas a cada horário laboral, obviamente…) Porque, vamos lá a ver, todas as pessoas assim que terminam o seu dia de trabalho à sexta-feira, entram imediatamente de fim-de-semana. E no caso de o leitor se armar ao pingarelho e estar neste preciso momento refastelado no sofá a ler esta crónica, afirmando “Ah, isto é estúpido! Continua a ser dia de semana, porque sexta-feira é dia de semana até à 00H00…”, eu sou obrigado a responder educadamente: PSHIU! POUCO BARULHO!

Passemos então à segunda inquietação:

“Por que raio constroem lombas com meio metro de altura?”

Ora, eu sei que a ideia é obrigar o condutor a abrandar a viatura, para assim minimizar as hipóteses de acontecer um acidente ou um atropelamento. Mas não deixa de ser parvo, o facto de construírem o raça das lombas tão altas. Nada me tira da ideia que existe aqui uma espécie de acordo entre as Câmaras Municipais, e as oficinas de automóvel. Constroem-se lombas altas como o camandro, para os condutores mais distraídos as galgarem que nem uns verdadeiros pilotos de Rally, e literalmente arrebentarem com pneus ou suspensões dos carros. E no caso de o leitor estar a abanar a cabeça com a mão na testa, sugerindo que o meu argumento é uma autêntica parvoíce, então eu terei de responder educadamente: PSHIU! POUCO BARULHO!

 Ora cá vem a terceira inquietação:

 “Por que raio os homens, quando utilizam uma casa-de-banho pública e escolhem a retrete para fazer a necessidade fisiológica número 1, não puxam o autoclismo?”

Vamos lá a ver uma coisa. Mas afinal qual é a dificuldade de puxar o autoclismo? Chega a ser mais trabalhoso ter de retirar o Zézito do seu esconderijo, e apontar para a retrete, do que puxar o autoclismo. E mesmo assim não o fazem. A menos que fiquem cansados de segurar o dito cujo durante o processo de evacuação de urina, e não restem forças suficientes para puxar o autoclismo. A menos que… A menos que aquilo seja uma espécie de serviço público para a pessoa que venha a usar a retrete imediatamente a seguir. A pessoa seguinte chega à retrete, constata a cor da urina do utilizador anterior, e depois compara com a sua própria urina e exclama: “Eh pá, o gajo que aqui esteve antes deve sofrer de alguma doença horrível, pois a cor da sua urina não é lá muito normal…” Ou vice-versa. Caro leitor, não esteja a coçar a cabeça em sinal de reprovação pelo que acabei de escrever. Porque senão, lá terei de dizer-lhe educadamente: PSHIU! POUCO BARULHO!

E eis que chegamos à quarta e última inquietação:

“Por alma de quem, é que cada vez que passo em frente a um Holmes Place a comer um geladinho, as pessoas que saem lá de dentro olham para mim de uma forma assustadoramente terrível, como se fossem uns verdadeiros Serial killers prontos a esventrar-me?”

Eu tenho lá culpa de essas pessoas escolherem um modo de vida diferente do meu? Mais saudável, com o intuito de ficarem mais elegantes e viverem mais anos? De lutarem diariamente para serem uns verdadeiros Adónis dos tempos actuais? De escolherem a privação de uns dos melhores prazeres da vida: comer o que nos dá na real gana? Eu tenho lá culpa disso, pá. Se lhes faz tanta confusão, por que é que a seguir aos treinos não vão comer um geladinho? Larguem lá o meu gelado, porra… Já pensei em fazer o papel de pessoa compreensiva pelo terror de que estão a passar, oferecendo um pouco do meu gelado, mas aquilo é malta muito alta e larga e tenho medo que não entendam a minha oferenda como um acto de solidariedade para com o sofrimento que estão a passar, acabando por me fazer mal… com um haltere… ou algo parecido…

Caso o leitor esteja, neste preciso momento, a fazer a dança da galinha, acusando-me de ser um medroso de primeira, eu tenho apenas uma coisa a dizer-lhe de uma forma bastante educada: “PSHIU! TEM TODA A RAZÃO, MAS NÃO PRECISA DE RELEMBRAR-ME…”

 

Até para a semana, malta catita…