‘Ir Abaixo Não Vale!’ – Patrícia Marques

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Existem dias sim, dias não, dias assim assim; mais fácil é dizer os dias sim e os dias não. Com a demasia do mundo, vamos também nós nos apascentando como espetadores ou produtores da nossa vida? A rotina diária serve muitas vezes como desculpa aos nossos dias não, onde simplesmente nos levantamos porque sim, por dever e não por querer…conseguir, lutar, conquistar. Vive-se uma espécie de contagem diária, calendarizada, onde reparámos na nossa mínima paixão pelo que fazemos e/ou vivemos. ‘Mas ir abaixo não vale!’… Este é o lema que ninguém pretende esquecer ao longo do retrato que desenhamos ao longo da nossa vida. Então e a vida? Aquela vontade de viver que nos acorda o entusiasmo intrínseco e reacende a chama da felicidade intrínseca. A procura da felicidade fora de nós mesmos, quer dizer, nas coisas externas a nós mesmos, como uma ida ao shopping, ir ao cinema, viajar, é algo fugaz. Não quer dizer que na nossa realização, esse tipo de acontecimentos versus felicidades, não sejam importantes; muito pelo contrário, mentores de desenvolvimento pessoal, como Robin Sharma, falam em apontamento de objetivos anuais, semanais, e neles a contabilização dos momentos de lazer; falam também em construir o produto de nossas próprias vidas, seguindo o cumprimento aos objetivos pretendidos para determinado dia, semana, mês ou ano. No entanto, sabemos, que esses momentos portadores de felicidade são fugazes, isto é, saem depressa do nosso consciente. Acreditem ‘Ir abaixo não vale!’. Mas porquê? Todos temos momentos de tristeza, momentos em que a vida não parece conspirar a nosso favor…Então apliquemos a ‘Técnica do Lago’ como referi no meu artigo anterior, ou então, silenciemos por um momento o nosso interior, perguntando-nos: ‘o que é que está mal?’. A felicidade duradoura certamente virá daí, de um concerto de asserções que se dirigem até ao nosso pensamento e conhecimento, com vista a dar-nos ferramentas únicas para a verdadeira felicidade do nosso ser. Essa felicidade parte do interior, e não das coisas externas exteriores a nós. No entanto, a frustração, a depressão, as mentes com cargas negativas podem desaparecer momentaneamente (quando a felicidade é externa a nós) ou para sempre, quando no nosso labor ocupacional, seja ele de lazer ou profissional encontrámos motivos para nos alegrarmos, aplicarmos nossos conhecimentos e ficarmos satisfeitos com isso. É por isso que a psicologia da saúde ocupacional tenta perceber que tipos de riscos psicológicos e sociais deterioram a vida saudável das pessoas no trabalho. Seguindo o princípio de que a maior parte das pessoas passam 80% em contexto laboral, é necessário realizar uma prevenção na saúde dessas pessoas para que momentos de stress, depressão, ansiedade, sejam banidos, por um contínuo bem-estar e prazer no ato de trabalhar. ‘Ir abaixo não vale!’. Vale descrever objetivos/metas que cada um quer satisfazer ao longo da sua vida, com maior ou menor sacrifício; vale procurar ser feliz, independentemente do que quer dizer felicidade no seu vocabulário intrapessoal, mas ‘Ir abaixo não vale’.

Crónica de Patrícia Marques
Um lugar ao Sol
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