Já aprendemos a relacionar-nos nas redes sociais?

Muitos de nós ainda não aprendemos a saber relacionar-nos com e nas chamadas redes sociais.

Com preponderância evidentemente para o facebook, constantemente procuramos cuscuvilhar a vida dos outros, nomeadamente aqueles dos quais sentimos algum sentimento menos bom, mais vezes até do que seguimos os nossos maiores amigos (verdadeiros).

Frequentemente notamos que pessoas com alguns reconhecidos defeitos e lacunas na sua personalidade ou caráter se autobeatificam nas redes sociais e tudo (ou quase) o que partilham, gostam, mostram e dão a conhecer são coisas, temas ou assuntos de caráter bondozo, caridozo, carinhoso ou fofinho. Será que essas pessoas conseguem entender o alcance que as suas ações na rede podem atingir? Outros pensam que os seus amigos estão permanentemente on-line e que são obrigados a comentar, a postar, a partilhar, porque se não o fizerem, os autores emissores ficam aborrecidos, magoados ou de beiça…

Mas de tudo isto, o que mais me escandaliza é a quase permanente indiferença que alguns dos nossos amigos e conhecidos aos comentários que visam educar, pacificar, consciencializar, responsabilizar, raciocinar… ao invés para certos comentários ou “posts” jocosos ou vazios, imediatamente um rol de parvoíce se segue…

Claro que todos têm direito à democrática liberdade de expressão e contra isso, nada! Também eu por vezes gosto de brincar um pouco, porque de coisas sérias “está o inferno cheio”. A minha estranheza concentra-se apenas no estado de índole futílica em que o povo mergulhou, que não consegue reparar a gravidade do que muitas vezes escreve, nem como escreve. Sim, porque a nossa língua tem levado grande afrontações desde que, para algumas pessoas, deixaram de ser apenas os seus professores de escola a terem o exclusivo da má escrita, narrativa e ortografia, para que todo o mundo tivesse acesso a esse grande ataque à língua, que se chamam “comentários nas redes sociais”.

Os jovens principalmente, que procuram (ou deveriam procurar) encontrar o seu espaço, demonstrar o seu nível formativo e educacional, posicionar-se nesse grande e cooncorrencial mercado que é o de trabalho, não entendem por vezes que hoje as empresas, recrutadores e selecionadores de pessoal procuram traçar o paralelo descrito nos currículos apresentados nas candidaturas, com a verdade dos factos, que é aquela que apresentam nas suas manifestações sociais on-line.

Hoje em dia, tudo é transparente, mesmo que o tentemos disfarçar.

Ninguém deve ser refém das suas escolhas (boas ou más) feitas no passado ou no presente. Porém não podemos negar que o futuro depende cada vez mais daquilo que cada um fizer ontem e hoje.

Um pouco de discrição… aconselha-se e estimula-se.