Lá na minha terra… – Optimismo democrático

Lá na minha terra, como em todas as outras terras e terriolas, cidades e aldeolas portuguesas os dias não estão fáceis, a vida não está fácil. Os queixumes e a lamúria são frequentes nos discursos e conversas… temos que mudar isso. Está frio mas temos que esfregar as mãos, temos que aquecer, temos que trabalhar para aquecer a nossa economia.

Passos Coelho pediu para que sejamos menos piegas. As pieguices não nos levam a lado nenhum, apenas ao tédio e à depressão. Se já sabemos que as coisas não andam nos seus melhores dias apenas podemos, ou melhor devemos, tentar mudar o rumo desta sina. Deixemos-nos de queixas e lamentações e comecemos a trabalhar, se for preciso um pouco mais. Os cortes salariais e pensionais não ajudam nos ânimos, a redução de feriados e pontes chateiam muitos mas vamos pensar que o mundo não acaba este ano e que, com todos os esforços, conseguiremos ter um 2013 mais folgado e quem sabe um 2014 na paz dos santos económicos. Os despedimentos estão a aumentar, assim como o desemprego, mas anúncios não faltam, apenas falta vontade para experimentar novos ramos.

Algumas das medidas tomadas não fazem qualquer sentido, mexem nos pontos fracos de muitos, como é o caso dos transportes e da gasolina, ou mesmo da saúde. Longe vão os tempos em que as bicicletas eram os melhores amigos, mas longe vão ficar os tempos em que os centros de saúde e as urgências dos hospitais estavam cheios, por tudo e por nada, mais vezes por nada. Outras medidas apenas estão a ajudar-nos para um futuro melhor, e quem sabe mais saudável, menos fast food, menos enlatados e comidas congeladas, menos açúcares e gorduras, assim tem lógica que o IVA aumente. Nos dias em que se fazem pontes o Estado perde milhões, e nós apenas ganhamos oito horas sem trabalho, que não são sinónimo de oito horas de descanso, atenção. Menos feriados ou pontes significa, nos 366 dias deste ano, apenas mais uma semana de trabalho, não custa assim tanto, pensemos que é só desta vez. Sem esforços não há recompensas, sem trabalho não há sucesso. Devemos ser mais optimistas e pensar que será um esforço a curto prazo para obtermos resultados a médio prazo, não custa assim tanto fazer uma careta à crise e sorrir ao trabalho.

Muitos dos desfiles de Carnaval são feitos no domingo que antecede a terça-feira do Entrudo. Não compreendo tanto alarido em volta da questão. Qual a diferença de festejar o Carnaval a um sábado e não na terça-feira? Eu até vejo o lado positivo da coisa, temos o domingo para descansar da farra. Temos que ver o melhor lado das coisas, o lado mais sorridente, mesmo que para muitos o sufoco já seja demasiado. Nestes casos, mesmo em crise, sabemos que as ajudam não faltarão.

Em bom nome da sanidade económica, e mesmo mental, do nosso povo e do Estado, vamos seguir em frente e mostrar que Portugal não é lixo como certas e determinadas entidades o pintam. Se continuarmos com os queixumes e pieguices nada mais vamos transmitir que falta de vontade. Temos todo o direito de nos queixar, mas temos o dever de pensar que fomos nós que votamos nas pessoas que estão a governar a nação, e se o seu caso é dos que não votou não atire já a pedra, não sabe o que o seu eleito faria, poderia até ter feito ou vir a fazer pior. Em parte, a culpa é nossa e quem estraga velho paga novo, por isso façamos o justo pelo bem e com pensamento positivo.

Crónica de Daniela Teixeira
Lá na Minha Terra