Lendas e Folclore – Carla Vieira

Já disse e afirmo com veemência que não sou nada ligada à espiritualidade, nem religiosidade, nem nada que não tenha uma base científica sólida. Posto isto, tenho os meus próprios gostos, e realmente se há coisa que gosto é folclore, lendas, criaturas míticas e superstições. Posso não acreditar (e realmente nunca acredito), mas gosto de ouvir nem que seja para dizer “mas isso não é possível porque…” e explicar os vários desligamentos da realidade que tal coisa proporcionaria na sua existência, sem no entanto tirar a piada à coisa para quem acredite.

As superstições mais conhecidas por aqui são as óbvias: partir espelhos dá sete anos de azar, abrir o guarda-chuva debaixo de um tecto dá azar, dizer “tal coisa vai acontecer” dá azar… Uma série de superstições muito azarentas, pelos vistos. Mas existem algumas menos conhecidas, tais como entornar sal dá azar, e se dissermos alguma coisa má que não queremos que aconteça, temos de atirar uma pitada de sal por cima do nosso ombro esquerdo. Algo que nunca entendi, sinceramente.

Uma lenda engraçada que eu ouvia muito enquanto miúda era a lenda da “Bloody Mary”. Com certeza sem saberem a história conseguem adivinhar que se disserem “Bloody Mary” três vezes em frente a um espelho, a Mary aparecerá nesse espelho e matar-vos-á. Não se assustem, eu já fiz isto e ainda cá estou… Sim, sou macabra. Em minha defesa eram duas da manhã e eu tinha catorze anos, que é que havia de fazer? Além disso, a lenda não é verdadeira.

 

 

Também existem montes de lendas acerca de fantasmas e pessoas possuídas, mas nunca me acreditei muito, não me parecem coisas que possam acontecer. Já ouvi falar em piadas engraçadinhas sobre “screamers”, que são acho eu um jogo de computador tipo labirinto que quando o jogador o completa, lhe aparece de repente uma imagem assustadora; nunca vi um mas isso sim, tem piada. E eu digo “tem piada” porque meteria medo, e eu gosto de medo. Gosto da adrenalina que sinto quando vejo um filme de terror que assusta, não a porcaria que se vê hoje em dia.

Uma lenda engraçada que surgiu há pouco tempo foi a lenda do Slenderman. Julgo já ter sido falada por aqui por isso não vou explicar. É uma daquelas lendas que não assusta em si mas a ideia tem o seu quê de medo, aquela incerteza que vem quando nós achamos que não pode ser verdade mas ainda assim… Até começaram a existir relatos de pessoas que viram o Slenderman, embora tenha sido inventado por alguém no site “creepypasta”.

Existem muitas histórias dignas de serem contadas em noites escuras com uma lanterna encostada à cara enquanto as pessoas à vossa volta tremem de medo e excitação. A que eu gosto mais é a história da Casa das Nove Portas, uma história de terror que li há algum tempo num blog: conta a história de um rapaz que recebe um convite para entrar numa casa e se passar por nove portas, recebe quinhentos dólares. Ele aventura-se pela casa dentro e vai descobrindo horrores cada vez piores até não aguentar e tentar sair da casa… Só para descobrir que não consegue. Convido-vos a tentarem encontrar uma versão Portuguesa dessa história. Eu por mim, veria um filme com esta premissa, embora ler seja muito mais interessante porque joga com a descrição de sensações corporais e desconforto pessoal, algo em que todos os filmes falham redondamente. Por mim tenho dito: não acredito em nada paranormal, mas adoro. E vocês?

 

 
Crónica de Carla Vieira
Foco de Lente