Leva-me às estrelas em forma de orgasmo

Devia ser proibido as mulheres passarem pela vida sem sentirem e viverem sensações e acontecimentos que, são indispensáveis para a felicidade suprema das próprias. Ser mãe é de certeza a maior delas, viver um grande amor, mesmo que não seja até ao fim dos nossos dias (nada é eterno), viajar sem destino, rir de si própria, e por último, um belo de um orgasmo!

Na pesquisa que tenho feito nos últimos quatro anos descobri uma coisa interessantíssima: os homens não sabem se realmente estão a proporcionar um orgasmo às mulheres, e as culpadas são elas próprias.

Primeiro e antes de qualquer coisa: masturbação. Quem melhor do que nós próprias para conhecermos o nosso corpo? “Ai, mas eu não uso isso que mexe”, afirma a Dona Joaquina. Dona, não precisa de um vibrador para conhecer o seu corpo, embora eu recomende vivamente, porque um vibrador faz milagres à nossa boa disposição. E também não precisa de ver um filme pornográfico ou erótico, nem comprar uma revista com tipos nus, basta as suas mãos e a sua imaginação. Lembra-se daquele vizinho careca do terceiro andar que lhe fez aquele olhar no elevador? Pois bem, é o careca que lhe vai fazer companhia mental nesse momento de prazer a solo. Quando conhecemos o nosso corpo, as nossas reacções quando expostas ao prazer, conhecemos também os nossos limites, onde gostamos de ser tocadas, beijadas, amassadas, os pontos sensíveis, a posição em que eventualmente conseguimos atingir melhor o orgasmo, a duração e intensidade do mesmo e sobretudo o que não gostamos e o que não queremos.

É na parte do não gostamos e do não queremos que entra o sexo oposto. Adoram gabar-se…eu sou um comilão, quando te levar para uma cama tu vais ver, estou cheio de tesão, tu não vais ter pedalada para mim, gosto de comer tudo, sou bom na cama, nunca nenhuma se queixou…desculpem a minha sinceridade leitores, há muitos (mas mesmo muitos) homens que não percebem patavina de sexo, sabem dar uma keka mas não sabem o que é sexo, sabem ter prazer mas não sabem retribuir esse prazer. Mais vale estarem calados, a serio, não façam promessas que não conseguem cumprir, poupem as mulheres de tal sacrilégio. E agora o leitor pensa: será que eu sou um dos milhares que esta tipa está para aqui a criticar? Provavelmente é um deles, leitor! Mas eu estou aqui, mais uma vez, para o ajudar…

Há três factores importantes no que diz respeito a um orgasmo: Dialogo, exigência e variedade.

Dialogo

Independentemente de ser um casal que está casado há vinte anos, ou um casal que se conheceu há uma hora e vão para o popó dar uma keka de uma só noite, o dialogo é importante em igual partes. Como vai o companheiro saber aquilo que gostas se não lhe disseres ou não lhe mostrares? Os homens não adivinham e ao contrario do que se pensa, as mulheres não gostam todas do mesmo.

Exigência

Apesar da emancipação das mulheres nos últimos dez anos, a mulher ainda é pouco exigente no sexo. O prazer masculino está acima do da mulher, a relação sexual enfadonha e rotineira, termina com a ejaculação masculina e a mulher fica a chuchar no dedo…porque não havemos também de ter o orgasmo como dado adquirido em todas as kekas que damos? Seja numa rapidinha de dois minutos ou a fazer amor durante uma hora. Se fingirmos que estamos a ter prazer, se gemermos à toa enquanto pensamos no que vamos fazer para o jantar, se simularmos que estamos a atingir o orgasmo, o homem nunca vai perceber o que está a fazer de errado, vai ser uma frustração penosa para ambos.

Variedade

Há uns dias atrás, um amigo, disse-me que as mulheres podiam ser catalogadas por sabores, pois bem, os orgasmos também podem ser catalogados conforme a intensidade.

Orgasmo sonho – É o orgasmo que atingimos enquanto sonhamos, está provado que acontece e é tão real que acordamos suadas.

Orgasmo foi-se – É o orgasmo que não chegou a ser consumado. Oh pá estava quase, quase lá…mas fugiu!

Orgasmo solo – É o orgasmo que atingimos sozinhas, com ou sem vibrador, a imaginar o jeitoso do vendedor em cima de nós.

Orgasmo light  – É um orgasmo considerado fraquinho, que se sente num segundo e num segundo passa. É recomendável a seguir a um orgasmo light, uma nova keka ou estimulação, para a mulher atingir um orgasmo mais intenso.

Orgasmo soneca – É um orgasmo mediano, que não é o suficiente para nos levar às estrelas, mas é o suficiente para nos apetecer um cigarro pós-coito ou então para querermos dormir.

Orgasmo linguarudo – Este orgasmo é atingido através de sexo oral, esqueçam o que os livros ensinaram sobre ponto G, clitóris, clímax e fricção da língua, isso não interessa para nada. Se querem ter a certeza se a mulher está a atingir o orgasmo, é com a boca que vão tirar a prova dos nove. Considerado um dos melhores orgasmos de todo o sempre.

Orgasmo baunilha – É o orgasmo que se atinge na posição de missionário ou com ambos deitados perpendicularmente. Não é nada de especial.

Orgasmo anal – Orgasmo que se atinge com sexo anal e estimulação vaginal em simultâneo.

Orgasmo foda-se – Este é orgasmo que todas ansiamos, é o tal…conseguido normalmente através da fricção do clitóris, numa posição em que estamos em cima do companheiro, frente ou costas, o que nos permite um domínio do acto e da intensidade do prazer. A respiração acelera, sentimos que está a chegar, o sangue pulsa com mais força, o corpo aligeira o movimento, o gemido aumenta, os pelos se agitam, os olhos piscam suavemente e terminamos com um sussurrar: oh, foda-se foi tão bom! Sim, é neste segundo que vamos às estrelas…

Não posso deixar de referir uma ultima nota: É a mente da mulher que comanda, se a mulher não estiver relaxada, despreocupada, num local que goste, segura de si e do seu corpo, com vontade de estar com aquela pessoa, e se o homem por sua vez não souber o que fazer ou pior ainda, não fizer nada, não vai resultar. Não queiram uma mulher insatisfeita ao vosso lado, cavalheiros.

“O Ponto G não existe apenas nas mulheres. Nos homens ele se localiza na retina, nas mulheres encontra-se no tímpano.”

Malu Schneider