Liga Portuguesa: Domingo desportivo com emoções distintas

Semblantes distintos. Foi desta forma que acabou o “Domingo Desportivo”, com os 3 “grandes” a jogarem num Domingo à moda antiga, no qual estiveram separados apenas por algumas horas e alguns golos e a viverem sensações distintas entre si. Pelos lados insulares da Choupana a sensação de alívio era muita após uma vitória suada, no tapete de Alvalade o sentimento era de frustração após um empate amargo e, uns escassos quilómetros ao lado, na Amoreira, vivia-se a sensação muito portuguesa de, “do mal o menos”, em virtude de um empate tirado a ferros no último segundo.

O primeiro jogo da tarde, opunha o campeão nacional e actual primeiro classificado, ao decepcionante Nacional, que esta época está uns furos abaixo do que tem vindo a habituar os seus adeptos. Todavia, a Choupana e o seu tempo instável, sempre foram um osso duro de roer para os encarnados, ou, por outras palavras, a vitória esteve sempre escondida atrás do  nevoeiro. O resultado fixou-se nos 2-1 e isso traduziu aquio que foi o jogo, equilibrado. O Nacional entrou a ganhar, surpreendendo tudo e todos com um inicio tão prometedor. Contudo, foi sol de pouca dura. O Benfica, quase de rajada, marcou dois golos – com a ajuda mais do que preciosa do guarda-redes Rui Silva- e acabou por sentenciar o jogo. Ao longo da partida, só houve tempo para os pupilos de Jorge Jesus demonstrarem que não estão na sua melhor forma, tendo a sorte de estar frente-a-frente com um adversário muito desinspirado, caso contrário, o desfecho poderia ter sido outro. O que conta é o final e esse valeu 3 pontos que permite que estejam em 1º lugar, a 3 pontos do Porto e a uns, duros, 8 pontos do Sporting.

Como único “grande” a jogar em casa, o Sporting tinha uma responsabilidade acrescida, somando a isso, o facto de ser o mais distante dos 3. No entanto a responsabilidade ficou de onde nunca saiu, do papel. Em campo os acontecimentos ditaram um rumo completamente diferente do esperado. O Paços, que vem fazendo um excelente campeonato, fez jus ao seu bom futebol e teve um controlo quase absoluto durante a primeira parte, indo para o intervalo a ganhar 0-1. Um choque. No segundo tempo, as coisas foram diferentes. Marco Silva mexeu, fez entrar Montero e Carlos Mané e o primeiro 4 minutos depois de entrar, marcou. Mostrando ao seu treinador que merece ser titular. A turma de alvalade vinha com outra atitude para a 2ª parte e isso reflectiu-se no jogo e na forma como o domínio se inverteu. Até final, o Paços valeu-se de uma defesa coesa, mesmo em inferioridade numérica, e de um terrível Slimani que falhou mais bolas do que todos os golos que tem marcados até este momento na Liga. Uma lástima. No fim do jogo, Marco Silva acusou a pressão e, ao contrário do que sempre apregoou como treinador do Estoril, falou da arbitragem. Para a história fica um amargo empate dos leões e um saboroso ponto para o Paços que continua à frente do Sporting.

Costuma-se dizer, que o melhor vem para o fim, ou que é preciso acabar em beleza. Nada disso. O jogo do F.C.Porto contra o Estoril foi tudo menos o melhor. Nem em termos de espetáculo, nem em termos de resultado. Para nenhum dos lados. Se para os azuis e brancos é sempre mau não ganhar, ainda para mais quando estão fora do 1º lugar, para o Estoril, em teoria, este teria sido um bom resultado, não tivesse sido o golo do Porto marcado aos 94 minutos, tornando o que seria um fantástico empate, num ingrato triunfo perdido. No lado dos dragões, as coisas funcionaram mais ou menos no sentido inverso de como funcionaram para o Estoril, o que era péssimo, acabou por se tornar um mal menor. Com este jogo, prolonga-se aquele momento em que Lopetegui começa a ser fortemente questionado. Quer seja pela contratação do “Sr.11milhões por 50% do passe”, Adrían Lopez, quer seja pela a táctica usada, que não tem surtido efeito, ou, pelo mais óbvio, pelos resultados – mais concretamente a falta deles- que vem apresentando ao longo das últimas semanas. Tudo isto aliado a um discurso sem chama, com falta de carisma e que se baseia em refutar todas as criticas feitas com acusações. Parece tudo muito escasso para quem tem ao seu dispor o melhor plantel da Liga e um dos melhores plantéis do F.C.Porto dos últimos anos.

Assim se passou uma tarde desportiva, com milhares dos aficionados pelo futebol colados aos ecrãs durante toda a sua tarde. Desde os tão afamados jogos de Domingo às 16h, até à noitinha, tudo contribuiu para um dia em cheio, mesmo as vitórias do Belenenses, Vitória e Boavista engrandeceram o dia. É disto que vive o futebol, de dias recheados de bom futebol, emoção, casos e muito pano para mangas. Que daqui em diante se proporcionem mais serões assim, que os amantes do desporto rei, agradecem.