Longa Vida Aos Amigos do Gaspar

Existem séries que nos fazem viajar em pensamentos, levam-nos para outros mundos e outros sonhos ,  memórias que não se perdem!

Assim eram “OS AMIGOS DO GASPAR”!

Toda a “trama” parecia passar-se num pequeno bairro portuense, onde o Gaspar e o gupo de amigos nos mostravam as suas aventuras!

Gaspar e o seu amigo muito especial Manjerico  (quem nunca tentou imitar o celebre a soyo toyo Gaspayo) penso que será assim que se escreve, o Romão que era o melhor amigo do Gaspar, a Marta, o Farturas que era o queixinhas do grupo, a Clarinha, o Balu, o Professor e o Guarda Seródio que com a sua forma de falar já nos fazia soltar gargalhadas. A série teve tanto sucesso junto de pequenos e graúdos que o Teatro de Marionetas do Porto juntamente com a RTP se viram obrigados a fazer uma segunda série, com novas personagens, aparecendo assim o Pitágoras, a Ti Felismina, o Neca, o Sr. Pires e a Nita.

As asneiras do grupo eram tantas que o distraído Guarda Seródio não tinha mãos a medir, sempre com a Ti Felismina a por água na fervura, desde quiosques voadores, a galinhas de ovos de ouro, tudo acontecia e tudo tinha graça!

As personagens com um suave sotaque típico das gentes do Norte, ganhavam vida, histórias e a afeição de todos nós.

Penso que nada de tão bom e interessante se voltou a fazer em Portugal, era uma série de “desenhos animados” portuguesa, era nossa 100% nossa…..

Eu gostava tanto daqueles bonecos que tinha como sonho saber como tudo aquilo era feito, anos mais tarde, tive a sorte de numa visita de estudo ir ao Teatro de Marionetas do Porto, sem saber na altura, que o mundo do Gaspar era ali, durante a visita fui surpreendido com o Gaspar, ainda lá estava, lembro-me que fiquei eufórico e cheio de saudades, o Gaspar já não tinha vida mas eu sabia de fio a pavio a sua história e as recordações que ela me trazia.

Hoje não seria possível ter novamente o Gaspar, porque na vida tudo têm um fim, as televisões de hoje cheias de programas de lixo nada querem com as marionetas e as histórias que elas nos contam, resta-nos a nós mais velhos ficarmos com a lembrança de uma infância feliz.

Em meu nome e em nome de toda a geração de 80/90, o meu mais profundo agradecimento a todos os que participaram em “Os amigos do Gaspar” pois contribuíram para a nossa felicidade através de um talento, de uma arte, que é a arte das marionetas!

 Não se esqueçam de recordar e sonhar porque a vida é feita de sonhos!