Mais do que Ser – Um lugar ao Sol

Enquanto a chuva poisar sobre nosso solo, o nosso percurso será molhado, arremessado em papéis deitados ao lixo, com tinta misturada na água.

O zelo é ténue demais para deixarmos para o outro dia o que agora se pode fazer. Existe na cara pessoal, uma certa atenção daquilo que é que é importante e daquilo que não é. Concretamente, o rosto exala essa tal preocupação, mas é difícil a dinamização do que é necessário fazer realmente.

Caminhámos por vontade própria, onde a motivação se move pelos sonhos e pela esperança que o gesto interior entrega à nossa perceção. É um rosto sorridente, uma manhã solarenga e um obrigada todos os dias. Ser Pessoa, eis a questão. Como Ser? Quando Ser?

Caminhámos pela indiferença que temos para com as coisas do mundo; fazemos, sabemos o que fazer, realizámos, mas o nosso gosto interior não chega à ação daquilo a que fazemos e àquilo que está proposto ser feito. Parece um sem emoção, que contempla mas não observa a beleza, ou se a observa, esta permanece estática. Para quê?

Caminhámos sem vontade, onde os elos de ligação que restam são entre o corpo e a alma, e o caminho que se entende está cheio, apesar de ser entendido como vazio. É neste vazio que permanece a ocasião serena de dizer o não interior, mas não deixando de fazer o que existe para se fazer. É preciso, e pronto, faz-se.

Observámos estas questões associando-as porventura ao dia-a-dia. É possível rever-se nas três apreciações ao mesmo tempo. Em cada área de vida temos inúmeros destaques e um leque de atividades que, se quisermos categorizar, pode-se realizar uma apreciação, segundo os três caminhos que foram apresentados.

O ser Humano, ao ter necessidade de expressão, tem necessidade de escolher o seu caminho, para que o objetivo seja única e simplesmente, atingir premissas da felicidade. Se a vontade estiver presente, talvez a alegria e a expetativa estejam presentes também.  Ser Pessoa envolve mais do que encurtar labutas grandes, diárias, e atingir objetivos que nem sequer foram realizados pelo próprio.

Ser Pessoa, leva-me a crer que equivale à diminuta condição de expressão que eu e tu temos, de prosperar neste mundo, onde agarrámos num pouco de papel, dá-mos olá à possível inspiração que temos e começámos a escrever alguma coisa.

Crónica de Patrícia Marques
Um lugar ao Sol